Ecos Caóticos

Quarenta e três

A mesa estava elegantemente preparada, com uma toalha branca e duas velas finas que lançavam uma luz suave sobre os rostos de Felix e Hyunjin. Felix olhava para o prato com uma mistura de timidez e felicidade, ainda sem se acostumar totalmente com a ideia de ter Hyunjin ali, de volta e tão próximo.

Hyunjin, com um sorriso tranquilo, segurou a mão de Felix sobre a mesa, o polegar acariciando levemente a pele dele. O anel com a safira brilhou sob a luz das velas, e Hyunjin parou por um momento, admirando o anel em seu dedo.

— Ainda fica perfeito em você — disse Hyunjin suavemente, olhando para o anel e depois para Felix.

Felix sorriu, meio envergonhado.

— Eu tinha esperança de voltar a usá-lo — sussurrou, desviando o olhar. — Mesmo quando... — Ele hesitou, mas os olhos de Hyunjin não vacilaram, encorajando-o a continuar. — Mesmo quando achava que nunca mais te veria.

Hyunjin apertou a mão de Felix um pouco mais forte e o observou com um olhar cheio de ternura.

— Eu sabia que, de algum jeito, você ainda estaria me esperando. — Ele se inclinou um pouco, a voz baixa e íntima. — Eu também nunca parei de te amar, Felix. Não importa o que tenha acontecido.

Felix sentiu o coração bater descompassado. O calor do toque de Hyunjin, a sinceridade em seus olhos e as palavras que ele falava faziam todas as incertezas se dissiparem.

— Hyunjin... — murmurou, segurando a mão dele com mais força. — Eu te amo. Nunca deixei de te amar.

Os dois ficaram em silêncio por um instante, apenas absorvendo aquele momento. Felix pegou a taça de vinho, tentando disfarçar a emoção que ameaçava transbordar. Hyunjin o observava atentamente, e quando Felix colocou a taça de volta na mesa, ele se aproximou de Hyunjin e sussurrou:

— Promete que, aconteça o que acontecer, vamos enfrentar tudo isso juntos?

Hyunjin assentiu, a voz embargada.

— Prometo.

Felix suspirou fundo.

— Eu não quero mais te perder, amor. Nunca mais.

Hyunjin sorriu e se inclinou, os lábios encontrando os de Felix em um beijo suave, mas cheio de promessas. Aquele momento era deles, longe de todas as preocupações e ameaças, uma pausa no tempo onde apenas o amor que tinham um pelo outro existia.

Hyunjin se levantou e segurou delicadamente a mão de Felix, guiando-o para que se levantasse também. Felix mal teve tempo de se recompor antes que Hyunjin aproximasse o rosto e, com um gesto carinhoso, afastasse alguns fios loiros que caíam sobre sua testa, prendendo-os atrás das orelhas. Os olhos de Hyunjin estavam intensos, carregados de saudade e desejo.

— Você não tem ideia de quanto tempo esperei por isso — sussurrou Hyunjin, a voz rouca.

Felix sentiu o corpo arrepiar, mal conseguindo responder. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Hyunjin inclinou-se e capturou seus lábios em um beijo profundo. A princípio, foi suave, quase tímido, mas logo se transformou em algo mais urgente, quente e cheio de paixão.

Felix se agarrou a Hyunjin, sentindo o familiar aperto dos braços ao seu redor e o calor que ele sempre emanava. Era como voltar para casa. A pressão dos lábios de Hyunjin era firme, sem hesitações, e cada toque e suspiro trazia de volta as lembranças dos momentos que haviam compartilhado.

— Hyunjin... — Felix tentou falar, mas mal conseguiu formar palavras. Estava ofegante, o coração acelerado, entregando-se completamente ao momento.

Hyunjin deslizou as mãos pelas costas dele, apertando-o com intensidade, o corpo se encaixando no de Felix como se nunca tivessem se separado.

— Eu senti tanto a sua falta — murmurou Hyunjin, a respiração quente contra a pele de Felix. — Nunca pensei que te teria assim de novo, nos meus braços.