Capítulo 12

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Christian

— Que diabos, Grey? — Anastasia se afastou de mim e parou na calçada do lado de fora da arena. Seus olhos brilhavam de raiva. — Para onde você está me levando?

O sol do fim da tarde brilhava em seus cabelos , realçando os seus olhos. Ao contrário da maioria das garotas que conheci em boates, ela era ainda mais atraente em um ambiente normal e cotidiano, livre de toda a maquiagem e roupas justas. E, como quando nos encontramos pela primeira vez no XS no último fim de semana, ela havia voltado ao modo hostil.

Para minha sorte, uma das garotas mais gostosas que eu já havia conhecido me odiava. Ou ela era gostosa porque me odiava? Talvez fosse um pouco dos dois.

Eu não queria examinar isso muito de perto.

Mas provavelmente eram as duas coisas.

— Para a minha caminhonete. — Apontei com minhas chaves para o canto do estacionamento, onde minha F-150 preta estava estacionada várias fileiras abaixo.

— E depois? — Ela abriu o zíper da jaqueta preta e a tirou para revelar uma blusa branca de manga curta com decote em V por baixo. A blusa descia na frente, mostrando um leve indício de seu decote redondo e cheio. Mas consegui manter meus olhos acima do nível dos ombros. Principalmente.

— O que você quiser.

— Eu nem gosto de você. — disse ela.

— Você nem sequer me conhece.

— Eu conheço o suficiente. — Anastasia respirou fundo e fez uma pausa, observando-me.

Eu não disse nada. Apenas a observei e esperei que ela saísse.

Beliscando a ponta do nariz, ela soltou um suspiro derrotado. — Tudo bem.

Eu tinha recebido recepções mais calorosas das mulheres, para dizer o mínimo.

Atravessamos o estacionamento em um ritmo que, felizmente, era muito mais rápido do que a excursão bêbada do último fim de semana. Eu sempre corria muito depois dos jogos devido ao esforço físico e ao aumento metabólico que se seguia. Combinado com o clima de outono excepcionalmente quente e minhas calças escuras de terno, eu estava correndo a mil graus. Afrouxei a gravata enquanto caminhávamos e a tirei, seguida pelo paletó do terno. Eu odiava a porra do código de vestimenta para os jogos. Qual era o objetivo?

— Está tirando a roupa agora? — Anastasia perguntou secamente.

— Posso, se você quiser. — Desabotoei o colarinho e arregacei as mangas até aos antebraços. Eu estava assando. Será que estava nervoso ou algo assim? O que estava acontecendo? — Mas aí você teria que me pagar, e eu não sou barato.

— Não é isso que estou ouvindo.

Anastasia parou de repente em frente à minha caminhonete em vez de entrar. Ela olhou para mim, para o veículo e depois de volta para mim. Sua expressão ficou mais dura.

— Mudei de ideia. — disse ela, colocando as mãos nos quadris. — Não quero ir a lugar nenhum com você.

Arqueei uma sobrancelha. — Você está me dizendo que quer voltar para dentro?

— Bem, agora não posso mais. Você acabou com a minha vida.

Sério? Me parece que a vida dela explodiu, aproximadamente, na última sexta-feira. Desde então, choveram estilhaços. Mas era mais fácil me culpar, eu supunha.

— Acho que você está exagerando.

— Nem um pouco. Todo mundo vai ficar chateado comigo.

Eu bufei. — Por quê? Por seguir em frente? Hyde com certeza o fez. Embora tenha sido uma decaída, se quer saber.

Quase imperceptivelmente, ela estremeceu. Imediatamente me arrependi do que disse, embora fosse verdade - aquela garota com quem Hyde estava não tinha nada a ver com Anastasia. Nem sequer ao mesmo nível. Mas o tato não era meu forte, e ela parecia vulnerável de uma forma com a qual eu não estava acostumado a lidar.

Ela endireitou a coluna, olhando para mim. — Não, por dormir com o inimigo.

— Acho que dormir literalmente não conta. — Passei por ela e abri a porta do lado do passageiro, segurando-a para ela. — A menos que esse seja seu jeito de insinuar algo.

— Definitivamente, não.

Tudo o que eu queria era entrar na minha caminhonete e jogar o ar condicionado diretamente no meu rosto. Passar em casa e vestir uma camiseta e uma calça jeans em vez desse terno ridículo. Depois, ingerir pelo menos três pratos de comida. Eu descobriria o resto mais tarde.

Se a companhia dela fosse considerada em algum dos itens acima, melhor ainda.

Infelizmente, ela estava empenhada em discutir comigo.

Ficamos parados, em um impasse, enquanto eu cozinhava sob o sol, esperando que ela entrasse no maldito veículo. Minha caminhonete tocou, lembrando-nos de que a porta ainda estava entreaberta. Steele talvez fosse a única pessoa que eu já havia conhecido que era menos argumentativa quando estava bêbada.

É hora de diminuir um pouco a escala da situação.

Dando alguns passos, me aproximei até que ela estivesse ao alcance do braço. Na verdade, não a toquei, mas esse era o objetivo. — Steele. — Baixei minha voz, mantendo-a baixa e suave.

— O quê? — bufou ela, cruzando os braços sobre o peito.

— Você tem outros planos para esta noite?

Sua boca se fechou. — Não.

— Então, qual é o problema?

— Tudo? — Ela fez um gesto entre nós. — Você, eu, isso?

Abaixei a cabeça, chamando sua atenção. — Você está com fome? — Era apenas um palpite, mas era hora do jantar e explicaria parte de sua irritação. E eu definitivamente estava morrendo de fome. Um hambúrguer enorme estava na hora, imediatamente. Talvez dois.

Como se fosse a deixa, seu estômago gorgolejou ruidosamente. Suas bochechas ficaram rosadas, o que foi muito adorável. Ela ergueu o queixo desafiadoramente. — Não.

— Ótimo. — eu disse, ignorando sua resposta. — O que você está com vontade de fazer?

Ela olhou para baixo, para seu Converse preto. — Eu não sei. Pizza? Hambúrgueres? Não sou exigente.

— Vamos passar na minha casa para que eu possa me trocar e depois podemos comer alguma coisa. Eu pago.

— Está bem. — resmungou ela, finalmente entrando na caminhonete.




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