Rivais

Capítulo 38

Christian

Para um jogo durante a semana, a arena estava lotada. Mas esse era sempre o caso quando jogávamos contra a Callingwood. Os riscos eram especialmente altos nesta noite porque Anastasia estava na arquibancada com Kate. Eu não queria apenas vencer; queria aniquilar os Bulldogs. Você sabe, orgulho masculino e tudo mais. Sem mencionar o desejo sempre presente de esmagar Hyde de todas as formas possíveis.

Infelizmente, nossos companheiros de equipe estavam em uma página diferente. Eu não tinha certeza do que estava acontecendo, mas eles estavam desleixados, desorganizados e indisciplinados. Elliot e eu estávamos puxando a maior parte do peso - e, como resultado, estávamos passando quantidades ridículas de tempo no gelo.

Pior ainda, Ty estava tendo um jogo ruim, e os dois gols que ele permitiu até agora foram muito fracos. Mais um ou dois, e o técnico Miller teria de tirá-lo do jogo. No entanto, com a falha da nossa defesa, eu não tinha muita confiança de que o nosso goleiro reserva se sairia muito melhor.

Faltando menos de cinco minutos para o fim do primeiro período, voltei para mais um turno. Quer dizer, por que não? Nesse ritmo, eu poderia muito bem ficar aqui fora o tempo todo.

Quando as lâminas dos meus patins tocaram o gelo, os Bulldogs perderam a posse do disco e ele deslizou pela linha azul até à zona deles. Paul e eu corremos para pegá-lo, mas eu cheguei lá primeiro. Antes que eu pudesse tirá-lo, ele se aproximou em um borrão da marinha e me empurrou com força, tentando me separar do disco. Ficamos presos no canto, travando uma batalha acirrada pelo disco. Ele tentou dar um stick-check e, quando isso falhou, acidentalmente, de propósito, cortou minha mão com sua lâmina. Com força. Inspirei com força enquanto uma dor aguda atravessava minha mão esquerda e meu pulso.

Filho da puta.

Eu o odiava quase tanto quanto odiava Hyde.

O apito soou quando o árbitro marcou um pênalti menor justificado. E um que era mais do que necessário para nós. Poderíamos usar a vantagem de um homem só agora. Eu era muito consistente na minha capacidade de cobrar penalidades de outras equipes.

Com a mão latejando, dirigi-me ao nosso banco para fazer uma mudança de linha, passando de patins pelo banco dos visitantes. Quando passei, Hyde se inclinou para a frente, acenando para o placar.

— Como é a sensação de estar perdendo por dois pontos depois do primeiro tempo, Grey?

Essa era a ideia dele de falar mal. Apontar o placar.

— Muito melhor do que ser um agente livre com estatísticas ruins. — eu disse. — Deve ser estressante, cara.

Ao sair do ensino médio, Hyde era bom o suficiente para entrar em Callingwood, uma escola respeitável da Divisão I, mas não o suficiente para ser convocado para a NHL. Ele tinha um enorme complexo de inferioridade por mostrar isso. Devido ao seu desempenho ruim recente, ele estava prestes a se tornar um agente livre quando deixasse a faculdade na próxima primavera, rezando para que uma equipe o pegasse como refúgio. Não poderia acontecer com alguém mais merecedor.

— Tenho muito interesse da liga. — Ele olhou para mim, erguendo os ombros de onde estava sentado no banco deles.

— Claro. — eu disse. — Até mesmo as equipes de fazenda precisam de um jogador.

Hyde era legitimamente um dos jogadores mais superestimados que eu conhecia. Teve dois anos medíocres na NCAA, seguidos por uma breve fase de sucesso em seu terceiro ano, o que, de alguma forma, lhe rendeu um título de capitão que não merecia. Em seguida, ele cagou na cama em sua última temporada.

Infelizmente, para ele, um bom ano na faculdade não era suficiente para uma carreira profissional. É preciso ter consistência e crescimento constante como jogador. Mas isso significava trabalho árduo, que foi provavelmente onde as rodas caíram para seu traseiro mimado. Todo o dinheiro e os campos de treinamento do mundo não poderiam compensar a total falta de garra. Era por isso que eu tinha um futuro garantido e ele não, a não ser que o fato de se aproveitar dos pais ricos contasse.