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Wilbeth pegava a mão de Beatriz com firmeza e a guiava pela casa, indo em direção ao antigo quarto dela. Ele a conduzia com cautela, seus passos rápidos e silenciosos. Ele sabia que a situação estava mais perigosa do que nunca e que a noite poderia se tornar um caos.

Chegando no quarto, ele olhou ao redor, verificando a segurança do ambiente. Com uma expressão de seriedade, Wilbeth fechou a porta com cuidado, mas rapidamente foi até a janela, puxando as cortinas de forma que não houvesse nenhuma visão clara do lado de fora.

“Fica aqui, quieta, não faz barulho,” ele sussurrou, antes de ir até a mochila e pegar a “Berenice,” o fuzil de precisão que sempre carregava, que agora estava ainda mais necessário. Ele a checou rapidamente, certificando-se de que estava pronta.

Beatriz, embora assustada e nervosa, sentia a pressão no ar e sabia que precisava seguir as instruções dele, mesmo que o medo a consumisse. Seus olhos estavam fixos na arma, na confiança que Wilbeth transmitia, mas também na sua própria tensão, em saber o que estava por vir.

Wilbeth se aproximou dela e com um olhar penetrante, ainda baixo, disse: -Fique na janela. Se alguém aparecer, você me avisa.

Beatriz apenas assentiu com a cabeça, sentindo o peso da responsabilidade, e, ao mesmo tempo, a crescente sensação de que o que aconteceria a seguir poderia mudar tudo novamente.

Com a situação tensa e a adrenalina subindo, o tempo parecia desacelerar, enquanto eles se preparavam para o que estava por vir.

Radinho e Foguinho se mantinham tensos, cada um com uma arma em mãos, observando a porta do quarto com cuidado. A tensão no ar era palpável, e o silêncio só aumentava o peso da situação. Foguinho, com o olhar atento, trocava olhares rápidos com Radinho, ambos cientes de que qualquer movimento errado poderia desencadear um confronto.

Radinho, com o fuzil em mãos, sentia o peso da responsabilidade. Sabia que estava em um ponto sem retorno, e que a situação estava se tornando mais complicada do que ele imaginava. Ele olhou mais uma vez para a porta e sussurrou:

— Se alguém aparecer, a gente não pode hesitar. Atira no meio da testa.

Foguinho apenas assentiu com a cabeça, sem desviar os olhos da entrada. As batidas do coração de ambos estavam aceleradas, e o som de suas respirações pesadas preenchia o ambiente.

Enquanto o clima na sala se tornava mais pesado, o tempo parecia se arrastar. Nenhum dos dois sabia exatamente o que esperar, mas ambos estavam preparados para o que fosse necessário fazer para proteger o que importava para eles.

A tensão no ar parecia se estender por minutos, até que um som no corredor fez com que seus corpos se enrijecessem. Radinho e Foguinho se entreolharam, prontos para agir. A qualquer momento, a porta poderia se abrir.

"Já chega!,acabou. Vocês estão cercados,agente não quer machucar ninguém! Agente só quer a menina,e que vocês se entregam." O som era alto. Tava na cara que era um alto falante.

Wilbeth olhava em volta, tentando entender como eles foram cercados tão rapidamente. Ele fez um sinal para Beatriz se afastar, enquanto guardava a arma e começava a preparar a rota de fuga. O som da sirene e dos alto-falantes preenchia o ambiente, criando uma tensão palpável. Ele sabia que a situação havia se complicado, mas não queria expor Beatriz a mais perigo.

Beatriz, tremendo, olhava ao redor, a confusão e o medo dominando seus pensamentos. As palavras dos policiais ainda ecoavam em sua mente, mas o que mais a aterrorizava era a ideia de perder Wilbeth e Radinho naquele momento. Ela sentia uma necessidade desesperada de fazer algo, mas não sabia o que.

Wilbeth olhou para ela com firmeza, tentando acalmá-la. "Fica calma, vamos sair daqui", ele disse, com a voz baixa, mas cheia de determinação. Ele sabia que precisavam se mover rápido antes que a situação ficasse ainda mais difícil.

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