Anastasia
Coloquei meu telefone na mesa de cabeceira de Christian e deslizei para baixo das cobertas, encostando-me na cabeceira de madeira. Era estranho estar em seu quarto sem ele; sua presença permeava o quarto como um fantasma. E a cama cheirava exatamente como ele, infundida com aquela mistura inebriante de sua colônia e seu cheiro natural.
Não que eu estivesse inalando a fronha do travesseiro ou algo assim.
Oh, meu Deus, eu realmente gostava dele. Era assustador.
Um momento depois, meu celular vibrou. Meu estômago deu uma pequena reviravolta quando o peguei, clicando no ícone verde em Aceitar.
— Oi.
— Ei, linda. — disse Christian, com sua voz profunda e hipnoticamente sugestiva. Isso mexeu com meu cérebro - e com outras partes do meu corpo. — Como você está? E o que você está vestindo?
— Você está bêbado? — De alguma forma, pude perceber pelo tom de sua voz.
— Talvez um pouco.
Ao fundo, um dos rapazes gritou: — Mais do que um pouco, seu maldito peso-leve.
— Ignore Elliot. — disse ele. — No máximo, tonto.
— Você não tem outro jogo amanhã? — Eu me mexi, puxando o edredom cinza macio mais alto em volta do meu tronco para combater o frio no ar. Christian era como uma fornalha portátil; eu nunca sentia frio quando ele estava na cama comigo.
— Está tudo bem. Sou uma máquina.
— Tenho certeza. — Meu olhar percorreu o quarto, pousando na porta branca do closet de Christian. Então me lembrei do que ele disse sobre seus moletons. — Você está no hotel?
Deslizando para fora da cama, segurei o telefone entre a orelha e o ombro. Abri o armário e estudei seu conteúdo por um segundo. Como tudo o que pertencia a Christian, estava bem organizado e dividido em seções categóricas. Apertei os lábios ao ver aquilo. Ele era tão arrumado o tempo todo.
Passando pelos ternos, peguei um moletom branco dos Falcons em um dos cabides e o vesti. Ele era muito grande, de uma forma que o deixava bem ajustado, e já estava suficientemente usado para ser macio e aconchegante.
— Sim. — disse Christian. — Alguns dos rapazes saíram escondidos, mas nós ficamos para tomar umas cervejas aqui. Depois, comecei a pensar em você na minha cama, então estamos aqui.
Eu não podia mentir; isso me tranquilizou ao saber que ele não tinha saído. Não que eu achasse que Christian fosse fazer alguma coisa, mas muitos caras com namoradas se envolvem na estrada. Aprendi isso da maneira mais difícil.
— A cama parece muito vazia sem você ocupando todo o espaço.
Puxando as cobertas para trás, voltei para debaixo delas e me acomodei. Sua cama era um sonho. O colchão não era muito macio nem muito firme, o edredom era fofo e os travesseiros eram nuvens de perfeição. Era muito melhor do que minha cama barata da IKEA.
— Eu? — Sua risada era profunda, acenando. — Steele, você é adorável, mas dorme na diagonal.
Ele me pegou lá; eu tinha um sono caótico. Em casa, eu ocupava toda a minha cama de casal. Eu também me revirava tanto que, às vezes, as bordas do lençol se soltavam do colchão. Embora meu sono não fosse tão agitado quando eu estava com Christian, talvez porque eu tivesse menos espaço para me esparramar.
— Eu nunca lhe disse o que estava vestindo. — Estremeci, puxando os punhos de algodão macio do moletom dele para que cobrissem metade das minhas mãos geladas. Juro que os caras mantinham o termostato ajustado para a geladeira. Talvez Kate e eu pudéssemos aumentar o aquecimento em um ou dois graus enquanto eles estivessem fora.
— Se está tentando me distrair de seus hábitos de roubar a cama, está funcionando. — disse ele. — Continue.
— Um de seus moletons, é claro.
Ele pode ou não recuperá-lo, mas eu não ia lhe contar essa parte. Talvez ele não notasse se ele desaparecesse.
— Porra. — Christian suspirou. — E eu nem sequer estou aí para ver isso.
