Capítulo 27

141 39 10
                                    

Christian

Anastasia estava em meu quarto pela terceira vez, e eu queria me beliscar. Eu teria dito que a terceira vez é a melhor, mas eu não tinha ilusões de que teria sorte esta noite, e estava mais do que bem com isso. Só o fato de passar um tempo com ela, especialmente sozinho, já me fazia voar mais alto do que nunca.

Quando voltei para o meu quarto com dois copos de água na mão, Anastasia saiu do banheiro vestindo uma camiseta azul desbotada de um dos meus times menores de hóquei. Ela abraçava as curvas de seu tronco de uma forma que me deixou quase com inveja do tecido. E a cereja do bolo era o par de shorts pretos que ela usava e que deixava à mostra suas pernas de um quilômetro de comprimento.

Devo ter feito algo certo em minha vida para acabar aqui.

Fui até à mesa de cabeceira e coloquei os dois copos no chão antes de me virar para encará-la. Quando nossos olhos se encontraram, não consegui tirar o sorriso idiota do rosto.

— Você fica muito melhor com minhas camisas do que eu.

Seus lábios se curvaram em um sorriso irônico. — Você só quer que eu tire a camisa.

Bem, isso também era verdade.

— Isso pode ter passado pela minha cabeça.

Ficamos parados, olhando um para o outro sob a luz fraca por alguns instantes. Uma conversa fraca e sons de videogame vinham do andar de baixo. Meu olhar foi para a boca dela, e ela prendeu o lábio inferior entre os dentes, com a expressão nublada. Estava nervosa, mas era difícil dizer se era de um jeito bom e animado ou de um jeito ruim e ansioso.

— Steele. — Dei um passo à frente, segurando seu queixo com a mão. Sua pele era macia e suave sob meus dedos, que estavam calejados por causa das luvas e do tempo na academia.

Ela olhou para mim através de cílios impossivelmente escuros, com os olhos arregalados. Sua respiração estava calma e superficial, como se estivesse nervosa ou excitada, talvez as duas coisas.

— Sim?

— Não precisamos fazer nada esta noite se você não estiver pronta.

Eu a queria tanto que chegava a doer - literalmente -, mas o mais importante é que eu queria que fosse certo. Até lá, eu iria compilar uma lista muito longa e muito detalhada de todas as coisas que eu faria com ela no futuro.

Além disso, eu tinha um palpite de que poderia corrompê-la um pouco se fosse paciente, e a espera valeria a pena.

— Eu sei. — disse ela suavemente, passando os braços em volta do meu pescoço. — Mas e se eu quiser?

Todo o sangue saiu do meu cérebro. Era isso. Eu estava acabado.

Chupei meu lábio inferior, tentando me concentrar. Eu tinha começado a pensar que iríamos apenas dormir esta noite, que talvez fosse melhor assim, porque eu não queria que ela se assustasse depois se fizéssemos alguma brincadeira.

Mas nenhum homem em seu juízo perfeito poderia olhar para ela e dizer não. E eu não estava em meu juízo perfeito na melhor das hipóteses, muito menos quando estava perto dela.

Minha voz ficou rouca. — Talvez você tenha que explicar melhor as coisas para mim. Não quero pressioná-la.

— Está bem. — disse ela, sem fôlego. Seus olhos estavam esfumaçados, com as pálpebras pesadas. — Podemos apenas nos beijar? Curtir um pouco?

— É claro. — murmurei, envolvendo meu outro braço em suas costas.

Sua expressão ficou séria e ela olhou para mim, hesitante. — Nada de sexo.

RivaisOnde histórias criam vida. Descubra agora