A Dama da noite

Capítulo 44

O relógio marcava altas horas quando Lauren finalmente se viu frente a frente com Moretti. A tensão no ar era palpável, e ela sabia que o que acontecesse ali teria implicações duradouras, não apenas para ela, mas para o império que havia construído com tanto esforço. Seus olhos estavam fixos no homem à sua frente, e ela não podia mostrar fraqueza. James permanecia ao seu lado, atento e pronto, mas Lauren era quem comandava a cena.

Moretti, agora com um semblante mais sério, olhou para ela, as palavras carregadas de desprezo.

— Você não entende, Lauren. Isso é maior do que você. — Ele disse, apontando para a cidade ao seu redor. — Não há espaço para você aqui.

Ela sorriu, sem desespero, apenas uma leve ironia nos lábios.

— E você acha que vai me intimidar com isso? — Lauren respondeu, sua voz baixa, mas carregada de autoridade. — Eu não sou apenas uma mulher, Moretti. Sou o futuro dessa cidade. E se você não entender isso, vai desaparecer do mapa.

No exato momento em que ela terminava a frase, o som de tiros ecoou pela sala, um sinal claro de que os capangas de Moretti estavam tentando tomar o controle. Mas Lauren não se intimidou. Ela sabia exatamente o que fazer, e com um movimento rápido, sinalizou para James reagir. Ele não hesitou, e a troca de tiros se iniciou. Não era mais uma negociação — era uma batalha pela sobrevivência.

Enquanto isso, em Los Angeles, a situação estava longe de ser mais calma. Max estava em seu escritório, seu olhar fixo nas telas do monitor, onde as movimentações da cidade eram monitoradas. O telefone tocou, e, ao olhar para a tela, viu que era Francesca ligando.

— O que descobriu? — Max perguntou, sem perder o foco.

— Temos infiltração, Max. Um de nossos próprios está vendendo informações para os rivais. Encontrei evidências de que algumas transações foram desviadas. Precisamos agir agora, antes que a informação chegue ao queixo da Cosa Nostra. Eu já estou em movimento, mas você precisa vir até aqui para discutirmos os próximos passos. — A voz de Francesca estava fria e precisa, sem hesitação.

Max sabia que precisava tomar controle da situação imediatamente. Ele precisava confiar em Francesca, mas também sabia que uma movimentação errada poderia resultar em uma guerra interna. Não seria a primeira vez que algo assim acontecia, mas ele não estava disposto a perder terreno tão facilmente.

— Entendido. Vou coordenar aqui. Aguarde.

Max desligou, e imediatamente começou a dar instruções a seus homens. Havia muitas peças em movimento, e ele sabia que cada uma delas precisava ser colocada no lugar certo. A lealdade interna estava sendo testada, e ele precisava garantir que nada fosse deixado ao acaso.

Enquanto ele lidava com isso, Dinah, em Los Angeles, estava enfrentando seu próprio desafio. Ela estava no comando da empresa de joias que Lauren usava como fachada para cobrir parte de seus negócios ilegais, e uma crise havia estourado ali também.

A situação na empresa era delicada. Dinah havia recebido uma ligação de um dos gerentes da loja principal, que estava preocupada com uma possível investigação da polícia. Havia surgido uma denúncia anônima sobre a origem dos fundos da empresa, o que estava começando a chamar a atenção das autoridades.

Dinah sabia que isso não era apenas um incidente isolado — alguém estava se movendo por trás das sombras para expor Lauren e sua organização. E se a fachada da empresa fosse derrubada, isso colocaria em risco toda a rede de operações da Cosa Nostra, não apenas em Los Angeles, mas em várias cidades onde seus negócios estavam em expansão.

Ela passou a mão pela testa, um sinal claro de frustração. O telefone tocou novamente, e Dinah atendeu sem hesitação.

— Dinah. — A voz do gerente de segurança soou do outro lado da linha. — Temos problemas. As movimentações estão ficando visíveis. As investigações estão mais intensas. Eu sugeriria fechar temporariamente, enquanto reavaliamos a situação.