— Amanhã. — eu disse. — Como foi o jogo?
— Incrível. — Ele deu uma risadinha. — Eu entrei em uma briga. Ganhei, obviamente.
Meus ombros tremeram de tanto rir. Era tão óbvio. — Claro que sim.
Ele se envolveu em pelo menos uma pequena briga em todos os jogos que eu vi. Mas, por outro lado, a rivalidade entre Boyd e Callingwood era profunda, então talvez isso não fosse culpa exclusiva dele. É provável que nem todos os seus jogos tenham sido tão acalorados.
Só que ele tinha praticamente um doutorado em rivalidade.
— A outra equipe levou uma advertência de cinco minutos por isso. — disse ele, fingindo inocência. — Não fui eu quem começou.
— Claro que não. — Balancei a cabeça, sorrindo. — De jeito nenhum você instigaria algo assim. E o resto do jogo?
— Ganhamos por quatro a três. — disse ele. — Consegui duas assistências.
— Legal. Isso será bom para suas estatísticas. — Embora elas tenham sido fortes o suficiente para começar esta temporada.
— Como foi a busca pelo apartamento com Kate?
— Ótima. — disse eu, lutando contra um bocejo. Nem era tão tarde assim. Eu não tinha nenhuma desculpa para estar tão cansada, a não ser uma comida mexicana pesada e uma margarita super forte. Kate misturava bebidas como se estivesse tentando tranquilizar um elefante. — Marcamos uma visita a alguns lugares na quarta-feira. Todos eles são bem centrais; bem perto do distrito do rio. Cerca de dez minutos de sua casa.
Kate e eu havíamos vasculhado os anúncios de aluguel minuciosamente, reduzindo-os aos três principais candidatos por enquanto. Se esses não dessem certo, teríamos dois outros para considerar. Mas havia um pequeno e bonito apartamento de dois quartos com varanda na Green Street no qual eu tinha minhas esperanças. Ele foi recentemente remodelado, fica em uma boa rua e a dois minutos do trem. Janelas grandes, sala de estar ensolarada e - o melhor de tudo - dois banheiros. Exatamente o que eu imaginava como o apartamento perfeito para começar de novo, então eu estava rezando para que ninguém o pegasse antes que pudéssemos ir ver.
— Perfeito. — ele brincou. — Então você pode ir ao nosso jogo em casa quando terminar.
Minha garganta ficou apertada. — Você sabe que está nos enfrentando, certo?
— Sim. Ainda é muito estranho? — perguntou Christian, com um tom mais suave. — Está tudo bem. Eu entendo.
— Não tenho certeza. — Respirei fundo e o segurei por um instante. Era estranho, mas talvez sempre fosse. — Posso pensar sobre isso? Neste momento, trata-se apenas de Sawyer. É um pouco... estranho para mim.
Por quem eu torceria? Pelos dois lados? Nenhum?
— Não se preocupe, Ana. — disse ele. — Se não, talvez na próxima.
Ele estava tentando esconder, mas havia uma ponta de decepção em sua voz que me atingiu em cheio. De repente, me senti extremamente culpada. Eu assistia aos jogos de Jack religiosamente. Todos eles.
Eu não tinha ido a nenhum dos jogos em casa de Christian.
— Quer saber? Eu vou. — eu disse. Kate e eu nos sentaríamos muito, muito longe de Gia e Leila. Tipo, do outro lado da arena. O antes e o depois poderiam exigir um pouco mais de vigilância, mas eu daria um jeito.
Além disso, eu queria ver Christian jogar.
Sua voz ficou mais clara. — Sim?
— Sim. — Outro bocejo surgiu enquanto eu falava.
— Ótimo. — disse ele. — Você parece cansada. Vou deixar você dormir. Mas vejo você amanhã, ok?
— Parece bom. — eu disse. — Boa noite, Grey.
— Boa noite, Steele.
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Rivais
FanfictionDepois de ser abandonada pelo meu namorado no meu aniversário de 21 anos, decidi afogar as mágoas numa nova boate. É lá que encontro Christian Grey o maior rival do meu ex: arrogante, irresistível, e com uma fama que vai além das suas habilidades no...