Capítulo 25

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Anastasia

O jogo de vôlei terminou com a vitória da Callingwood por três a dois. Em teoria, um placar apertado como esse deveria ter sido uma partida emocionante. Na realidade, eu não tinha ideia do que havia acontecido. Fiz anotações, mas o fiz em uma espécie de modo bizarro de piloto automático. A parte consciente e pensante do meu cérebro estava presa ao fato de que Christian estava me pegando. Eu estava presa em um ciclo emocional que passava pela excitação, pelo medo, pela incerteza e pela luxúria, mudando com a mesma frequência que as cores em uma série de luzes de Natal piscando. Dividida entre o desejo de me jogar em Christian e o desejo de correr para o outro lado. Meio tentada a beijá-lo para ver o que acontecia, mas também bastante convencida de que era uma péssima ideia. Pior ainda, não tinha certeza se me importava com isso.

Em outras palavras, eu estava uma bagunça.

Christian já estava esperando na área de carregamento enquanto eu atravessava a multidão de espectadores que saíam pelas portas de vidro da arena. Entrei em sua caminhonete e coloquei o cinto de segurança. A ideia do beijo subiu alguns degraus em minha mente assim que dei uma boa olhada nele. Mas se ele quisesse me beijar novamente, já não o teria feito? Ele teve muitas oportunidades.

Minha atenção se voltou para o telefone dele. Ele estava no console central, com as notificações a todo vapor. O toque estava no silencioso, mas a tela se iluminava com mensagens a cada poucos segundos.

Certo.

Eu não deveria ter ficado surpresa.

Christian olhou para baixo enquanto colocava a mão na alavanca de câmbio, mas fez uma pausa e a retirou antes de colocar a caminhonete em curso. 

— Pelo amor de Deus. — Ele revirou os olhos, balançando a cabeça. — Você se importa se eu responder ao Elliot? Ele não vai parar de me incomodar até eu aceitar essa troca do Fantasy Hockey. A oferta expira em uma hora, e ele está me enviando uma contagem regressiva a cada três minutos.

Pelo jeito, para o Elliot, montar esse time perfeito de jogadores da liga era assunto sério.

— Claro, vá em frente — respondi, sorrindo.

Christian suspirou enquanto começava a digitar.

— Aposto que ele já começou a beber. Normalmente, ele não é tão insistente.

Cruzei as pernas, virando-me para encará-lo. — Qual é a oferta?

— Eu não sei. — Ele passou a mão em seus cabelos escuros. — Nem sequer a revisei. Eu estava saindo pela porta e não queria me atrasar para buscá-la. Desculpe-me. Me dê dois segundos.

Para crédito de Christian, ele ignorava completamente o celular na maior parte do tempo. Quando estávamos juntos, ele estava mentalmente presente e sua atenção estava voltada exclusivamente para mim. Isso era mais do que eu poderia dizer sobre a maioria das pessoas que eu conhecia, amigos ou não.

— Não me importo, mas agora você tem que me mostrar. Estou curiosa para saber qual é a oferta dele.

Christian desbloqueou o celular, leu a mensagem e soltou uma risada curta, sarcástica.

— Ele é maluco. — Ele virou a tela para que eu pudesse ver.

Estudei a troca por um momento, tentando entender o raciocínio por trás da proposta.

— E o resto do seu time? — perguntei.

Ele pegou o telefone de volta, navegou rapidamente pela tela e então me entregou o celular de novo. Christian claramente entendia mais de hóquei do que eu, mas algo na proposta me fazia pensar diferente.

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