Capítulo 48

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• Boa leitura •

IRENE

Ele sai da sala e meu coração se quebra, meu peito dói minha respiração falhar e eu caio no choro, ele disse que me ama isso me abalou profundamente

- Dona Irene, calma... seus batimentos estão muito rápidos e sua pressão está subindo... preciso que se acalme

Eu ouço o que a enfermeira fala mas não consigo parar de chorar, começo a soluçar com um turbilhão de sentimentos, sinto raiva, tristeza, e decepção. Me lembro de tudo que ele me falou, na firmeza do seu pedido para que eu tirasse o bebê, lembro da sua raiva quando contei da gravidez, dele dizendo que eu não sirvo para ser mãe e todas as palavras cruéis que saíram da sua boca, eu não consigo perdoar não vou mentir que não quero, eu quero perdoa-lo e fingir que nada aconteceu mas não consigo, eu não consigo

Me encolho na cama sentindo meu corpo doer, choro sentindo meu corpo tremer e a enfermeira continuar tentando me acalmar então sinto algo, algo que nunca senti, eu paro de chorar no mesmo instante me concentrando na barriga, as lágrimas ainda descem mas meu susto é tanto que meu corpo paralisa

- Irene o que foi ? Eu já chamei o doutor, ele já está chegando com um calmante.. está sentindo dor ?? ~ a enfermeira pergunta preocupada

- Eu... eu não sei o qu... ~ sinto de novo algo mexeu dentro de mim - Tem alguma coisa errada... ~ digo preocupada

- O que está sentido ? Me fala!

- Minha barriga ta mexendo... eu... eu não sei o que é... ~ sinto novamente

- Hoo rsrsrs entendi.. esta tudo certo, é somente o seu bebê te dando "Oi" o que está sentindo é ele mexer. ~ ela diz calma pegando minha mão levanto a barriga

Eu não consigo dizer nada estou em choque pois nunca senti isso antes, meu corpo ainda dói, minha cabeça está latejando, estou muito fraca e o choro só piorou minha situação. É uma sensação diferente, estranho sentir alguém mexer dentro de mim e quando sinto o bebê de novo o choro volta sem controle, as coisas que ele me falou ainda agora vem na minha mente, suas declarações, ele me chamando de amor e dizendo que me ama eu sonhei tanto com isso, esperei tanto isso mas agora não adianta mais. Meu corpo entra em desespero novamente eu só não desejo a morte por causa do meu filho

- Você não pode ficar agitada assim, o doutor está chegando com um calmante pra você dormir! ~ a enfermeira diz

Eu prefiro mesmo dormir do que sentir essa dor que parece não ter fim, choro por sentir meu bebê mexer e também por causa do Vinícius ele deveria participar desse momento tão único. Meu choro é intenso, sinto uma alegria que se mistura com a tristeza meu bebê mexendo tão agitado me deixa feliz e triste ao mesmo tempo

Vejo a porta abrir e o Doutor Cláudio entrar, eu levo a mão a cabeça pela dor meu corpo não para de tremer

- Irene vc precisa se acalmar.. ~ ele diz vindo até mim e o vejo colocar alguma coisa no acesso que está na minha veia - Esse é um calmante para você dormir, seu bebê sente tudo que você senti e você acabou de acordar de um coma de 40 dias então precisa dormir e descansar! Vou ligar pro Kelvin vir ficar com você até sua alta. ~ diz terminando de injetar o remédio na minha veia

- Não!!! Eu quero ficar sozinha!!! ~ exclamo sentimento meus olhos pesarem - Não quero ninguém aqui.

Termino de falar e não lembro de mais nada porque apago entrando em um sono profundo

VINÍCIUS

Tem 12 dias que ela acordou, já tentei visitar ela três vezes mas eles não permitem a entrada ela bloqueou visitantes o único que conseguiu entrar duas vezes foi o Kelvin. Mantenho contato com o doutor Cláudio para saber dela e do nenê, ele me falou que ela não quis saber o sexo do bebê que vai deixar para a hora do parto. Agora estou na sala da mansão sentado no sofá, estou acabado pois não durmo direito a noite há dias preocupado com ela tão longe de mim, por mais que a viúva esteja morta sei que ela tem outros inimigos

Ela me mandou embora aquele dia no hospital e eu não sei como ela vai reagir quando chegar e me ver aqui, espero ter uma chance de reverter a situação porque não vou aceitar perdê-la, não quero passar essa gravidez longe dela quero acompanhar cada etapa, quero ir nas consultas e ver os ultrassom, sentir o bebê mexer e está com ela no parto

Já passou das 16h e estou aqui sonhando com nosso futuro imaginando como vai ser nosso filho, se é menino ou menina se vai parecer comigo ou com ela ou ser uma mistura nossa, estou sorrindo como um bobo quando ouço a porta da sala abrir quando olho congelo, não sabia que ela receberia alta hoje e muito menos que chegaria aqui hoje. Ela entra usando uma calça jeans, tênis branco e uma regata branca com uma social por cima, a barriga aparente não muito grande a deixa linda, seus cabelos estão soltos em ondas caindo nos ombros, ela está maquiada e arrasta uma mala pequena que o Kelvin deixou no hospital para ela

Me levanto, quando ela ergue o olhar e me vê fica séria, vejo sua cara de surpresa e raiva por eu ainda estar aqui, ela deixa a mala na porta e vem andando a passos duros até mim

- O que você pensa que está fazendo aqui ?? ~ ela se aproxima baixinha e marrenta como ela é e que saudade eu tava dela

- Eu sei que me mandou embora mas não quero ir, não vou desistir de vocês Irene! ~ digo firme sem desviar os olhos dos dela

- Eu não quero saber o que você quer, se você vai ou não desistir de algo... eu mandei você embora e você vai embora por bem ou por mal você escolhe! ~ ela não está brincando sei que sua raiva e mágoa é real como nunca vi antes mas eu também não estou de brincadeira

- Eu não vou embora, você está grávida de um filho meu e eu vou cuidar de vocês. ~ digo olhando em seus olhos

- Filho seu ? Não tem filho seu Vinicius... vou ter que chamar os seguranças pra tirar você daqui ?? Porque eu te garanto que na minha casa você não fica, então pega suas coisa e SAI DA MINHA FRENTE!!! ~ ela grita nervosa

Sei que ela vai mandar seus seguranças me colocar pra fora mas antes deu responder ouço um grito que faz nós dois olharmos para trás

- MAMÃE!!!!! ~ vejo um mini vulto passar por mim correndo e agarrar as pernas da Irene

E aqui está minha salvação a pessoa que vai me manter nessa casa

Minha filha Anahi [...]

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