Capítulo 15

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Christian

A semana já estava bem adiantada, e eu ainda não tinha tido notícias de Anastasia. Talvez nunca tivesse.

— Você a viu de novo, não foi? — Tyler perguntou, vestindo sua camiseta preta. Nós quase não nos víamos desde o jogo de sábado. Ele estava praticamente morando no campus, fazendo hora extra em um projeto em grupo para uma de suas aulas de contabilidade. Ao contrário de mim, sua dedicação ao alto desempenho no gelo também se estendia às suas notas.

— Quem? — Lutei contra um bocejo. Os patins para o café da manhã eram brutais. Seis da manhã era muito cedo para estar acordado, quanto mais no gelo.

— A garota da XS. A irmã do Steele. 

— Como você sabe disso? 

— Eu vi você ir até ela depois do jogo, idiota. Foi por isso que você desistiu de ir à nossa casa? E de nos encontrar no O'Connor's? 

Evitando seu olhar investigativo, peguei meu taco na prateleira. Ele estava destruído do jogo de sábado. Eu o raspei no piso de borracha preta perto da porta, removendo qualquer resíduo de fita adesiva da borda inferior da lâmina.

— Mais ou menos. — Prendi a fita de tecido preto na ponta da lâmina e a enrolei metodicamente, trabalhando até à ponta. — É uma longa história. 

Realmente não foi. Quando deixei Anastasia em casa, ainda não eram dez horas, e meus amigos estavam esperando que eu os encontrasse. Mas eu não estava a fim de ficar com cara de bosta em um bar enquanto gritava para ser ouvido por causa da música alta. Talvez eu estivesse sóbrio demais para perceber o apelo. Cheguei na metade do caminho e fiz um desvio para casa, o que marcou a primeira vez que fiquei em casa em um sábado em toda a minha carreira universitária. Não foi tão ruim assim, na verdade. E, pela primeira vez, eu estava em ótima forma para o treinamento em terra firme no domingo.

Ele sorriu. — Aposto que sim. 

— Não, não é assim. — Arranquei a fita do rolo e esfreguei a extremidade com o polegar para que ficasse plana contra a lâmina.

— Por que não? Não poderia fechar? 

Balancei a cabeça, alisando cuidadosamente a fita. — Não era esse o objetivo. Estávamos saindo como amigos. 

— Você. Amigo de uma garota. — Ele riu, deslizando um pé em um de seus patins. — Certo. 

— Por que não? 

— Você quer os motivos em ordem alfabética ou cronológica?

— Hilário. — Coloquei meu taco de volta no suporte ao lado da porta. Sentando-me no banco, peguei meus patins na bolsa de equipamentos e afrouxei os cadarços. — Como foi o jogo do O'Connor, afinal? 

— Tudo bem. O mesmo de sempre. — Ele se aproximou, prendendo os patins em suas perneiras vermelhas e brancas. — Mas falando em "amigas", a Kristen ficou chateada por você não ter vindo. 

Apertei meus patins e olhei de volta para ele. — Por quê? Eu não tinha planos com ela. 

— Ela parecia pensar o contrário. 

— Eu nem sequer falo com ela desde a primavera. — Fazia bem mais de quatro meses, quase cinco. Nós não éramos um casal. Nunca fomos. Era por isso que repetir encontros era uma má ideia.

E depois do que Kristen havia feito, ela garantiu que não haveria bis.

Ty deu de ombros. — Eu nunca disse que as garotas faziam sentido. Só para que você saiba. 

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