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Enquanto caminhava, Beatriz não conseguia deixar de pensar em Radinho. A imagem dele a fazia sentir um misto de ansiedade e excitação. Ela se lembrava dos momentos que compartilharam, das risadas e da química palpável entre eles. Com cada passo, a expectativa crescia, até que finalmente avistou Radinho em um pequeno ponto do morro, encostado em uma parede com o olhar perdido, como se estivesse esperando,ou até mesmo procurando por alguém.

— Radinho! — Ela gritou, a alegria transbordando em sua voz. Ele virou-se rapidamente, um sorriso se formando em seus lábios.

Ao se aproximar, Beatriz percebeu como ele sempre a fazia sentir-se especial. Radinho tinha um jeito único de iluminar os ambientes, e o calor em seu olhar era quase hipnotizante.

— O que você estava fazendo? — Beatriz perguntou, inclinando a cabeça, observando cada movimento dele enquanto ele se afastava da parede.

— Ah, só pensando na vida, sabe como é... — Radinho deu de ombros, mas o brilho em seus olhos traía o entusiasmo que ele escondia. — E na verdade, estava procurando você.

Beatriz sentiu seu coração acelerar. Era um momento tão simples, mas com Radinho ao seu lado, tudo parecia mais vibrante.

— Eu queria... — Ela hesitou por um instante, então respirou fundo e decidiu ser direta. — Queria saber se você topa dar uma volta.

— Sempre — Ele exclamou, como se a proposta fosse a melhor ideia do mundo. Radinho estendeu a mão, puxando-a gentilmente para perto. — Vem quero te mostra uma coisa

Beatriz acenou, seus olhos brilhando. Juntos, começaram a caminhar, e enquanto se afastavam do ponto onde haviam se encontrado, ela sentia uma onda de felicidade a inundar. O mundo parecia diferente ao lado dele.

— Então, me conta! Como andam as coisas? — Radinho perguntou, olhando para ela com curiosidade.

— Ah, você sabe como é... o dia a dia... — Beatriz começou, mas logo se lembrou da conversa com Wilbeth. — Ontem foi meio complicado.

— Complicado como? — Radinho se virou para ela, preocupado. A expressão dele era de genuíno interesse, e ela percebeu que poderia ser honesta.

— Wilbeth e eu tivemos uma conversa, e ele disse algumas coisas que me fizeram pensar. A verdade é que ele se preocupa comigo e… — ela hesitou, as palavras pesando. — E isso me faz pensar em tudo, no que quero pra mim.

Radinho franziu a testa, o olhar sério. — Ele está te tratando bem, né? Porque se ele estiver sendo um idiota, me avisa. Não quero que ninguém te machuque.

O gesto protetor dele a tocou de uma maneira especial.  -Ele é... diferente. Não é perfeito, mas ele tenta. E, por algum motivo, isso é importante para mim agora.

Radinho olhou para frente, seu semblante pensativo. — Eu entendo. Mas lembre-se de que você merece ser feliz, Bia. E não deve se deixar levar pelo que os outros pensam que é melhor para você.

Ela sorriu, admirando a sinceridade dele. A verdade era que Radinho sempre a apoiava, mesmo quando ela mesma não sabia o que queria.

— Eu sei... e é por isso que estou aqui com você. — Ela respondeu, e ambos trocaram um olhar significativo, como se compreendessem que aquele momento era especial.

Enquanto caminhavam, conversando sobre sonhos e planos, Beatriz sentiu a leveza no ar. A presença de Radinho ao seu lado a fazia esquecer temporariamente as complicações de sua vida. Juntos, passavam pelos becos e as vielas do morro, rindo e trocando confidências, sem pressa.

— Você sabe, eu sempre me pergunto como seria se a gente pudesse sair daqui e fazer algo diferente, longe de tudo isso — Radinho comentou, jogando a cabeça para trás e olhando para o céu, como se visualizasse um futuro melhor.

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