“Eu perdoarei sua descortesia,” ela disse. “Eu fingirei que nada aconteceu–”“Erro?” Ele interrompeu suas palavras generosas. Seu rosto estava inexpressivo. “Eu nunca me enganei. Nem uma vez, desde o primeiro momento em que te conheci até agora.”
Leah ficou em silêncio. Ela deveria chamar os guardas para punir esse intruso, mas ela continuou hesitando. Ela não queria.
“Lembre-se de mim, Leah,” o homem disse seriamente, e ela olhou para ele, perplexa porque parecia que ele estava pedindo para ela se lembrar de momentos que nem sequer existiam, em vez deste momento agora. As vozes dos atendentes de repente quebraram o silêncio tenso e assustador entre eles.
— Princesa! Princesa!
As vozes estavam se aproximando. Franzindo levemente a testa, o homem entregou-lhe o guarda-chuva, e Leah o pegou automaticamente. Ele agarrou a ponta do queixo dela.
“Eu lhe darei a primeira pista.” Ele disse arrogantemente. “Eu sou Ishakan, o Rei de Kurkan.”
“……!”
Os olhos de Leah se arregalaram.
“Lembre-se de mim,” o homem com olhos dourados sussurrou novamente. E assim que as palavras saíram de sua boca, ele desapareceu.
Assustada, Leah olhou ao redor, mas ele havia desaparecido num piscar de olhos; não havia rastro dele em lugar nenhum. A única prova de que não tinha sido um sonho era o guarda-chuva em sua mão.
Ela sentiu como se estivesse acordando de alguma estranha possessão. Segurando seu guarda-chuva na chuva torrencial, ela ficou imóvel diante da fonte por um tempo antes de finalmente partir. Ela se deparou com um dos atendentes depois de pouco tempo, e ele correu em sua direção com uma expressão preocupada, agarrando seu guarda-chuva.
Ela não conseguiu evitar olhar com pesar para ele depois que ele o tirou dela. Havia muitos guarda-chuvas semelhantes no palácio, mas por algum motivo ela queria aquele.
Caminhando em direção ao seu palácio, ela pensou no homem que se autodenominava Rei de Kurkan. Ela não conseguia se lembrar dele, mas ele agia como se a conhecesse muito bem.
Não se sabia muito sobre os Kurkans. Mas Leah era uma figura pública. Qualquer um poderia agir como se a conhecesse, se reunisse os detalhes sobre ela já disponíveis. Mas qual seria o sentido de fazer isso?
Os kurkans foram convidados para o casamento. Eles sabiam que Leah se casaria com o rei de Estia. Não havia razão para ele agir daquela forma, e suas emoções pareciam intensas e genuínas demais para serem fingidas...
Seus pensamentos foram interrompidos pela visão da pessoa esperando por ela na frente de seu palácio. Parado na chuva sem guarda-chuva estava Blain, com vários atendentes esperando com ele.
“……”
Olhando em seus olhos azuis frios, ela caminhou lentamente em sua direção, e ele esperou como uma estátua até que ela estivesse perto o suficiente e então a abraçou rudemente, enterrando o rosto em seu pescoço. Ela sentiu uma leve repulsa, mas era tolerável.
Seu corpo estava frio. Ele devia estar esperando na chuva há muito tempo. Mas enquanto ela estava em seus braços, Leah pensou em outro homem, um homem cujo corpo tinha sido tão quente...
Depois de segurá-la por um longo tempo, Blain levantou a cabeça para sussurrar.
“Por favor, diga que me ama.”
Havia uma pitada de medo em sua voz quebrada. Ela não sabia do que ele tinha medo, mas sabia a resposta que ele queria.
“Eu te amo”, ela respondeu rapidamente.
Blain a abraçou com mais força na chuva, e somente quando ela começou a tremer de frio ele falou novamente.
“…Vamos entrar.”
Beijando sua testa, ele agarrou sua mão para levá-la para dentro de seu palácio. Ela seguiu atrás dele como se estivesse sendo arrastada, e olhou para trás.
A chuva estava caindo mais forte. Leah olhou de volta para o jardim, obscurecido pela chuva e uma névoa tênue, e continuou andando.
Ela ainda estava pensando em olhos dourados.
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Predatory marriage novel (PT BR🇧🇷)
RomanceA princesa Leah escreveu uma nota de suicídio antes de seu casamento, pois tinha certeza de que morreria depois da noite de núpcias. Seria o fim miserável de uma princesa que dedicou sua vida ao país e à família real. Mas antes de desistir de sua vi...