-Capítulo 195. Náuseas (1)

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Leah se levantou do assento e vestiu um robe. Assim que se afastou da comida, sentiu como se estivesse voltando à vida. Mas Cerdina foi até a mesa do café da manhã e sentou-se.

“Vamos conversar enquanto você come,” ela disse a Leah com um sorriso. “Eu não quero interromper seu café da manhã. Blain vai fazer um escândalo.”

Se Leah perdesse peso, Blain culparia a mãe. Cerdina balançou a cabeça enquanto Leah relutantemente se sentava novamente.

“Você poderia nos servir chá?” Leah perguntou à Condessa Melissa.

“Sim, princesa.”

Desamparadamente, Leah levantou seus talheres, tentando o máximo possível não sentir o cheiro da comida. Ela podia sentir olhos afiados nela.

“Você não parece bem.”

“Estou com uma leve dor de cabeça. Obrigada por se preocupar comigo.” Leah despreocupadamente colocou um garfo cheio de comida na boca e engoliu. Então ela forçou um sorriso.

Imóvel, sem piscar, Cerdina observou as mãos de Leah se moverem mecanicamente sob a pressão do olhar da Rainha Mãe. Desde que Leah conseguia se lembrar, Cerdina sempre fora gentil e gentil com ela, mas Leah tinha medo dela sem nem saber o motivo. Sempre que estava em sua presença, o medo a dominava como se estivesse gravado em seus ossos.

Leah não conseguia entendê-la. Suas personalidades e as maneiras de pensar eram completamente estranhas uma à outra.

Após a ascensão de Blain ao trono, Cerdina recebeu o título de Rainha Mãe, embora não gostasse de ser chamada assim. Ela acreditava que isso a fazia parecer velha.

Talvez devido à sua obsessão com sua juventude e beleza, Cerdina parecia muito mais jovem do que sua idade real. Frequentemente ela gostava de seduzir os cavaleiros mais jovens no palácio, e ocasionalmente ela até mesmo realizava orgi3s que incluíam outras mulheres. Não era segredo. Cerdina não fez nenhum esforço para esconder, então até Leah tinha ouvido falar sobre isso.

Essa era outra área em que Cerdina diferia muito de Leah. Às vezes, ela perguntava abertamente se Leah tinha feito s3x com Blain. Mas mesmo isso não era tão perturbador quanto a pura malícia que Leah às vezes via em seus olhos.

Sem piscar, a Rainha Mãe observou Leah enquanto ela mastigava silenciosamente e engolia.

“Tem algo que você queira me dizer?” Leah perguntou.

Um sorriso apareceu no rosto inexpressivo de Cerdina.

“Não. Só estou gostando de ver você comer.” Ela olhou para a comida na frente de Leah e apontou. “Você não gosta disso?”

Eram fatias finas de presunto seco. Leah as evitava por causa do cheiro desagradável, mas agora que Cerdina havia apontado, ela tinha que comê-lo. Cutucando a fina tira de carne com um garfo, ela a colocou em um pedaço de pão e deu uma mordida. Cerdina observou enquanto ela mastigava, engolia e mordia novamente.

A Condessa Melissa apareceu com uma xícara de chá e a colocou diante da Rainha Mãe, e ela voltou sua atenção para isso, olhando ao redor da sala em vez de para Leah. Assim que ela parou de olhar, Leah pousou seus talheres, medindo a quantidade de comida que havia consumido. Era a quantidade usual que ela comia de manhã, mas ela gostaria de ter comido menos.

Houve uma sensação desagradável em sua boca assim que a Condessa entregou uma xícara de chá a Leah, mas Leah bebeu em silêncio, ouvindo enquanto Cerdina começava a falar. Não havia significado em suas histórias sinuosas; ela estava apenas preenchendo o silêncio enquanto Leah bebia. Finalmente, Cerdina se levantou da cadeira.

“Eu tenho que ir. Trouxe um chá medicinal para você, você deve tomá-lo três vezes ao dia.” Cerdina estendeu as mãos para segurar as bochechas de Leah, olhando em seus olhos. “Se você tiver algum problema, me diga.”

“…Sim, eu vou. Obrigada por cuidar de mim.”

Um dedo roçou suavemente a bochecha que Blain havia esbofeteado.

“Eu te amo como se você fosse minha filha de verdade.” Cerdina beijou a bochecha vermelha e inchada e partiu.

Assim que ela saiu, Leah se virou para a Condessa.

“Vamos dar uma volta por um tempo.”

Juntos, eles caminharam no jardim atrás do palácio dela. Como era perto, não havia necessidade de as outras damas acompanhá-la.

O jardim parecia decadente. Todas as flores e árvores estavam mortas, restando apenas arbustos espinhosos verde-acinzentados. Observando o estado lamentável do jardim, Leah se virou para a Condessa.

“Estou com frio. Você poderia me trazer um cobertor? E um pouco de chá para beber? Eu estarei na mesa de chá.”

O estômago de Leah se revirou enquanto ela observava a Condessa retornando ao palácio, e ela se virou para caminhar calmamente pelo jardim. Assim que teve certeza de que a Condessa tinha ido embora, ela contou até trinta em sua mente e foi para os arbustos.

Predatory marriage novel (PT BR🇧🇷) Onde histórias criam vida. Descubra agora