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Foguinho batia na porta com urgência, sua voz abafada pela batida, mas claramente desesperada. Beatriz, ainda sonolenta, correu até o quarto de Wilbeth, temendo o pior. Ao vê-lo ali, deitado e espalhado pela cama, visivelmente bêbado, ela suspirou aliviada por ele ainda estar seguro, mas imediatamente sua preocupação voltou para Foguinho, que continuava a bater na porta.

Beatriz, com pressa, abriu a porta, e Foguinho entrou rapidamente, agitado, sem nem ao menos respirar direito.

— Você viu? Já viu o noticiário? — ele perguntou, quase sem fôlego.

Beatriz o encarou com um olhar confuso, ainda tentando entender o que ele estava falando, até que Foguinho correu até a televisão e ligou a notícia.

No exato momento em que a imagem da televisão foi ligada, Beatriz ficou paralisada. Sua imagem foi estampada na tela, com manchetes acusando-a de ser a responsável pela morte de Lucas. As palavras do repórter ecoavam: "Beatriz Martins, a jovem acusada de assassinar Lucas com frieza, sendo manipulada por indivíduos perigosos do tráfico de drogas, incluindo o líder do tráfico no Dendê, Wilbeth Fonseca, e o garoto conhecido como Radinho."

O depoimento de Roberto, o acusador, não demorou a entrar no ar, dizendo que Beatriz sofria de distúrbios mentais e que o assassinato de Lucas tinha sido um ato de manipulação de Wilbeth e Radinho. Foguinho, atônito, olhava para Beatriz, esperando alguma reação dela. Ela estava em choque, ouvindo atentamente tudo o que estava sendo dito sobre ela.

A mente de Beatriz rodava, o coração batia forte, e uma sensação de pânico tomava conta dela. Ela não sabia o que fazer, mas a única coisa clara era que agora a verdade estava mais distorcida do que nunca. Ela sentia uma mistura de raiva e medo, sem saber como limpar seu nome ou como lidar com tudo o que estava acontecendo ao seu redor.

Beatriz, tremendo de raiva, apertava as mãos com tanta força que seus dedos ficavam brancos. Ela estava à beira de um colapso emocional, os olhos fixos na tela da TV. Seu corpo inteiro estava tenso, a raiva tomando conta de cada centímetro dela.

O grito que ela soltou, involuntário, ecoou pela casa, e foi o suficiente para acordar Wilbeth. Ele se levantou apressado, o rosto cheio de preocupação, correndo até a sala. Radinho, que estava no sofá, saltou para se posicionar em alerta, os olhos rápidos, procurando entender o que estava acontecendo.

Beatriz, ainda com raiva, respirava pesadamente. Ela não sabia o que fazer com todos os sentimentos misturados que estavam tomando conta dela. Wilbeth se aproximou com cautela, colocando uma mão em seu ombro, tentando acalmá-la.

- Beatriz, o que aconteceu?- Wilbeth disse, tentando trazer um pouco de controle para a situação, mas a raiva dela era incontrolável. Radinho, mais silencioso, observava tudo, seus olhos analisando a situação.

Beatriz estava cheia de raiva, seus olhos fixos na tela da TV enquanto os detalhes sobre o caso de Lucas eram transmitidos. Ela se sentou no sofá com as mãos apertando os próprios cabelos, tentando controlar o turbilhão de emoções dentro dela. O ódio que sentia por Roberto crescia cada vez mais, e ela não conseguia suportar a ideia de ele ter ficado impune.

-Eu quero a cabeça do Roberto!- ela gritou, com a voz rouca e cheia de fúria. A vontade de vingança a consumia, e ela sabia que não poderia descansar até que algo fosse feito.

Wilbeth, que estava ao seu lado, olhou para ela com um semblante sério. Foguinho, mais afastado, apontava para a TV, mostrando as imagens do noticiário que destacavam o caso de Lucas e a implicação de várias pessoas, incluindo Radinho, que estava sendo procurado. A tensão no ar era palpável.

Beatriz sentia uma mistura de emoções: raiva, medo e uma sensação crescente de impotência, mas também uma força renovada. Ela sabia que o passado estava sempre voltando, e agora, mais do que nunca, ela precisava lutar pelo que era certo.

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