Rivais

Capítulo 50

Christian

Foi necessário um grande esforço para estacionar corretamente na segunda vez. Eu estava tão distraído que tive que dar ré e endireitar minha caminhonete três vezes para ficar dentro dos limites - risível para alguém cujo sustento literalmente dependia de boa mira e percepção de profundidade. Mas havia uma boa chance de eu ficar mais tempo do que a hora que havia prometido, por isso, dediquei um tempo para estacionar corretamente para não ser multado ou rebocado.

Voltando para dentro de casa, ignorei os olhares venenosos de Gia e Leila e resisti à vontade de repreendê-las. Eu consideraria isso um autocontrole premiado e um sério crescimento pessoal de minha parte.

Quando entrei em seu quarto, Anastasia estava sentada de pernas cruzadas em seu edredom branco, com os longos cabelos pendurados em uma cortina enquanto olhava para o celular. E meu desejo se intensificou.

— Oi, linda. — Fechei a porta do quarto dela atrás de mim, trancando rapidamente a fechadura e verificando-a duas vezes para garantir.

Ela olhou para a tela e a bloqueou, colocando-a de lado na mesa de cabeceira. — Oi. — Seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso enquanto seus olhos de corça percorriam meu corpo, com uma expressão que misturava afeto e luxúria.

Foda-se.

— Só para você saber... — eu disse, sentando-me na cama ao lado dela. — Suas colegas de quarto estão lá embaixo assistindo à TV com o volume excessivamente alto. 

Anastasia sorriu. — Provavelmente estão tentando provar que não estão ouvindo.

— Provavelmente. Mas elas estão protestando um pouco demais para que eu acredite nisso. — Meu olhar percorreu o quarto, examinando-o metodicamente. — De qualquer forma, tem um alto-falante? Podemos colocar alguma música para abafar seus gritos. 

Seus olhos se arregalaram e ela baixou a voz.

— Você está me provocando, certo? Eu não grito na cama... não é? — Um rubor rosado surgiu em suas bochechas.

Eu sorrio, porque ela é adorável e, bem, ela meio que faz isso. — Você chegou bem perto. — Passei a mão em minha bochecha, pensando. — Sinto que há uma boa piada suja em algum lugar. Mas não há sangue suficiente indo para meu cérebro agora para ligar os pontos. 

Anastasia balançou a cabeça e soltou uma risada fofa e tímida. Ela passou o dedo no iPad ao seu lado e colocou em uma estação aleatória do Spotify sem olhar duas vezes. A música saía de um alto-falante sem fio roxo em sua mesa ao lado da cama. O volume estava alto o suficiente para criar algum ruído de fundo e nos dar um pouco mais de privacidade.

No entanto, a música não ajudaria muito - apesar de todas as provocações, ela era muito barulhenta às vezes. Mas, na pior das hipóteses, eu poderia beijá-la para abafar alguns de seus gritos. E meus lábios sobre os dela a deixavam mais excitada quando ela estava perto de gozar, o que era lisonjeiro e sexy como o inferno.

Nossos olhos se fixaram e a energia mudou, o ar ficou pesado de expectativa. Com uma mão atrás de seu pescoço, eu a puxei para mais perto. Suas pálpebras se fecharam quando nossos lábios se juntaram, nossas bocas se explorando.

Mudando de posição, eu a coloquei de costas para mim e me acomodei entre suas pernas. Peguei suas mãos e entrelacei seus dedos nos meus, prendendo-os à cama. Ela soltou um suspiro suave, apertando minhas mãos e me beijando mais profundamente.

Uma onda percorreu meu corpo, mas foi mais do que física. Toda vez que brincávamos, eu me apaixonava um pouco mais. O sexo com ela era de outro nível. Todos os encontros casuais e os casos de uma noite nunca poderiam ter me preparado para isso.