Capítulo 26

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Anastasia

Kate desceu as escadas com uma bebida fresca na mão.

— Me desculpem por isso. — disse ela. — Eu sempre digo a todos que só podem usar copos de plástico, mas eles ouvem? Não. Juro que um dia vou substituir tudo nesta casa por plástico. — Seus olhos pousaram em Christian e em mim. Ela parou no meio da escada, com um sorriso conhecedor no rosto. — Sabe, acabei de lembrar que eu deveria ter ido... 

Christian sorriu. — Não tem problema. Nós estávamos subindo. 

— Certo. — eu disse.

Antes que eu pudesse me mover, ele agarrou minha mão, enrolando seus dedos quentes e fortes ao redor dos meus.

— Venha. — disse ele. — Vou te apresentar pra todos.

Várias horas e mais dois copos quebrados depois, Kate e eu estávamos enroladas no sofá da sala, conversando enquanto os rapazes jogavam beer pong no porão. Algumas outras pessoas estavam espalhadas pela sala de estar, conversando e bebendo, e metade assistindo a um jogo da NBA na TV.

— Você transferiu de universidade este ano? — perguntei.

— Sim. — Seus olhos azuis-esverdeados percorreram a sala para verificar se havia alguém ouvindo. Ela se inclinou para mais perto, baixando a voz para um sussurro. — Depois que terminei com meu ex, ele saiu totalmente dos trilhos. Ele continuava aparecendo no meu dormitório e a escola não fazia nada a respeito. Por fim, a transferência foi a única opção. 

Eu conseguia me identificar, embora pelo menos Jack não estivesse nesse nível. No entanto, se ele aparecesse para mais uma noite de casais em minha casa, eu iria bater nele com uma frigideira.

— Isso é horrível. — Eu lhe dei um olhar compreensivo.

— Mas também é constrangedor. — acrescentou Kate em voz baixa, tomando um gole de seu gim-tônica. Ela franziu os lábios magenta escuros. — Tipo, quão ruim foi meu julgamento para que eu namorasse alguém tão louco? É por isso que, quando as pessoas perguntam, eu digo que me transferi para poder mudar de programa. 

— O comportamento dele não é culpa sua. — eu disse. — Meu ex também não é exatamente um prêmio. Às vezes, as pessoas escondem quem realmente são, e leva tempo para ver através da fachada. 

Era esse o caso de Jack? Ou eu havia ignorado os sinais de alerta desde o início? Quando era caloura, eu era inexperiente e ingênua, impressionada com a ideia de ser perseguida por um jogador de hóquei popular e gostoso. Olhando para trás, reconheci muitos pequenos sinais de alerta. Alguns não tão pequenos também.

Ela deu de ombros, baixando o olhar. Começar de novo assim deve ser difícil, especialmente em uma cidade nova. Se eu não tivesse Mia e Susana, eu também estaria à deriva socialmente agora. E, de fato, eu ainda estava.

— Como tem sido a Boyd até agora? Ouvi falar muito bem de lá. 

— Um pouco difícil. A maioria das coisas de orientação é voltada para os calouros. Eles praticamente esperam que os alunos do segundo ano já estejam acomodados. 

— Ainda estamos no início do semestre. — eu disse. — Tenho certeza de que vai melhorar quando você começar a fazer mais projetos em grupo e esse tipo de coisa. 

— Espero que sim. — Ela suspirou, colocando uma mecha de cabelo negro atrás da orelha. — Conheci Elliot na academia durante o verão. Mas tem sido difícil conhecer outras garotas. A maioria dos rapazes da equipe também não tem namoradas. 

Senti uma pontada de simpatia, porque eu sabia muito bem como era estar na sozinha.

— Deveríamos sair para almoçar um dia desses. 

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