Quinze

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Naquela tarde ensolarada, Felix e Jisung decidiram aproveitar o bom tempo. O céu azul e o calor suave de Nova Iorque eram um convite para sair de casa e sentir a vibração da cidade. Caminhando de mãos dadas, os dois passearam pelo centro, observando vitrines e entrando em algumas lojas. O ambiente era cheio de vida, e Felix sentia o peso de seus pensamentos diminuírem conforme os momentos tranquilos e leves ao lado de Jisung se passavam.

— Olha só esse chapéu! — Jisung exclamou, pegando um boné colorido em uma loja de acessórios. Ele o colocou na cabeça e virou-se para Felix, fazendo uma pose exagerada. — Que tal?

— Você ficou... hum... maravilhoso, acho — Felix riu baixinho, seus olhos brilhando com o jeito divertido de Jisung. Ele pegou o boné da cabeça dele e colocou em si mesmo. — Eu sou melhor nisso, admita.

— Sempre tem que competir, né? — Jisung brincou, pegando de volta o boné e bagunçando os cabelos de Felix.

Depois de algumas compras, eles seguiram para o Central Park, onde decidiram fazer um piquenique. Compraram alguns doces e salgados em uma padaria local e se acomodaram em um gramado tranquilo, onde o som das folhas ao vento e o leve burburinho das pessoas ao redor criavam uma atmosfera relaxante.

— Eu adoro esse lugar — Jisung comentou, enquanto abria uma sacola com croissants e brownies. — A gente devia vir mais vezes. Sério, olha só essa vista.

Felix olhou ao redor. O parque estava vivo com famílias, casais e amigos aproveitando o bom tempo. Ele sorriu e concordou.

— Tem razão... é lindo aqui — Felix disse, pegando um pedaço de brownie e dando uma mordida. Ele olhou para Jisung, que parecia genuinamente feliz, rindo de algo bobo que tinha visto do outro lado do parque.

A conversa fluía de forma natural entre eles. Riam de piadas internas, relembravam pequenos momentos do último ano juntos. Jisung tinha uma habilidade especial de fazer Felix esquecer, ainda que por um momento, a dor que carregava. E naquela tarde, foi exatamente isso que aconteceu. Felix não pensou em Hyunjin, não teve aquela sombra pesada sobre ele. Ele estava ali, presente com Jisung, e isso bastava.

— Quer mais um pedaço? — Jisung perguntou, oferecendo outro croissant.

— Não, já estou satisfeito — Felix respondeu, limpando os dedos no guardanapo.

Em um momento de silêncio, Jisung olhou para Felix, um brilho travesso nos olhos. De repente, ele puxou Felix pela cintura, fazendo com que ele caísse mais próximo.

— Vem cá, você não escapa de mim assim tão fácil — Jisung murmurou, a voz baixa e cheia de intenção.

Antes que Felix pudesse responder, Jisung o beijou calorosamente. O beijo era intenso, cheio de paixão e desejo, como se Jisung quisesse marcar aquele momento como algo especial. Felix, pego de surpresa, retribuiu o beijo, seus braços envolvendo o pescoço de Jisung enquanto sentia a energia fluindo entre eles. O calor do sol, o som suave do parque ao redor e o toque de Jisung faziam Felix sentir algo que ele não sentia há muito tempo.

Quando o beijo terminou, Felix se afastou levemente, suas bochechas coradas, e ele sorriu timidamente.

— Calma aí, tem gente olhando... — Felix murmurou, mordendo o lábio inferior e desviando o olhar.

— E daí? — Jisung respondeu com um sorriso malicioso, puxando Felix mais uma vez para perto. — Eu não me importo, e você também não deveria. Eu te amo, sabia?

Felix olhou para ele, o sorriso nos lábios diminuindo um pouco. Ele não sabia bem o que dizer. Aquela frase sempre o deixava sem jeito, uma mistura de carinho e culpa que ele tentava evitar. Mas em vez de responder diretamente, ele se inclinou para dar um selinho em Jisung, sua maneira silenciosa de mostrar que, de alguma forma, ele também se importava.

— Eu sei... — Felix murmurou, ainda tímido, mas com um sorriso no rosto.

Eles permaneceram ali por um bom tempo, trocando carinhos e beijos, aproveitando o dia bonito e o calor um do outro. Jisung era assim, sempre cheio de energia e amor, enquanto Felix, mesmo que mais reservado, sabia que ele também merecia aqueles momentos de felicidade, mesmo que sua mente às vezes tentasse levá-lo para longe. Naquele dia, porém, ele decidiu ficar no presente, nos braços de Jisung.

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