A Frieza da Traição
Lauren caminhava em silêncio pelos corredores de concreto do galpão abandonado, onde a traição havia sido finalmente descoberta. Seus passos eram firmes, ecoando no vazio da noite, e o som de cada pisada parecia carregar a sentença que ela já havia decidido.
Diante dela, amarrado a uma cadeira com as mãos ensanguentadas, estava Marcos, um de seus homens de confiança. Ele tinha sido leal por anos - ou assim ela acreditava. Agora, com a verdade exposta, não havia espaço para clemência. O ar estava pesado, carregado com o cheiro metálico de sangue e o terror mudo de alguém que sabia o que estava por vir.
Lauren mantinha sua expressão inabalável. Seus olhos frios e calculistas não revelavam nada: nem raiva, nem decepção, apenas uma calma mortal. Ela nunca se permitia sentir diante dos outros. Sentimentos, afinal, eram uma fraqueza que não podia se dar ao luxo de exibir.
- Eu... eu não tinha escolha - Marcos murmurou, sua voz rouca pelo medo e pela dor. - Eles... me ameaçaram. A minha família...
Lauren o interrompeu com um levantar de mão, um gesto quase delicado, mas que imediatamente calou qualquer tentativa de explicação. Ela se aproximou dele lentamente, tirando as luvas de couro uma a uma, sem desviar o olhar do traidor.
- Não se trata de escolha, Marcos - sua voz saiu baixa, quase um sussurro, mas cada palavra carregava um peso que sufocava. - Trata-se de consequências.
Ele tremeu visivelmente, mas Lauren permaneceu implacável. A traição não era apenas um erro. Era um veneno, algo que, se não tratado com firmeza, se espalharia, corroendo tudo o que ela havia construído. E Lauren não permitiria isso.
Ela puxou uma faca da bainha presa à sua cintura, observando o reflexo da luz na lâmina com um interesse clínico. Ainda sem demonstrar qualquer emoção, caminhou ao redor de Marcos, cada passo calculado, como um predador estudando sua presa.
- Eu... eu posso consertar as coisas - ele implorou, sua voz falhando. - Eu juro que posso!
Lauren parou atrás dele, ouvindo o som abafado de sua respiração acelerada. Ela sabia que ele sabia o que viria em seguida. Havia um breve momento de silêncio, quebrado apenas pelo som da faca cortando o ar. Quando ela finalmente falou, foi com a mesma frieza inabalável:
- Não há nada para consertar.
O golpe foi rápido, preciso, cortando o silêncio como a lâmina cortou a carne. Ela segurou a faca por um instante, antes de limpá-la calmamente na manga do casaco de Marcos, sem demonstrar um pingo de emoção ou hesitação. O trabalho estava feito. Não havia necessidade de prolongar a cena.
Sem olhar para trás, Lauren se virou e saiu do galpão, deixando o corpo sem vida no escuro, sem qualquer remorso ou arrependimento. Ela não olhou para o sangue que manchava suas mãos, seu rosto, seu casaco. Para ela, aquilo era apenas mais uma tarefa completada. Um problema resolvido
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Quando chegou em casa, a mansão estava em silêncio. As luzes estavam apagadas, e a única coisa que quebrava a escuridão era a luz suave vindo do quarto de suas filhas. Elas já estavam dormindo, como deveria ser. Ela subiu as escadas sem fazer barulho, parando por um breve momento na porta entreaberta do quarto das meninas.
Observou-as por um instante, seus rostos angelicais e serenos enquanto dormiam, totalmente alheias ao mundo de sangue e sombras em que sua mãe vivia. Era nesse contraste que Lauren encontrava uma estranha paz - uma distância entre o que era necessário fazer e o que importava de verdade. Sem expressar nenhum sinal de afeto ou cansaço, ela fechou a porta com cuidado.
O sangue ainda estava em suas roupas quando entrou em seu quarto. O espelho refletiu sua imagem, o contraste do líquido vermelho contra o preto de seu casaco, e mais uma vez, ela não sentiu nada. Sem emoções, sem arrependimentos. Era assim que precisava ser.
Despiu-se calmamente, colocando as roupas ensanguentadas em um saco plástico, antes de entrar no banheiro e lavar cada traço daquele momento. A água morna escorria pela pia, levando com ela os últimos vestígios do que havia feito. Seus pensamentos estavam vazios, o peso da responsabilidade já deixado para trás. Lauren não era cruel; ela era justa, fria, calculista.
Quando saiu do banheiro, não se deu ao trabalho de olhar mais uma vez no espelho. Sabia exatamente quem era e o que havia feito. Deitou-se em silêncio, deixando a escuridão do quarto envolvê-la como um cobertor. E, como em todas as noites desde a morte de Alexa, seu sono seria tão vazio quanto sua expressão
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A Dama da noite
Fiksi PenggemarLauren Jauregui, uma líder implacável da máfia, carrega o peso de um passado marcado pela perda de sua esposa, enquanto dedica sua vida a proteger e criar suas filhas gêmeas. Camila Cabello, uma professora apaixonada pela educação e mãe solteira de...