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Enquanto Beatriz lidava com seus sentimentos em casa, Radinho estava na pracinha com Sem Sintoma, tentando se distrair da confusão que havia se instalado em sua mente. Eles estavam sentados em um banco, conversando sobre coisas aleatórias, quando Foguinho apareceu, acenando com um sorriso largo.

— E aí, meus parças! — Foguinho cumprimentou, aconchegando-se ao lado deles. Ele acendeu um cigarro, exalando uma nuvem de fumaça enquanto deixava seu fuzil de lado, apoiado no banco.

— E aí, Foguinho! — Radinho respondeu, tentando esconder a ansiedade que crescia em seu peito.

— Tô sabendo que você e a Bia andam se aproximando, né? — Foguinho comentou, dando uma piscadela. — Mas vi ela com um tal de Lucas lá no barzinho.

Radinho sentiu um aperto no estômago ao ouvir o nome desse tal Lucas. Ele não conhecia o cara,mas a ideia de Beatriz saindo com ele não lhe agradava.

— ai, eu também vi… — Sem Sintoma comentou, olhando para Radinho. — Parece que eles estavam se dando bem.

— Eu só vi os dois conversando, mas parecia que era algo a mais, sabe? — Foguinho continuou, dando uma tragada no cigarro. — falando nisso quem é esse tal de Lucas, afinal? Ela só falou que era um amigo dela.

Radinho tentava manter a calma, mas a sensação de ciúmes estava começando a se manifestar. Ele não gostava de pensar em Beatriz com outro cara, principalmente porque sentia que havia algo especial entre eles.

— Não sei, mano. — Radinho respondeu, tentando disfarçar. — Não conheço ele.

Foguinho, percebendo a mudança no tom de Radinho, começou a zoar. — Ah, vai ser só mais um cara que vai fazer ela rir. Cuidado, hein?

— Que isso, Foguinho! — Radinho retrucou, um pouco mais ríspido do que pretendia. — Eu só… só tô pensando que ela não merece qualquer um.

— Verdade, mas ela sabe se cuidar. — Sem Sintoma interveio, tentando acalmar os ânimos. — Você não precisa se preocupar com isso.

Radinho se sentou mais ereto, os pensamentos voando. Ele sabia que precisava ser honesto com Beatriz, mas a ideia de perdê-la para alguém que não conhecia o deixava inquieto.

— A gente não sabe o que ele é, mano. — Radinho disse, quase para si mesmo. — E eu não quero que ela se machuque.

Foguinho soltou uma risada. — Relaxa, irmão. Se ela realmente gosta de você, não vai ser um Lucas qualquer que vai mudar isso.

Radinho assentiu, mas a insegurança ainda o consumia. Ele sabia que tinha que falar com Beatriz, entender o que realmente estava acontecendo entre eles antes que fosse tarde demais. A conversa com Foguinho e Sem Sintoma poderia até ajudá-lo a clarear as ideias, mas a verdade é que ele precisava da presença de Beatriz ao seu lado.

— É, talvez eu deva falar com ela. — Radinho decidiu, finalmente se levantando. — Não dá pra deixar isso passar.

Foguinho e Sem Sintoma trocaram olhares, e Foguinho deu um tapinha nas costas de Radinho. — Isso aí! Vai lá, irmão. E se precisar de ajuda, é só chamar.

Radinho agradeceu e começou a caminhar, determinado a encontrar Beatriz e esclarecer os sentimentos que o atormentavam. Ele sabia que o que tinha com ela valia a pena lutar.

Sem Sintoma e Foguinho decidiram acompanhar Radinho, seguindo-o pela rua. Enquanto se aproximavam da casa de Beatriz, Foguinho parou de repente, olhando com atenção para a entrada.

— Olha lá, mano! — ele sussurrou, apontando discretamente. — Aquele garoto na frente da casa dela é o tal Lucas.

Radinho parou instantaneamente, seu coração acelerando ao reconhecer o rosto de Lucas. Ele não gostou do que viu: Lucas estava encostado na grade da casa de Beatriz, parecendo à vontade e com um sorriso no rosto. O ciúme tomou conta dele, mas antes que pudesse reagir, Foguinho continuou.

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