Capítulo 5

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Anastasia

Uma hora depois, eu estava enfiada em uma minissaia emprestada e em pé em uma boate. O fato de eu estar usando salto alto e maquiagem pela segunda noite consecutiva ilustrava o quanto minha vida tinha saído dos trilhos.

— Oh, meu Deus. Isso é nojento. — Bati o copo de shot vazio no balcão, estremecendo. O álcool acre permaneceu em minha língua e queimou enquanto descia por minha garganta.

Susana riu, entregando-me a bebida. — É só tequila, Ana.

— É horrível, é o que é. — Bebi freneticamente minha vodca seltzer de

framboesa, tentando tirar o gosto horrível.

— Desculpe. — disse Mia, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Esqueci que você não gosta muito de beber. Na próxima rodada, faremos algo mais fácil, como blue balls.

— Bolas azuis? — Eu recuei. — Isso parece ainda pior.

— Não. É Malibu e algumas outras coisas. Mas é delicioso. Nem tem gosto de álcool.

— Se você o diz.

O baixo alto reverberou em meu corpo, e eu balancei no local ao som do remix do DJ. Elas me arrastaram para uma nova boate chamada XS, do outro lado da cidade. Por ser tecnicamente considerado território dos Falcons, era o tipo de lugar que eu normalmente evitava - o que o tornava o lugar perfeito para afogar minhas mágoas. Não havia como Jack estar aqui. Nenhum membro da equipe estaria. E, nesta noite, o anonimato parecia uma liberdade.

Quando o álcool começou a fazer efeito, aquecendo minhas veias, os pensamentos sobre o jogo de hoje e a devastação de ontem ficaram em segundo plano. Talvez a bebida tenha tornado minha situação atual mais tolerável.

Mia se apoiou no balcão, apoiando os cotovelos na parte superior e examinando a multidão metodicamente. — Acho que você precisa de um substituto, Ana. — Ela ergueu as sobrancelhas, observando-me enquanto tomava seu rum e coca-cola por um canudo amarelo. — Você sabe o que dizem: a melhor maneira de esquecer alguém é ficar embaixo de outra pessoa.

Ajustei minha saia preta, que subia a cada dois segundos. Ela pertencia a Susana e era cerca de cinco centímetros curta demais para o meu gosto. — Mia, simplesmente aconteceu.

— Exatamente. — Susana assentiu enfaticamente com a cabeça, com os olhos cor de água-marinha sérios. — Vencê-lo no soco.

Meu estômago se revirou com a insinuação não intencional dela de que Jack também estaria se mudando para outra pessoa em um futuro próximo. Talvez eu precisasse daquela injeção de bolas azuis, afinal de contas.

— De jeito nenhum. Do jeito que a minha sorte está indo, eu acabaria indo para casa com um serial killer.

— Talvez Jack seja a causa de sua má sorte. — Mia deu de ombros. — Quando foi a última vez que vocês dois fizeram isso, afinal?

Fazia mais tempo do que eu gostaria de admitir. Ele estava ocupado com treinamento e aulas, e eu estava fazendo malabarismos com uma carga horária pesada. Eu dizia a mim mesma que era uma depressão, mas a verdade era que o sexo havia se tornado mais uma tarefa árdua do que qualquer outra coisa.

Pensando bem, eu não conseguia me lembrar da última vez que tínhamos feito isso. Talvez depois da festa na casa do lago dos pais do Paul em agosto? Isso foi há mais de um mês, mas era normal, não era? Os casais tinham altos e baixos.

Mesmo que alguns dos baixos durassem algum tempo.

— Não sei. — menti. Minhas bochechas ficaram quentes. — Um pouco.

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