Na manhã seguinte, Jisung estava em um humor que transbordava felicidade. Ele andava pela agência com um sorriso largo no rosto, cumprimentando todos com uma energia renovada. Chan e Changbin perceberam de imediato a mudança.
— Alguém acordou de ótimo humor hoje! — brincou Chan, jogando uma bolinha de papel em Jisung.
— Pois é... — disse Changbin, com um sorriso sugestivo. — Alguma coisa interessante aconteceu ontem à noite?
Jisung riu, balançando a cabeça e tentando disfarçar, mas o brilho nos olhos e o sorriso teimavam em não desaparecer. Ele se jogou na cadeira de seu escritório e, ao invés de se defender, apenas respondeu com uma frase que entregava tudo sem dizer muito.
— Vocês podem especular à vontade — disse ele, dando de ombros, mas sem conseguir conter a risada.
Chan e Changbin se entreolharam e riram, claramente satisfeitos com a reação de Jisung.
— Nem precisa entrar em detalhes, seu sorriso já diz tudo! — provocou Changbin, voltando ao trabalho, mas não sem deixar de soltar um último comentário. — Quem diria que o trabalho seria sua segunda prioridade hoje.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, Felix estava completamente imerso no ensaio de dança. O estúdio estava quente e abafado, e o suor já pingava de sua testa, molhando a ponta dos cabelos loiros, enquanto ele se movia pela sala com uma precisão impressionante. A música preenchia cada canto do estúdio, e Felix, como sempre, entregava tudo de si na coreografia.
Ele se sentia vivo quando dançava. A dança era a única forma que ele conhecia de se desconectar da realidade e expressar tudo o que sentia — a dor, a saudade, e até as alegrias mais fugazes. Perdia-se nos movimentos, seu corpo pequeno e magro flutuando pelo estúdio com uma leveza que deixava os colegas em silêncio, admirados. Ele estava tão envolvido que nem percebeu que, em um momento de calor, havia tirado a camiseta e jogado-a de lado.
Felix tinha um corpo pequeno e delicado, suas sardas destacadas pela luz que entrava pelas janelas do estúdio. Embora não tivesse o físico atlético dos outros dançarinos, havia algo em sua graça e leveza que chamava a atenção. As outras dançarinas da companhia, que descansavam no canto da sala, não conseguiam desviar o olhar dele. Algumas até sussurravam, trocando risinhos enquanto o observavam.
Foi quando Sabrina se aproximou silenciosamente e murmurou algo em seu ouvido, mal contendo o riso.
— Parece que você está roubando a atenção de todo mundo... — Sabrina disse, olhando de canto para as dançarinas que cochichavam e sorriam ao ver Felix sem camisa.
Felix parou, o rosto imediatamente corando. Ele olhou ao redor, percebendo os olhares e as risadinhas discretas das colegas, e sentiu o calor subir por seu pescoço. Mesmo após anos na dança, ele nunca se acostumara a ser o centro das atenções fora do palco.
— Ah, para com isso... — Felix murmurou, tentando esconder o embaraço, e rapidamente pegou a camiseta no chão, vestindo-a de volta. Ele sorriu de canto, balançando a cabeça. — Agora você me deixou com vergonha.
Sabrina deu um tapinha em seu ombro, sorrindo.
— Não precisa ficar vermelho, Felix. Eles só estão impressionados com o seu talento... e com outra coisa, talvez — ela provocou, piscando para ele.
Felix riu, embora ainda estivesse corado. Ele sabia que Sabrina só queria descontrair o momento, mas aquilo o deixava ligeiramente desconfortável.
— Você adora me envergonhar, né? — ele brincou, dando um empurrãozinho leve em Sabrina.
Ela riu, jogando a garrafinha de água para ele, que a pegou no ar, ainda sorrindo.
— Faz parte do meu trabalho, amigo — Sabrina disse, piscando. — Mas, falando sério, você arrasou hoje. Todo mundo percebeu.
Felix abriu a garrafinha e tomou um gole, tentando se recompor. Mesmo com a vergonha, ele se sentia bem. A dança sempre o fazia se sentir mais leve, e saber que estava sendo admirado de alguma forma, mesmo que fosse por algo que o deixasse tímido, trazia um pouco de conforto.
— Valeu — respondeu ele, jogando-se em um canto da sala para respirar antes de retomar o ensaio.
Sabrina apenas sorriu, acenando antes de se afastar para sua própria pausa. Felix observou-a por um momento e, em seguida, voltou a se concentrar na música, seus pensamentos finalmente silenciados pela melodia.
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Ecos Caóticos
Fiksi PenggemarAnos após a trágica morte de Hyunjin, Felix tenta reconstruir sua vida. O acidente que tirou seu marido deixou uma marca profunda, mas, três anos depois, ele finalmente encontra conforto nos braços de Jisung, seu novo namorado. Em meio à agitação de...