Sempre irei de proteger (3/3)

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- Não quero voltar pra lá. - Ela diz, os braços abraçando os joelhos, o olhar molhado olhando para o canto da cela, com uma tensão estampada em seu rosto.

- Eu vou falar com meu pai pra vê se tem outras celas disponíveis. - Digo tocando no ombro dela, sua expressão muda para algo mais calmo e se encolhe mais um pouco.

- Não me importo em dormi no chão do corredor, ou na grama, até com os animais...- o molhado de seu olhar transborda para o rosto, sua voz fica arrastada, ela fecha os olhos momentaneamente antes de começar a chorar.

- Olha nem pensa nisso, tá? - A abraço.

- Lia...ela... - apenas deixo que ela desabe novamente em meu peito.

Meu pai aparece na porta da cela, e observa a cena com uma certa angustia. Ele sai e fica na porta, eu espero alguns minutos até S/n se acalmar mais e vou até ele.

- Tem alguma cela? Definitivamente ela não pode voltar pra lá.

- Eu sei, estou vendo isso. Eu também não quero que volte, aquele bloco está contaminado. Ninguém pode ficar lá.

- E então...?

- mas não consegui arranjar uma cela pra ela, são muitas pessoas.

- Ela pode ficar aqui?

- Você não vai se incomodar?

- Não.

- Vai ser só por essa noite. Amanhã você e as outras crianças irão ficar em uma sala específica, com o surgimento dessa doença a gente não pode ficar se misturando com os outros, já apareceram muitos infectados.

- o que? - Meu pai levanta uma sombrancelha. - Jura que vai me deixar com um bando de crianças? Sabe que eu posso ajudar.

- Prefiro te manter em segurança.

- Eu estou em segurança. - cruzo os braços.

- Carl, não discuta. - Respiro fundo, não posso desobedece-lo.

- Tá.

- Que bom que estamos entendidos.

Daryl aparece logo em seguida, o chamando. Eu entro na cela antes que possa dizer qualquer coisa. Me sento na cama e respiro fundo. S/n olha pra mim por um momento.

- Você pode dormir aqui comigo.

- An?

- É. - Pego mais um travesseiro e coloco na cama.

- Não quero te incomodar a cama é pequena e...

- Eu não me importo, meu pai também não.

- E-então tá. - ela se deita na cama ficando no cantinho, eu me deito também virando de costas pra ela.

Apaguei a vela, a cela ficou escura.

[...]

S/n não estava fazendo nenhum barulho, ela nem sequer se mexia mas de alguma forma eu sabia que ela não estava dormindo. E isso não me deixava dormir também.

- Por que não dorme?

- Não estou com sono.

- Não mesmo?

- Não posso dormir. - Ela diz, me viro para ela.

- Por que não?

- Se aquelas coisas voltarem?

- Não vão, a cela tá bem trancada e protegida. - Pego na mão dela e a seguro. - Não vou deixar ferirem você. - beijo sua testa.

Nós dois nos encaramos, a cama era pequena estávamos bem próximo um do outro, eu tiro o cabelo do rosto rosto dela e o toco. Nunca notei que ela era tão bonita.

imagines • Carl Grimes Onde histórias criam vida. Descubra agora