Radinho acordou com um leve balanço, seus olhos se esforçando para se abrir enquanto a luz do sol filtrava pelas janelas. Ele sentiu uma mão em seu ombro, era Wilbeth, que estava com uma expressão preocupada.
- Acorda, malandro! - disse Wilbeth, balançando-o um pouco mais. - Onde tá a Beatriz? Ela não está nem na sala nem no quarto.
Radinho esfregou os olhos, ainda lutando para despertar completamente. A preocupação começou a crescer dentro dele. - Eu não sei, cara. Ela tava aqui - Ele se sentou na beira do sofá, a mente ainda confusa, tentando recordar se tinha ouvido Beatriz se levantar ou sair de casa. - Eu vou tentar ligar pra ela.
Wilbeth apenas acenou, e Radinho pegou o celular em cima da mesa. Com dedos trêmulos, ele começou a discar o número de Beatriz, a ansiedade crescendo a cada toque. O telefone tocou várias vezes, mas a linha estava muda. Ele olhou para Wilbeth, que o observava com uma expressão séria.
- Se ela não atender, o que você vai fazer? - Wilbeth perguntou, um misto de preocupação e expectativa na voz.
- Não sei. Talvez ela tenha saído pra dar uma volta - Radinho tentou se convencer, mas a inquietação dentro dele só aumentava. Ele não conseguia imaginar por que Beatriz não tinha dito nada antes de sair.
O telefone finalmente foi para a caixa de correio, e a voz de Beatriz não veio. Radinho sentiu um nó na garganta. Ele se levantou abruptamente, decidindo que não poderia apenas esperar.
- Eu vou atrás dela - ele disse, já se dirigindo para a porta.
Wilbeth levantou-se também, colocando a mão no ombro de Radinho. - Espera! - disse ele, a voz grave. - Vamos juntos.
Radinho olhou para Wilbeth, reconhecendo a seriedade da situação. A preocupação no rosto do homem mais velho refletia a própria inquietação de Radinho. Ele acenou com a cabeça e juntos saíram em direção à porta, cada um perdido em seus próprios pensamentos, mas ambos determinados a encontrar Beatriz e descobrir o que realmente estava acontecendo.
Enquanto caminhavam pelo morro, Radinho tentava se lembrar das últimas horas que passou com Beatriz. O sorriso dela, as conversas e risadas... Nada fazia sentido agora. Ele só queria que ela estivesse bem, que tudo estivesse bem. E conforme desciam pela favela, a sensação de que algo não estava certo aumentava a cada passo.
Radinho caminhava de um lado para o outro, seu coração acelerado enquanto ele tentava ligar novamente para Beatriz. Ele já havia discado seu número diversas vezes, e agora a esperança de ouvir a voz dela estava se esvaindo. Finalmente, o celular apitou e, para sua alívio, a chamada foi atendida.
Beatriz estava no sofá da casa antiga, com o telefone na mão, encarando a tela como se fosse a resposta para todas as suas perguntas. Assim que ela ouviu a voz de Radinho, seu coração se apertou. Ela não queria parecer fraca, mas as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
- Beatriz? Onde você está? - a preocupação na voz de Radinho era palpável.
- Por favor, me diz que não é verdade... - ela soluçou, a angústia fazendo sua voz tremular. - Me diz que esse plano para pegar minha herança não é verdade, Radinho.
Radinho ficou em silêncio. A verdade que pairava no ar era insuportável. Ele sentiu como se uma lâmina tivesse atravessado seu peito.
Beatriz percebeu a hesitação dele e a ausência de palavras foi como um golpe. - Radinho... - ela implorou, sua voz se transformando em um sussurro, quase desesperada.
Wilbeth, que estava ao lado de Radinho, pegou o telefone da mão dele. Ele percebeu que a conversa não estava indo bem e sabia que precisava intervir. - Beatriz, me fala onde você está. Papai vai te buscar, tá bom?
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IMPUROS-Radinho
FanfictionAs vezes mudar e foda. mas sempre tem seus pontos positivos e principalmente pontos negativos.