Capítulo 17

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Anastasia

Dezenove minutos depois, após uma quantidade significativa de passos frenéticos, penteados e surtos generalizados, a campainha tocou. Saí correndo do meu quarto e desci as escadas, tropeçando em meus próprios pés no meio do caminho e quase caindo.

Não que eu estivesse nervosa ou algo do gênero.

Ao destrancar a porta da frente, eu a abri e encontrei Christian vestindo uma camiseta branca que pendia perfeitamente de sua estrutura e um par de jeans surrados. Ele parecia uma propaganda ambulante de colônia. Não era justo que uma pessoa fosse tão atraente o tempo todo. Todos deveriam ter dias ruins. Eu definitivamente tinha.

— Oi. — Ele me deu um sorriso que fez algo decididamente não platônico em meu corpo.

Sorri de volta para ele como uma idiota, porque estava um pouco em pânico. E estranhamente com falta de ar. Todo esse cenário era surreal; um pouco como brincar com fogo enquanto borrifava querosene por cima para mantê-lo interessante.

Então me lembrei de realmente falar. — Oi. — Meus olhos se voltaram para a grande sacola de papel marrom em sua mão. — O que é...?

Christian olhou para baixo, como se tivesse esquecido o que estava segurando. — Oh, um entregador me deu isso quando eu estava subindo as escadas. Depois ele fugiu. — disse ele, com uma expressão apologética. — Ele disse que já haviam feito o pagamento on-line.

Ah, então era um jantar triplo também. Que fofo. Vômito.

— Não há nenhuma chance de eu entregar isso em mãos. — eu disse. — Vou gritar por um deles. Entre e me dê um segundo. — Acenei para ele entrar e calcei minhas botas de couro, amarrando rapidamente os cadarços.

Antes que eu pudesse chamar por alguém, passos ecoaram e Leila apareceu na esquina. — Ouvi a campainha da porta. É o nosso... — Ela parou quando seus olhos pousaram em Christian.

Nem um segundo depois, o próprio Satanás apareceu, vestindo jeans de lavagem escura e uma camisa polo azul-clara, com o cabelo penteado para trás. Ele ficou ao lado de Leila com um brilho de malícia nos olhos que fez com que o tom habitual de azul ficasse dez vezes mais frio.

— Achei que tinha ouvido alguém. — Jack olhou para a sacola de papel marrom que Christian ainda segurava e sorriu. — Você arrumou um emprego de meio período, Grey? É sempre bom ter opções para quando você não entrar para a liga.

— Sim. — disse Christian, sem expressão. — Eu me inscrevi para ser um babaca gigante primeiro, mas me disseram que você já tinha preenchido a vaga.

Eu engasguei com uma risada, tentando disfarçá-la com uma tosse. O sorriso desapareceu do rosto de Jack e suas bochechas ficaram coradas de raiva. Ele abriu a boca para dizer algo e depois a fechou. Ele nunca foi muito rápido verbalmente - somente quando dava o primeiro soco ou tinha tempo para planejar o que ia dizer - o que significava que, no momento, ele não estava conseguindo dizer nada.

— Vá se foder, Grey. — disse Jack, virando-se e indo embora. — Otário. — ele murmurou.

Christian balançou a cabeça quando Jack dobrou a esquina. Seu maxilar estava contraído, como se ele quisesse dizer algo, mas estivesse se segurando.

— Então. — Passei a mão no cabelo, provavelmente desfazendo todo o preparo que havia feito antes de sua chegada. — É melhor irmos andando.

Leila saiu de seu torpor e pegou a sacola de comida da mão de Christian. — Obrigada. — murmurou ela, sem olhar para nenhum de nós. Sem dizer mais nada, ela se virou e desapareceu na sala de estar.

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