Capítulo 7

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Christian

Anastasia era sempre tão desajeitada ou isso era um subproduto da quantidade de álcool que ela havia consumido? De qualquer forma, tive que pegála três vezes antes de conseguirmos sair da boate, sendo que uma delas foi por pouco, depois que um idiota bêbado bateu nela.

Finalmente, chegamos ao local de verificação de casacos, pegamos nossas jaquetas e saímos para a rua. O barulho do tráfego do centro da cidade e o ar fresco da noite nos saudaram, um alívio bem-vindo dos remixes de pop brega que faziam barulho e do cheiro de corpos suados lá dentro. Anastasia mordeu o lábio inferior e ficou na porta, hesitando como se de repente estivesse pensando duas vezes antes de sair comigo. Mas deixá-la voltar para a boate no estado em que se encontrava era muito mais arriscado; ela seria um alvo fácil para qualquer tarado que aparecesse.

— Vamos caminhar. — disse eu, balançando o queixo. — O ar fresco será bom para você. Posso pedir uma carona no caminho. 

Ironicamente, esse era o resultado que eu estava buscando antes - ir para casa com ela - mas sem a diversão que eu esperava ter depois.

Mas agora que pensei sobre isso, a ótica dessa situação não era muito boa. Levar a irmã de Sawyer Steele para casa quando ela estava completamente bêbada pareceria bastante incriminador, mesmo que minhas intenções fossem boas.

— Está bem. — Ela seguiu ao meu lado até chegarmos à esquina, e eu apertei o botão para o sinal de travessia de pedestres. Uma cacofonia de buzinas e sirenes ecoou ao longe enquanto esperávamos. O sinal de pedestre se iluminou e eu dei um passo para a rua.

Anastasia levantou a mão. — Espere. — Ela fechou os olhos e engoliu em voz alta. Ainda congelada no local, ela respirou fundo e soltou o ar lentamente entre os lábios franzidos.

Por favor, diga-me que ela não ia vomitar.

Voltei para a calçada. — Quanto você bebeu, afinal? 

Ela abriu seus grandes olhos. Seus cílios impossivelmente longos tremulavam enquanto ela piscava, tentando se concentrar em mim. — Não sei. — Ela deu de ombros, franzindo a testa. — Duas vodcas, duas doses de tequila? Não, três doses. Uma tinha outra coisa. Malibu, talvez? 

— Você não bebe muito, não é? — perguntei.

— O que o faz dizer isso? 

— Apenas um palpite. 

— Na verdade, não. — ela admitiu. — Fiz vinte e um anos ontem. 

O que significa que Jack a abandonou no dia do aniversário dela. Não admira que ela estivesse tão bêbada. Belo toque, idiota. Não que eu tenha ficado surpreso.

Voltamos a caminhar em um ritmo glacial, enquanto ela fazia um esforço concentrado para se manter ereta. Ótimo. Nesse ritmo, percorreríamos aproximadamente um quarteirão por hora. De repente, começou a cair uma leve névoa de chuva. Não o suficiente para nos encharcar, mas o suficiente para nos deixar úmidos daquele jeito desagradável, com roupas pegajosas.

— Precisamos levá-la para casa. — Peguei meu celular para pedir uma carona. — Qual é o seu endereço? 

— Estou nas casas marrons... — Anastasia parou, colocando a mão sobre a boca. Ao se virar, ela se engasgou e começou a vomitar na fileira de sebes altas e verdes ao seu lado. Guardei meu telefone no bolso, pensando se deveria tentar ajudá-la de alguma forma ou se deveria apenas ficar fora do caminho dela. Antes que eu pudesse intervir, ela se endireitou, limpando a boca com as costas da mão.

— Fica no número 303 da Park Lane. — concluiu ela, cambaleando um pouco. — Perto do campus sul. 

Com base na maneira como ela estava balançando de um lado para o outro como se estivéssemos em um barco, essa não seria a última vez que veríamos o vômito. Eu apostaria nisso.

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