Capítulo 68

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Christian

Na madrugada do dia seguinte, dirigi por quase três horas para me encontrar com Stewart, o pai advogado de Elliot. Ele não só me encaixou no último minuto, como também se recusou a me cobrar pelo seu tempo. Diabos, eu pagaria de bom grado sua taxa insana de mil dólares por hora ou o que quer que ele cobrasse se ele tivesse uma varinha mágica legal para fazer tudo isso desaparecer.

Eu precisava falar com Anastasia. Acabaria conversando com Anastasia. Mas, primeiro, eu precisava ter um controle sobre a situação e quais seriam as possíveis consequências. Pelo menos assim eu teria mais informações quando contasse a ela.

Depois de mal conseguir colocar minha caminhonete no estacionamento subterrâneo aquecido, peguei o elevador até ao trigésimo primeiro andar. 

Eu não tinha ido a um escritório de advocacia desde que tivemos que lidar com todas as questões legais relacionadas à morte do meu pai. Naquela época, tinha sido uma tempestade de merda na mídia. Paparazzi acamparam em frente à nossa casa, à minha escola e até mesmo na casa de meus amigos.

A náusea constante e de baixo nível que eu tinha desde a noite passada aumentou. Eu não queria reviver isso novamente, mas poderia fazê-lo se isso fosse divulgado.

Que droga. Talvez eu devesse falar com minha mãe, mas essa conversa poderia ser ainda pior do que a que eu precisava ter com Anastasia.

O assistente de Stewart me conduziu ao seu enorme escritório de esquina. As janelas do chão ao teto exibiam uma vista panorâmica da cidade e além. Vestindo um terno, a figura imponente de Stewart estava sentada atrás de sua mesa de vidro. Ele acenou para que eu entrasse sem desviar o olhar da papelada espalhada à sua frente.

— Obrigado por me receber em um prazo tão curto. — Acomodei-me na elegante cadeira de couro em frente à sua mesa e cruzei o tornozelo sobre o joelho.

— Não há problema. — Stewart embaralhou os papéis em sua mesa e os colocou de lado. Ele olhou para mim e cruzou seus dedos grossos, inclinando-se sobre a mesa com a testa franzida. — Elliot disse que você tinha uma situação de emergência em suas mãos. O que está acontecendo?

Se ao menos eu soubesse.

— Não tenho certeza. Pode haver... fotos. De mim. Fotos comprometedoras. Ou talvez um vídeo. — Meu estômago se revirou, como se falar as palavras de alguma forma tornasse tudo mais real.

Ele acenou com a cabeça. — Eles contêm algum ato não consensual? Porque, se houver, você precisará de um tipo diferente de advogado. Posso encaminhá-lo a um advogado criminal.

Ele estava mesmo me perguntando isso? 

Diante de minha resposta física, sua expressão se suavizou, passando de profissional a simpática.

— Tenho que perguntar. — aplacou Stewart. — Para cobrir as bases. Não é nada contra você, filho. Eu perguntaria a Elliot a mesma coisa.

— Nada disso. — eu disse. — Mas eu não consenti com a gravação, se é que isso conta.

Meu celular tocou na minha mão. Era uma mensagem de texto de Anastasia.

A culpa me inundou. Ignorei a mensagem e coloquei a campainha no silencioso.

— Você estava ciente disso na época?

— Mais ou menos. Peguei a garota com a câmera do celular ligada e fiquei bravo. Ela disse que tinha apagado. Eu achei que ela tinha apagado. Mas eu estava bastante embriagado.

Stewart fez anotações em um bloco de papel à sua frente, depois voltou a olhar para cima. 

— É uma ofensa criminal gravar alguém praticando atos sexuais sem sua permissão.

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