Anastasia
Nunca havia me provado que estava errada sobre tantas coisas em um período tão curto de tempo. Ou ter ficado tão feliz por estar errada, em primeiro lugar.
Depois de nos beijarmos fora da caminhonete na casa dele, dentro da caminhonete e fora dela novamente, Christian me acompanhou até à porta da frente e me envolveu em um grande abraço. Inalei seu perfume, relaxando com o calor de seu abraço. Tudo era fácil com ele de uma forma que eu nunca imaginei ser possível.
Ele se afastou, com as mãos largas deslizando até minha cintura, segurando meu olhar por um instante, e me deu um sorriso que fez meus joelhos fraquejarem.
— Eu ligo para você hoje à noite, ok?
— Tudo bem. — eu disse. — E boa sorte neste fim de semana.
Ficamos olhando um para o outro no degrau da frente. Principalmente porque eu não queria que ele fosse embora, mas também porque eu não queria entrar.
Ele franziu a testa, com a expressão nublada. — Você pode ficar na minha casa enquanto eu estiver fora, se quiser.
— Sem você?
— Sim. — disse ele. — Para ter uma folga de suas colegas de quarto, quero dizer. Kate estará lá sozinha, então... — Ele deu de ombros. — Ela provavelmente gostaria de ter companhia.
— Na verdade, fizemos planos de nos encontrarmos para jantar.
Ele ergueu as sobrancelhas. — Para procurar apartamentos?
— Para falar mais sobre isso, pelo menos. Talvez fazer uma lista de lugares para visitar.
A ideia de me mudar era um alívio tão grande que, ultimamente, eu fantasiava com isso o tempo todo. No momento, eu estava praticamente relegada ao meu quarto quando Gia e Leila estavam em casa. Eu já havia feito mais refeições em minha pequena mesa do que poderia contar. Embora, depois do nosso confronto no outro dia, elas tenham me deixado de lado. Se eu estivesse em uma sala, elas nem entrariam. Mas eu praticamente precisava de um casaco e luvas para suportar a atmosfera fria.
No caso de Gia, ela provavelmente estava sendo cuidadosa porque não queria que eu contasse a todos o que eu sabia. Talvez esse também fosse o caso de Leila. Parecia que todos eram cúmplices em sua pequena teia de mentiras.
— Está vendo? — Seu rosto se iluminou, com um sorriso aparecendo. — Você poderia ficar até eu voltar no domingo. Não deve ser muito tarde. Provavelmente um pouco depois do almoço.
— Esse era seu objetivo o tempo todo, não era?
— Com certeza era. — Ele olhou para o relógio e o sorriso desapareceu. — Merda, Ana. Eu realmente tenho que ir, ou vou me atrasar para o treino. — Inclinando-se para a frente, ele me deu um rápido beijo nos lábios e soltou minha cintura. — Podemos conversar hoje à noite. Vou lhe enviar uma mensagem com o código da porta.
Enquanto ele descia as escadas correndo, destranquei a porta e a abri.
Por favor, não deixe que mais ninguém esteja em casa.
Não tive essa sorte.
Gia estava na entrada, vestindo seu casaco, quando entrei. Tirei meus sapatos e passei por ela, ignorando completamente sua presença.
— Anastasia. — disse ela, com a voz embargada. — Podemos conversar por um minuto?
Meu corpo inteiro ficou tenso. De modo geral, eu era uma pessoa bastante equilibrada, mais propensa a ignorar as coisas e a perdoar com muita facilidade do que a brigar. Raramente perdia a paciência, raramente levantava a voz, mas esse momento estava incrivelmente perto de se tornar uma exceção.

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Rivais
FanfictionDepois de ser abandonada pelo meu namorado no meu aniversário de 21 anos, decidi afogar as mágoas numa nova boate. É lá que encontro Christian Grey o maior rival do meu ex: arrogante, irresistível, e com uma fama que vai além das suas habilidades no...