confessa que você gosta dele...

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Thaila Garcia
Colômbia

Quando ele finalmente decidiu que tinha que ir para a concentração, eu já estava meio enrolada, adiando a despedida. Ele precisava se concentrar para o jogo, e eu ainda tinha que voltar para o hotel, trocar de roupa e, claro, buscar a Fernanda. Ela ia assistir o jogo comigo.

A gente foi caminhando até a porta do quarto dele, e ele já começou com as perguntas de novo:

— Certeza que vai usar a camisa com meu nome da seleção? — perguntou pela quinta vez, com aquele sorriso convencido.

Eu não conseguia evitar a risada. Adorava provocar ele.

— E se eu não usar, vai fazer o quê? — provoquei, cruzando os braços e fingindo que eu não tava nem aí.

Ele me puxou pela cintura, me deixando colada nele, e respondeu com aquele tom de quem já sabe a resposta:

— Você já tá com ela separada, não adianta mentir.

Eu suspirei, derrotada. Claro que eu já tinha separado a camisa, mas não ia dar o gostinho de admitir tão fácil assim. Dei um beijo nele e sussurrei:

— Talvez... Você vai ter que esperar pra ver.

Ele riu, me deu outro beijo e saiu, mas antes de virar o corredor, olhou pra trás, levantou as sobrancelhas e falou:

— Vou te ver na arquibancada com aquela camisa, certeza.

E eu só balancei a cabeça, rindo de como ele era insistente.

Eu e Fábio chegamos de volta ao hotel e, assim que entramos no lobby, demos de cara com a Fernanda. Ela estava com os braços cheios de sacolas de compras, e eu não consegui segurar a risada.

— Meu Deus, Fernanda! Isso tudo é necessário? — perguntei, provocando.

Fábio riu também, enquanto ela fazia seu melhor drama, revirando os olhos e suspirando profundamente.

— Eu só comprei o básico, Thaila! Não é nada demais... — disse, entregando as sacolas para Fábio como se fosse a coisa mais natural do mundo. Ela já ia se afastando em direção ao elevador, toda pomposa.

Fábio me olhou, incrédulo, com as mãos cheias de sacolas, e eu apenas dei de ombros, segurando o riso.

—Mãe, com que roupa você vai hoje? — perguntei, ainda rindo.

Ela deu uma olhadinha para trás antes de responder, com um sorriso meio travesso.

— Vou usar a camisa que o Richard me deu, claro.

Eu parei na hora, com os olhos arregalados.

— A camisa que o Richard te deu? Aquela da seleção colombiana? — perguntei, tentando disfarçar a surpresa, mas já imaginando a cena.

Ela riu.

— Sim, a mesma! Ele disse que a sogrinha tinha que usar, né? — respondeu, imitando a voz de Richard, e eu quase morri de rir.

— Mas você disse na cara dele que jamais ia usar! — eu disse, incrédula.

Ela deu de ombros, se fazendo de desentendida.

— E daí? Eu achei fofa! — confessou, entrando no elevador com um sorriso satisfeito.

Eu balancei a cabeça, ainda rindo. Não acreditava que ela realmente tinha gostado do presente depois de tanto drama.

Desci para o lobby do hotel já pronta, usando minha saia branca combinada com a camisa da seleção colombiana com o nome de Richard nas costas. Nos pés, um tênis confortável, afinal, o dia seria longo. Quando entrei no saguão, não pude deixar de soltar uma risada ao ver Fernanda também usando a camisa que Richard havia dado a ela. A sogrinha estava toda orgulhosa com o nome dele estampado nas costas, e, claro, eu não deixaria essa passar.

Entre nós- RICHARD RIOSOnde histórias criam vida. Descubra agora