❦𝕮𝖑𝖔𝖘𝖊❦
Han acordou naquela manhã sentindo um cheirinho gostoso de café e torradas, seria um sonho? Ele tinha morrido e ido diretamente para o paraíso? O garoto levantou e viu que estava no quarto quentinho de Minho e vestindo suas roupas confortáveis e cheirosas.
O garoto saiu do quarto, dando de cara com o dono da casa, que estava de camiseta preta e um arquinho segurando sua franja para trás enquanto colocava o café em uma garrafa térmica. Jisung podia jurar que aquilo era uma foto do Pinterest de tão perfeitamente harmônica.
- Café? - Minho perguntou simples e direto.
- Hmm... Se eu não for incomodar...
- Sente-se, vou pôr a mesa.
Jisung estava tentando entender, no momento ele não tinha família, casa ou nem sequer roupas porque o dono da quitinete devia ter jogado tudo dele no lixo, e então do nada encontrou um estranho, extremamente lindo e gentil, mesmo que de modo tão aparentemente duro. O que diabos estava acontecendo? Ele não fazia ideia, mas levando em consideração que, quando o homem bonito o expulsasse, ele não teria para onde ir, Jisung apenas aproveitava o momento.
Minho se aproximou com o café e as torradas e pôs a mesa divinamente. Jisung observava enquanto Minho fechava os olhos rapidamente com as mãos juntas, como se fizesse uma pequena oração.
- Vamos comer.
Ele disse e então começou a comer. Han tomava o café devagar, estava saboroso, mas o gosto amargo da verdade sobre não saber o que enfrentaria após sair dali já tinha lhe pegado. O que faria? Ele não tinha ideia.
- Quer que eu te leve a algum lugar? Você mora longe?
- Ah... Não... Não precisa me levar em nenhum lugar. - Han pensava se devia dizer "nem tenho casa", mas sinceramente não queria parecer mais inconveniente do que já estava sendo.
- Você parecia cansado.
- O quê? - Minho literalmente era um homem de poucas palavras, às vezes poucas até demais para serem entendidas - Ontem? Ah, sim, eu estava mesmo.
- Achei que morasse longe, por isso estava cansado.
- Não, na verdade, só andei bastante mesmo.
- Entendi. - Minho tinha visto a data de nascimento de Jisung na identidade, então agora estava presumindo que talvez estivesse cansado por passar a noite comemorando por aí com os amigos. - Da próxima vez, seja mais cuidadoso, nem todas as pessoas podem ser confiáveis.
Minho disse simples e se levantou levando sua xícara.
O dono da casa sentou-se no sofá e então ligou a TV assistindo ao noticiário.
- Suas roupas estão secas. Eu lavei, estão dobradas ali. - Minho apontou para uma cadeira onde estava a roupa do garoto bem dobrada.
- Ah... Obrigado. - Han deduziu então que aquele era o momento em que deveria ir embora, afinal, não tinha motivos para continuar atrapalhando a paz do mais velho.
O garoto pegou as próprias roupas e levou para o quarto, se trocou e então se olhou uma última vez no espelho, não sabia o que o futuro o reservava, mas estava pronto para aceitar seu destino, estava cansado o suficiente, estava exausto e sem nenhum vintém, não tinha saída para aquela situação, ele sabia bem disso, então sorriu uma última vez. Queria sair dali agradecendo com um belo sorriso a quem lhe ajudou em muito tempo.
Han saiu do quarto e Minho o olhou, vendo que ele já vestia suas próprias roupas. O garoto estava quieto e segurava as próprias mãos como se pensasse bem no que diria.
- Então, acho que é isso... Eu já vou indo. Eu não quero abusar da hospitalidade, mas obrigado por tudo...
- Tudo bem. - Minho disse o olhando enquanto aqueles grandes olhos brilhando piscavam lentamente. - Cuidado no caminho.
- Ok, tchau. - Jisung sorriu meio sem jeito e então saiu da casa.
Han andava pela rua de Minho pela primeira vez, vendo os arredores, ele não fazia ideia de onde estava, talvez nunca tivesse ido ali. Mas pouco importava, afinal não tinha casa para voltar.
