Capítulo 22

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Ao entardecer, com o sol começando a desaparecer no horizonte, um silêncio sombrio se instalou. Os minutos passavam devagar, e a ansiedade aumentava em todos. Exatamente às 19h59, o celular de Lauren vibrou. Ela pegou o aparelho e, ao ver o nome de Otto, sentiu o coração acelerar. Na mensagem, Otto não hesitava:

"Eu não posso voltar atrás. O que seria da minha família se recuássemos?"

O relógio então marcou 20h em ponto, e outra mensagem chegou:

"Que comece o banho de sangue, Laurenzinha."

Ao ler as palavras finais, Lauren sentiu uma mistura de raiva e medo. Com um movimento brusco, jogou o celular longe, seu rosto endurecido pelo terror que aquelas palavras traziam. Camila, que estava sentada ao lado, segurou o braço de Lauren, entendendo o que isso significava. No olhar de Lauren, a certeza amarga: a guerra havia começado, e agora não havia como fugir dela.

Enquanto todos absorviam o impacto da mensagem, Lauren se levantou, determinada. Mesmo que as sombras daquela guerra ameaçassem cada parte de sua vida, uma coisa era clara: ela faria o que fosse necessário para proteger aqueles que amava.

A sala estava tomada pelo silêncio depois das mensagens de Otto, e cada um ali entendia a gravidade do que aquilo significava. Lauren estava determinada, mas o peso da responsabilidade era avassalador. Ela não permitiria que ninguém sob seu teto fosse ferido, mas sabia que Otto era implacável e não desistiria facilmente.

Depois de alguns segundos de quietude, Lauren deu ordens precisas para os seguranças posicionados na mansão. "Fechem todos os acessos secundários e reforcem a vigilância. Quero todos em alerta máximo. Ninguém entra e ninguém sai sem minha permissão."

Camila observava Lauren, admirada e ao mesmo tempo preocupada. Sabia que aquela guerra estava colocando Lauren à prova de um jeito que ninguém mais poderia entender. Discretamente, Camila se aproximou e tocou o ombro de Lauren, oferecendo um apoio silencioso.

— Se precisar de qualquer coisa, estou aqui, — murmurou Camila, tentando transmitir um pouco de calma em meio ao caos.

Lauren olhou para ela e, por um momento, seus olhos duros suavizaram. — Só quero que todos vocês fiquem seguros. Não posso arriscar perder mais ninguém que amo.

Camila sorriu de leve, tentando tranquilizar Lauren, e respondeu: — Estamos juntos nisso, Lauren. As crianças vão estar bem — e nós também.

Lá fora, o clima começava a mudar. Carros escuros rondavam as ruas da vizinhança, tentando sondar qualquer movimento na mansão. Os homens de Otto eram pacientes e disciplinados, mas sabiam que a primeira ofensiva deveria acontecer em breve, ou arriscavam perder a vantagem do elemento surpresa. Lauren percebia o cerco se apertando, mas mantinha a postura firme e implacável.

Já tarde da noite, enquanto as crianças dormiam e os adultos mantinham a vigilância, um dos seguranças entrou apressado na sala e avisou: — Temos movimentação na entrada norte. Provável tentativa de invasão.

Lauren suspirou fundo e olhou para os que estavam presentes na sala. A guerra havia chegado até ali, e não havia mais como evitar o confronto. Ela se dirigiu a Camila com um tom firme: — Cuide das crianças. Não importa o que aconteça, mantenha-as em segurança.

Camila assentiu, sua expressão decidida, e levou Bento, Helena e Clarice para um dos quartos mais protegidos, longe do alcance dos invasores. Enquanto isso, Lauren pegava sua arma e se preparava para enfrentar o inimigo. Cada segundo contava, e ela sabia que o primeiro embate seria crucial para definir os próximos passos.

Ao som dos primeiros tiros que ecoaram pela mansão, Lauren sentiu o peso de sua responsabilidade. Estava determinada a proteger sua família — e também Camila e Bento, que agora eram parte dela.

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