Capítulo 36

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Christian

Steele em minha cama sem mim. Tortura auto infligida.

Encerrei a chamada, olhando para a tela. Imaginando Steele sob os lençóis. Seus lábios carnudos. Aqueles suspiros suaves. Suas pernas longas enroscadas nas minhas...

Então, olhei para cima e vi Elliot em pé na frente de onde eu estava sentado na beirada da cama do hotel.

Ele me observou, com os lábios franzidos. 

— Como está sua namorada?

Nem vou discutir esse ponto novamente, embora, a rigor, não o tenhamos definido dessa forma.

Eu meio que queria. Mas como eu abordaria isso? Eu queria que ela fosse minha de uma forma muito básica, muito primitiva - como um homem das cavernas, como ela havia dito no vestiário.

— Ótima. — eu disse. — Estava fazendo planos para o apartamento com Kate.

— Sim. — Sua postura se enrijeceu, sua expressão mudou de divertida para algo ilegível. — Kate mencionou isso.

Eu estreitei meus olhos, estudando-o. — Você não quer que ela vá embora, quer?

E Elliot me criticou por causa de Anastasia. Esse cara.

— O quê? — Elliot fez uma careta, mas ele era um péssimo ator. — Não, está tudo bem. Ficarei feliz em ter meu espaço de volta e tudo mais... — Ele gesticulou vagamente pelo quarto, o que não ajudou em nada a vender sua mentira.

— Você sabe que os lugares que elas estão procurando ficam a apenas dez minutos de distância, certo?

A essa altura, eu estava ansioso para passar um tempo na casa de Anastasia algum dia. E não ser o inimigo público número um em sua casa seria ótimo.

— Sim, eu sei.

Ty se aproximou, com uma garrafa de cerveja âmbar na mão. — Chega de fofoca, vadias. Vamos jogar pôquer ou não? Davis e Fitz também estão participando.

— Você quer ser limpo de novo? — perguntei. — Parece que vocês dois nunca aprendem.

Não que eu deva reclamar. Um pouco mais de dinheiro no bolso nunca faz mal. E eles tornam tudo muito fácil.

— Você teve sorte. — resmungou Elliot.

Arqueei uma sobrancelha. — As últimas cinco vezes? — Levantando- me, coloquei a mão no bolso de trás da calça e tirei minha carteira.

Ty estendeu a mão livre, acenando para o dinheiro. — Ou você coloca ou cala a boca.

Depois de muitas mãos, restava apenas Fitz, um de nossos defensores seniores, e eu. Ele não era um mau jogador de pôquer, embora não fosse tão bom quanto acreditava. Ele jogava em torneios de forma recreativa, o que lhe dava um senso de confiança inflado.

E o tornou a marca perfeita.

Ty deu a última carta. A última carta me deu o nove de espadas de que eu precisava desesperadamente.

Beleza.

— Dentro. — Fitz passou a mão em seus cabelos acobreados - sua marca. Ele tinha algo, mas não o suficiente para me derrotar.

— Vire-as. — eu disse, acenando com a cabeça para a mão dele.

Fitz virou suas cartas para revelar um full house: três oitos e dois reis. Nada mal.

Em seguida, virei minhas cartas, exibindo um straight flush em toda a sua glória: nove, dez, valete, rainha e rei de espadas.

Os olhos de Fitz se arregalaram e ele deu um tapa no tampo redondo da mesa. Seu rosto ficou vermelho sob as sardas e ele fechou o punho, batendo a coxa sob a mesa.

— Droga, Grey!

— Besteira. — murmurou Elliot. — Você tinha isso na manga ou o quê?

Ty limpou a garganta. — Aham, o crupiê está bem aqui, idiota, e essa merda não funcionaria na minha mesa. Eu tenho olhos, porra.

— O quê? — Eu dei de ombros, empurrando as cartas para Tyler guardar. — Você achou que eu estava blefando?

Fitz fez um gesto com o gargalo de sua cerveja, ainda perplexo. 

— Você apostou alto em um par de dois há algumas mãos atrás.

— Tudo faz parte do jogo, meu amigo.

Aquele pote era pequeno, mas o prêmio era enorme. Isso fez com que Fitz pensasse que eu era um idiota imprudente, e foi por isso que ele apostou tudo contra mim agora mesmo.

Terminei a noite duzentos dólares mais rico. 

Não posso dizer que não os avisei. 

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