O garoto andava pelas ruas meio vazias sem olhar para onde estava indo, não ia fazer diferença mesmo, até que, tudo que está ruim sempre pode piorar. Uma chuva começou de repente, fazendo Jisung sair de seu estado automático para enfim correr para alguma calçada que tivesse qualquer pequeno pedaço de teto para se abrigar da chuva.
Jisung se encostou em uma parede enquanto olhava a chuva cair. Aquilo tudo era tão miserável, por que ele tinha que viver daquele jeito? Por que tinha que ter sido abandonado? Por que terminar os estudos com esperança de que fossem buscá-lo para no final apenas o tirarem até o teto em que vivia? Tudo aquilo era tão injusto, e estava vindo tudo à tona na cabeça do garoto, que apenas se abaixou ali abraçando as próprias pernas enquanto escondia seu rosto e chorava alto.
Han chorava tanto por não entender tremenda injustiça, por não saber porque aquilo tinha que ter acontecido com ele, mas principalmente porque estava com medo e sem saída, não tinha mais o que fazer a não ser chorar e chorar.
A chuva batia forte na calçada enquanto o garoto chorava, até que outro barulho se fez presente, como um bater de chuva em um guarda-chuva. Quando o garoto olhou para a sua frente, enxergou um par de botas pretas. Ao subir o olhar, lá estava Minho com sua expressão séria segurando o guarda-chuva acima de suas cabeças sem dizer uma palavra.
- Minho? O que está fazen-ndo aqu-ui? - Jisung perguntava em meio aos soluços.
- Começou a chover, então vim te dar isso. - O mais velho disse olhando para o guarda-chuva. - Por que ainda está por aqui? Não sabe o caminho de casa? - Minho perguntou sério, mas o garoto de repente voltou a chorar com tudo.
- E-eu nem tenho casa! Eu não s-ei o que fazer - Jisung falava aos berros enquanto chorava alto.
Minho apenas observou e ficou calado esperando o garoto se acalmar. Então era isso? Minho tinha ido atrás do garoto para entregar o guarda-chuva antes de começar a chover e então viu que ele andava em ruas aleatórias somente olhando para o chão, sem rumo, até que começou a chover e ele começou a chorar daquele jeito. Minho não fazia ideia de que o caso era aquele, como não sabia bem o que dizer sobre isso, e nem como confortar o garoto, apenas ficou parado, deixando-o chorar enquanto o protegia da chuva.
Quando enfim o choro de Han cessou e ele ficou apenas soluçando quietinho, Minho enfim falou algo.
- Vamos?
- P-para onde? - Jisung perguntava, limpando as grandes bochechas vermelhas de tanto chorar.
- Para a minha casa, você disse que não tem casa, então vamos.
- Me deixe morrer apenas! Do que adianta eu ir para a sua casa se depois não vou ter para onde ir? Nem sei o que fazer da minha vida!
- Eu estou dizendo que você pode ficar na minha casa. - Minho disse simples, fazendo Jisung saltar do chão e o encarar.
- O quê? Por quê?
- Porque você disse que não tem casa. Vai querer ou vai ficar chorando nessa calçada enquanto chove? Não posso ficar pegando sereno, tenho que trabalhar. Vamos.
Minho se afastou, mas viu que Jisung ainda permanecia parado em pé, o olhando com aqueles olhinhos brilhando sem saber se tinha ouvido certo ou não. O mais velho então voltou, andou até ele e o puxou pelo pulso, colocando-o debaixo do guarda-chuva.
- Vamos.
Han então começou a andar com Minho debaixo daquele guarda-chuva enquanto o olhava de perto. O homem não esboçava quase nenhuma expressão facial que dissesse o que passava pela cabeça dele, mas Han tinha descoberto duas coisas naquele momento. A primeira é que Minho definitivamente era mais bonito ainda visto de tão perto, e a segunda era que não fazia ideia do que estava acontecendo, se aquilo era uma loucura ou imaginação da sua cabeça, mas estava disposto a ir com aquele homem a qualquer lugar apenas se ele pedisse, e o mais estranho ainda era que parecia o lugar mais seguro que ele já tinha estado, ao lado daquele completo desconhecido.
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One shot - TMI
FanfictionSegunda temporada da série One shot - Megaverse, One shot - TMI vai trazer novamente todos os shippers do SKZ mas na versão mini fic. Obviamente eu sempre fazia várias partes, então porque não tornar oficial? São histórias que contam com hot explíc...