Christian
Anastasia e eu terminamos de subir a escada de madeira construída na terra e dobramos uma esquina no topo, saindo em uma abertura nas árvores. Eu estava um pouco cansado, não por ter subido dois andares de escada - eu poderia fazer isso dormindo -, mas pela minha proximidade com ela.
Eu estava perdendo a calma.
— Uau. — disse Anastasia. — Você pode ver todo o centro da cidade.
Ela me seguiu até ao banco de ferro forjado que ficava na extremidade da encosta. À nossa frente estava o horizonte da cidade, com suas luzes cintilando no crepúsculo púrpura. Arranha-céus se alinhavam no horizonte recortado, com algumas janelas ainda iluminadas por dentro. E um fluxo constante de carros passava pelas estradas de ligação em um borrão de vermelho e branco.
Eu ainda não tinha certeza do que havia me levado a trazê-la para cá, para um lugar para onde eu nunca havia trazido ninguém - ou sequer mencionado.
— A vista daqui é incrível. — Ela se levantou e cruzou as pernas.
Não pude deixar de ficar olhando. Elas eram longas e bem torneadas, e eu não conseguia tirá-las da cabeça desde a XS.
— A vista aqui também é muito bonita.
Seus lábios se curvaram e suas bochechas escureceram quase imperceptivelmente sob a luz fraca. Ela me lançou um olhar que dizia que ela não sabia se eu estava brincando ou não. O que significava que meu jogo tinha ido por água abaixo ultimamente. Provavelmente devido à falta de prática e à já mencionada falta de calma.
— Como você sabe sobre esse lugar? — Os olhos redondos de Anastasia examinaram meu rosto, e sua expressão ficou séria.
— Às vezes venho aqui para correr fora de temporada. Sabe como é, para misturar as coisas e sair da esteira. — Estiquei minhas pernas à minha frente, colocando um braço na parte de trás do banco. — Então eu paro e desfaço todo o meu trabalho duro com uma bebida açucarada no final. É tudo uma questão de equilíbrio.
— Deve estar valendo a pena se vocês já estão nos ultrapassando tanto na classificação.
— Acho que sim. — Dei de ombros. — Você provavelmente deveria abandonar o barco enquanto pode. Ainda não é tarde demais para se juntar ao nosso movimento.
Ela riu, balançando a cabeça. — Continue sonhando.
Ficamos quietos, olhando para a vista, mas não foi um silêncio constrangedor. Foi muito bom estar com alguém que, como eu, não sentia a necessidade de preencher cada segundo com conversa fiada. Depois de um tempo, voltamos a conversar sobre a escola, hóquei e outros assuntos apropriados para amigos.
Até que minha corrente interna de pensamentos se intrometeu antes que eu pudesse me impedir.
— Sem querer ofendê-la, mas não entendo essa coisa de Hyde. — eu disse. — Você é legal. E aquele cara tem tanta personalidade quanto uma caixa de leite branco.
— Oh, meu Deus. — Ela parou no meio do gole e soltou uma pequena baforada de ar. — De alguma forma, isso se encaixa perfeitamente.
Esgotei o último gole do meu chocolate quente. — Sério, o que você viu nele? Pergunta de um amigo. — Fiz uma pausa. — Ok, esse amigo sou eu. Sou um intrometido do caralho.
Eu já havia pensado nisso mais do que gostaria de admitir, mas ainda assim não tinha conseguido nada. Anastasia era inteligente, gostosa e engraçada; ela poderia ter escolhido quase qualquer um. Eu não conseguia entender por que ela daria atenção àquele babaca, quanto mais sair com ele por um longo período de tempo.
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Rivais
FanfictionDepois de ser abandonada pelo meu namorado no meu aniversário de 21 anos, decidi afogar as mágoas numa nova boate. É lá que encontro Christian Grey o maior rival do meu ex: arrogante, irresistível, e com uma fama que vai além das suas habilidades no...