ChanLix - 4

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Após o cinema, Felix foi com Chan até sua casa.

- Pronto, meu príncipe está entregue. - Felix disse dando um selinho em Chan que sorriu

- Você é extremamente fofo e me dá vontade de te sequestrar.

- Eu não reclamaria, pode sequestrar.

- Então entra um pouco, não quero me despedir de você agora. Eu vou ficar com saudades assim que você sair.

- Tudo bem.

- Vou te mostrar um lugar legal e você me descreve o que ver, tudo bem?

- Ok

Felix foi com Chan até o seu quarto.

- Lix, você consegue ver um desenho de três estrelas fazendo linha reta?

- As três Marias?

- Você sabe? Realmente você é o melhor. Sim, as três Marias.

- Tô vendo.

- Em cima tem tipo uma portinha no teto né?! É o que nos leva até o telhado, puxa essa portinha pra mim.

Felix puxou e desceu uma escadinha. Os dois subiram. Era literalmente uma parte plana no telhado. Os dois se sentaram ali.

- O que é esse lugar?

- Eu observava as estrelas aqui e fazia anotações. Mas não venho aqui desde que fui pra Austrália. Quando eu voltei depois do acidente não quis subir aqui de novo.

- Eu entendo, mas é um lugar lindo.

- O que você vê?

- Eu vejo o céu estrelado e vejo você, são coisas lindas. - Chan sorriu - Channie, eu nunca te perguntei, mas o que aconteceu? Você não precisa responder se não quiser.

- O engraçado é que pela primeira vez eu quero contar sobre. Quero contar pra você já faz um tempo. - Felix deitou a cabeça no ombro de Chan e ouvia atentamente enquanto segurava sua mão - Na Austrália tinha um grande planetário que eu sonhava em ir. Imagina só, um lugar que mostra inúmeras estrelas de pertinho. Juntei bastante dinheiro e matei aula pra ir. Eu estava deitado olhando atentamente pra aquela visão linda que o planetário mostrava. Tantas estrelas, eu me lembro até hoje. Foi literalmente a última coisa que eu vi. Então ouvi um barulho de vidro quebrando. Depois tudo se apagou e nunca mais se acendeu pra mim.

- O que aconteceu?

- O vidro do planetário tinha uma rachadura, acabou se quebrando naquele dia. Vários cacos de vidro entraram em meus olhos, eu estava tão focado olhando que não prestei atenção quando os caquinhos caíram. Outras pessoas se feriram, mas não nos olhos como eu. Enfim, foi um acidente infeliz que poderia ter sido evitado com uma reforma e manutenção correta do local.

- Poxa, e o local fechou depois disso?

- Não sei, não quis saber, minha mãe sabe porque ela processou todo mundo. Naquela época eu só conseguia pensar que tudo tinha acabado pra mim. Eu nunca mais veria as coisas que eu mais amo. Nunca mais veria nada. Foi como um inferno na terra.

- Eu imagino, mas como você se sente agora?

- Eu me sinto bem com você do meu lado. Eu não posso ver você, isso me entristece, mas eu posso sentir você, posso ouvir você. Isso é mais do que eu poderia pedir, e pra você? Tudo bem estar com uma pessoa deficiente visual?

- Isso não é um problema. Eu posso te descrever quando você quiser ver algo. Posso ser seus olhos também.

- Então me descreva você, quero saber como se vestiu pro nosso primeiro encontro oficial.

One shot - TMIOnde histórias criam vida. Descubra agora