Capítulo 30

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Após voltar à rotina, Lauren ainda mantinha-se à distância de certos assuntos enquanto Max a representava em reuniões e encontros mais delicados. Os dias se seguiam com uma calmaria controlada, até que uma ligação trouxe uma surpresa: Dinah Jane estava de volta à cidade. A amiga de longa data, confidente e pessoa de confiança, não hesitara em ligar assim que desembarcou, ansiosa por rever Lauren depois de um longo período fora cuidando de sua empresa de publicidade.

Quando Dinah chegou à casa de Lauren, as duas se cumprimentaram com um abraço apertado, a familiaridade e a lealdade pulsando no ar. Dinah sempre soubera da vida criminosa de Lauren, e, apesar de seguir um caminho mais "comum", ela nunca a julgara; ao contrário, sempre estivera ao lado da amiga, apoiando-a nas sombras e assegurando que as duas mantivessem contato. Além disso, com Normani e seu filho Mattheo agora bem estabelecidos em Los Angeles, Dinah parecia finalmente mais presente na vida que tanto prezava.

A conversa fluiu com naturalidade, enquanto Dinah perguntava como estavam as meninas, e Lauren contava um pouco sobre Helena, Clarice e as novas fases pelas quais as gêmeas estavam passando. Lauren sentiu-se tentada a mencionar Camila, mas acabou evitando o assunto, ainda incerta sobre como definir o que estava acontecendo entre as duas. Já Dinah falou sobre Normani e Mattheo, destacando o entusiasmo do filho por estar numa cidade nova, o que parecia refletir o lado aventureiro do casal.

Com o fim da noite se aproximando, a conversa mudou para os negócios. Lauren, sempre cuidadosa, falou dos desafios recentes, e Dinah ofereceu sua ajuda para reforçar a imagem de qualquer empreitada de Lauren que precisasse de uma "roupagem" mais respeitável. Sabendo que a amiga era uma das poucas que conhecia todos os segredos e sempre agia com a máxima discrição, Lauren se permitiu relaxar um pouco.

Enquanto a noite avançava, Dinah e Lauren se acomodaram no escritório particular de Lauren, longe dos olhares curiosos de qualquer um que pudesse interromper. Com a porta fechada, as duas amigas estavam no terreno seguro para discutir as coisas com franqueza.

“Então, me conte... como estão as coisas aqui de verdade?” Dinah perguntou, seu olhar sério, mas ainda com um toque amigável.

Lauren suspirou, ajustando-se na cadeira. “A mesma loucura de sempre, mas talvez... mais intensa.” Ela hesitou por um momento, refletindo sobre o caos que a cercava desde os últimos eventos e o peso da responsabilidade de proteger sua família. “Max tem segurado a maior parte dos assuntos de rua enquanto eu fico mais recuada. E, bom, tem uma pessoa nova envolvida nisso.”

Dinah ergueu uma sobrancelha, interessada. “Uma pessoa nova? Algo importante?”

Lauren hesitou, pensando em Camila. Não era exatamente algo que ela queria discutir profundamente, mas a amizade e a confiança que tinha em Dinah foram suficientes para que deixasse escapar um pouco. “É complicado. Ela é... especial, mas não sei até onde isso vai. As meninas estão envolvidas também, e não quero correr nenhum risco.”

“Ah, então ela é importante mesmo,” Dinah observou, com um meio sorriso. “Mas, como sempre, você pensa primeiro nas meninas. Isso é o que te faz diferente, Lauren. E eu sei que, seja quem for, você vai lidar com isso do seu jeito.”

Lauren assentiu, aliviada pelo apoio da amiga. Mas, antes que pudesse responder, um som leve de passos ecoou pelo corredor. As duas se voltaram, e a porta se entreabriu, revelando Helena e Clarice, que espiavam timidamente.

“Mamãe! A gente pode ficar com você e a Tia Dinah?” Helena perguntou, seus olhos brilhando.

Dinah riu, fazendo um gesto para que as meninas se aproximassem. “Claro que podem, princesas! Estava morrendo de saudade de vocês.”

Enquanto as gêmeas se acomodavam entre as duas mulheres, Lauren e Dinah trocaram olhares cúmplices. Ali, naquela pequena reunião improvisada e cercada por aqueles que mais importavam, Lauren sentiu o peso de seus deveres atenuar um pouco. Com o apoio de Dinah e a presença das filhas, ela sabia que, por mais complicada que a vida fosse, ela nunca enfrentaria nada sozinha.
Dinah, com uma das gêmeas em cada braço, começou a contar histórias de suas viagens recentes, adaptando o tom para manter o lado mais "aventuroso" e esconder o entediante dos compromissos de negócios. As meninas, sempre curiosas, ouviam atentas, gargalhando e fazendo perguntas.

A Dama da noite Onde histórias criam vida. Descubra agora