Capítulo 9

149 20 2
                                    

Pov Camila

Hoje, Bento acordou um pouco enjoadinho. Notei que ele estava mais quieto do que o normal, e a minha intuição materna me dizia que algo não estava certo. Decidi levá-lo comigo para o trabalho; era a única maneira de garantir que eu pudesse levá-lo ao médico depois. Ele não quis brincar com as meninas, apenas ficou sentado, com a carinha pálida, e isso partia meu coração.

Após terminar minhas atividades, levei Bento ao médico. A espera foi longa e entediante, mas o que mais me preocupava era a expressão dele. Finalmente, quando o médico chegou, diagnosticou uma gripe chamada mão-pé-boca, comum entre crianças da idade dele. Recebeu um atestado de cinco dias, o que significava que ele teria que ficar com a babá. O pensamento de que não poderia ficar em casa com ele me deixou angustiada, mas as obrigações do trabalho não me deixavam opção.

Enquanto me preparava para voltar para casa, recebi uma visita inesperada de Lauren. Soube pelas filhas que Bento estava doente e trouxe alguns remédios e mimos. Fiquei surpresa com a preocupação dela, e o gesto foi, de certa forma, tocante. Eu conhecia Lauren apenas superficialmente, mas sempre a via como uma mulher de atitude firme e decidida. A maneira como ela se portava me intrigava; havia algo nela que despertava minha curiosidade.

Enquanto conversávamos, pude notar os pequenos detalhes que geralmente passavam despercebidos. O olhar intenso de Lauren, por exemplo, parecia esconder uma profundidade de emoções que ela raramente demonstrava. Fiquei imaginando o que se passava em sua mente, quais eram seus medos e anseios. Embora nossas vidas fossem tão diferentes, havia uma conexão sutil que começava a se formar entre nós, algo que eu não esperava.

Nossos papos eram breves e objetivos, mas havia um tom de sinceridade que tornava a conversa mais significativa. Eu queria saber mais sobre ela, sobre o que a motivava e o que a tornava tão forte. Lauren tinha um jeito de ser que atraía as pessoas, e mesmo eu, que sempre fui cautelosa, sentia uma curiosidade crescente. O que a tornava tão enigmática?

Ela mencionou rapidamente as gêmeas, Clarice e Helena, mas parecia que havia algo mais. A maneira como falava sobre elas tinha um ar de proteção e preocupação, mas ao mesmo tempo, uma sombra de culpa pairava sobre suas palavras. Eu não sabia o que exatamente estava acontecendo em sua vida, mas queria descobrir.

Depois de alguns minutos, Lauren se despediu e foi embora. Ao fechar a porta atrás dela, senti uma pontada de solidão. A visita dela havia trazido um pouco de luz ao meu dia cinzento, e eu não podia deixar de pensar em quão diferente ela era do que eu imaginava. Havia uma história por trás de sua fachada, e eu estava determinada a descobrir o que era.

Voltei para a rotina do dia, mas a imagem de Lauren continuava na minha mente. Eu sabia que precisava me concentrar em Bento e em sua recuperação, mas a curiosidade sobre a vida de Lauren não me deixava em paz. O que mais eu poderia descobrir sobre a mulher que se tornou uma figura tão intrigante em meio à confusão da maternidade?

A Dama da noite Onde histórias criam vida. Descubra agora