Ecos Caóticos

Trinta

Durante o filme, Felix permaneceu aconchegado contra o peito de Jisung, sentindo o calor familiar e o carinho no toque suave do braço dele ao redor de seus ombros. Era um conforto que ele se forçava a aproveitar. Jisung, por sua vez, parecia envolvido tanto com o filme quanto com Felix. De vez em quando, ele se inclinava para roubar pequenos beijos, fazendo Felix sorrir entre risadas abafadas, especialmente quando sua boca estava cheia de pipoca.

— Eu estou sujo de pipoca! — Felix ria baixinho, empurrando o rosto de Jisung de leve.

— E daí? Eu gosto de pipoca com beijo — Jisung respondeu brincando, sem se deixar intimidar, roubando mais um beijo.

Felix riu, sentindo-se momentaneamente leve, tentando esquecer o turbilhão de pensamentos que rondavam sua mente. Mas, ao fundo, uma sombra permanecia. O filme continuou, e Felix ocasionalmente desviava o olhar da tela, perdido em seus pensamentos sobre Hyunjin. Será que ele estava bem? O silêncio no celular estava o matando.

Quando o filme finalmente terminou, as luzes do cinema acenderam, e o casal se levantou, ainda de mãos dadas. Caminhando até a saída do shopping, Felix não resistiu e olhou ao redor, como se estivesse à procura de algo – ou de alguém. Cada canto parecia suspeito, e cada pessoa que passava parecia uma possível ameaça. Seu coração disparava a cada olhada ao redor, mas não havia nenhum sinal de Hyunjin.

Do lado de fora, enquanto a brisa da noite acariciava seus rostos, Felix pegou o celular, esperando por alguma mensagem nova, qualquer coisa que fosse. Mas não havia nada. Nenhuma notificação. O silêncio de Hyunjin era ensurdecedor. Ele suspirou profundamente, tentando não deixar o desânimo transparecer.

— Tudo bem? — Jisung perguntou, apertando suavemente a mão de Felix, percebendo a mudança de humor dele.

Felix sorriu de forma meio forçada.

— Sim, só... estava esperando uma mensagem do pessoal da companhia, nada demais.

Jisung franziu levemente a testa, preocupado, mas não insistiu.

— Bom, qualquer coisa você resolve amanhã. Vamos aproveitar o resto da noite, que tal?

Felix assentiu, tentando afastar a inquietação que crescia em seu peito.

— Você tem razão. Vamos aproveitar.

E com isso, os dois seguiram em direção ao carro, ainda de mãos dadas. Felix sabia que precisava viver aquele momento com Jisung, mas, no fundo, a ausência de Hyunjin – e o silêncio dele – eram como uma pedra no sapato, impossível de ignorar.

...

Em casa, Felix estava agitado, olhando para a tela do celular, mas a resposta de Hyunjin não chegava. Ele sabia que não adiantava esperar, mas a ansiedade o consumia, mesmo que tentasse disfarçar. Ao lado, Jisung parecia atento a ele, percebendo a inquietação.

— Quer fazer alguma coisa pra distrair? — Jisung perguntou, se aproximando mais, a voz suave, tentando aliviar o clima.

Felix olhou para ele e suspirou, forçando um sorriso.

— Acho que seria uma boa ideia...

Os lábios de Jisung encontraram os de Felix rapidamente, como se já soubesse qual era a melhor forma de distrair o namorado. A intensidade foi crescendo, e logo as mãos de Jisung estavam puxando a camisa de Felix, arrancando-a com pressa. Felix, em resposta, o empurrava contra a parede, os dois trocando beijos quentes e desesperados.

— Você é lindo... — Jisung sussurrou enquanto suas mãos exploravam o corpo de Felix, tocando cada curva, cada detalhe, como se quisesse memorizar tudo.

Felix suspirava contra os lábios de Jisung, tentando afastar da mente qualquer pensamento sobre Hyunjin. Ele precisava focar no presente, e naquele momento, Jisung era o único que importava. Ele gostava dele, sabia disso. Não era difícil se deixar levar por ele, especialmente quando as mãos de Jisung corriam pela sua pele e faziam o corpo de Felix vibrar.

Logo, as roupas estavam no chão, esquecidas. Felix mordeu o lábio enquanto se posicionava em cima de Jisung, as pernas envolvendo a cintura dele. Ele olhou nos olhos de Jisung e, sem hesitar, desceu sobre ele, cavalgando com uma vontade que deixava claro o desejo que sentia.

— Felix... — Jisung murmurou, a voz rouca e baixa, enquanto segurava o quadril de Felix, ajudando a guiar seus movimentos. — Isso... tão bom...

Os gemidos de Felix preenchiam o quarto enquanto ele se movimentava, sentindo o corpo de Jisung profundamente dentro de si. Cada estocada o fazia esquecer por um momento do que acontecia do lado de fora, de Hyunjin, de seus medos. Ele se entregava completamente ao prazer, deixando-se levar pelo calor do momento.

— Ah... Jisung... — Felix suspirava, os olhos fechados, a cabeça jogada para trás enquanto cavalgava com mais intensidade, buscando sentir cada segundo, cada toque.

— Isso, amor... assim... — Jisung dizia, os dedos apertando ainda mais a pele de Felix, os gemidos escapando de seus lábios enquanto ele se perdia no corpo do namorado.

Por alguns minutos, nada mais importava. Felix estava ali, presente, concentrado em Jisung, no prazer que fluía entre eles. Não havia espaço para preocupações, para o silêncio do celular ou para memórias dolorosas. Apenas o calor, o desejo e os sussurros no quarto.

Finalmente, quando ambos chegaram ao clímax, Felix caiu sobre o peito de Jisung, ofegante, os corpos suados e saciados. Jisung acariciou os cabelos de Felix, que ainda tentava normalizar a respiração, sentindo o peso da realidade lentamente voltando.

— Você está bem? — Jisung perguntou, preocupado, mas com um sorriso satisfeito nos lábios.

Felix assentiu, levantando a cabeça para olhar para ele.

— Estou... muito bem.

Jisung sorriu, puxando-o para mais um beijo, sem perceber as sombras que ainda rondavam a mente de Felix. Mesmo naquele momento de prazer, a presença de Hyunjin ainda pairava, silenciosa, mas constante, no fundo da mente de Felix.