Capítulo 5 - A casa do medo.

1.1K 77 14
                                    

  23:55 (noite de sexta - feira 13) - No bosque procurando por ajuda.

Quem abriu a porta foi uma jovem alta e com cabelos meio avermelhados. Ela não fazia uma cara boa para nós, e nem se quer se mostrava preocupada pelo que via na sua frente.

----Nos deixe entrar, tem um psicopata querendo carne humana atrás de nós. Já mataram dois dos nossos amigos----Jessies aperta a mão da garota com força, quase implorando.

----Quem são vocês?----a estranha pergunta, mas sem fazer nenhum tipo de movimento. Ela apenas respira.

----Nós viemos passar as férias, e aconteceu que um maníaco matou dois dos meus amigos e nos pôs dentro de um jogo. Acho que um jogo de sobrevivência----eu expliquei com clareza.

Jeff Will estava se aproximando.

----Podem entrar----ela não parecia está feliz por nos socorrer.

   A desconhecida era diferente, agia de uma maneira que parecia não gostar de nada e continuava nos encarando e nos vigiando por qualquer canto da casa que passássemos.  Por dentro a cabana era ainda maior do que vista por fora, mas tinha objetos estranhos que eu nunca tinha visto na vida. Alguns desses era um recipiente de vidro no qual havia formol e um morcego morto e uma carne estranha que estava exposta pela mesa.

    Toquei no braço do Fred e apontei para o tremendo arame farpado que estava na mesa de jantar com uns 4 metros de comprimento. A mulher olhou para nós na hora, mas tentei disfaçar, mesmo sabendo que já era tarde para isso.

   Achei estranho, mas o rosto afilado daquela mulher parecia com o do meu tio James. Ela tinha o meu corpo, e aparentemente a minha mesma idade. De olhos azuis e lábios ressecados.

    Já era tarde quando fui rumo aos quartos, mas não mudaram nada. Era tudo do mesmo jeito. As camas tinham arames, e na cozinha eu vi tipos de carnes diferentes na geladeira. Sem falar em uma gaveta que era trancada por um cadeado.

   Fui começando a ter medo da casa.
Enquanto passava as minhas mãos pelos móveis empoeirados da casa eu vi Fred e Jessie me chamarem até o banheiro. No caminho, andando pelos corredores para encontrar os dois no banheiro eu resolvi parar subitamente depoid que tive vi quadros da família da jovem. Eu olhei para todos os rostos da fotografia e nenhum deles era parecido com o do meu tio. Mas um homem estava de capuz. Não estava mais a fim de me assustar naquela casa. E ficar com os outros seria uma boa opção para que isso não banheiro acontecesse. Fui andando lentamente em direção ao   banheiro, e antes mesmo de chegar lá eu fui puxada por Fred para o lado de dentro do cômodo. Tudo na casa era estranho, e o que não era estava em muitas quantidades, o que parecia ser roubado.

----Tudo aqui é estranho, eu vi carnes bem peculiares na geladeira----eu coloco as mãos na cabeça.

----Olha!----a Jessie aponta para um telefone em um dos quartos da casa.

    Achamos um telefone, que, por sorte ainda parecia funcionar e tentamos ligar para a polícia. Mas só dava caixa postal, nada na casa dava certo. E agora era possível ouvir barulhos constrangedores vindos do porão, que não ficava tão longe do quarto em que estávamos.

   Nós nos encontramos com o Mike e resolvemos desvendar a estranha jovem. Nos reunimos. Já estávamos desesperados. E não podíamos fazer nada. Era como se nós todos estivéssemos presos em um lugar sem saída.

   Nós conversamos ainda dentro do quarto e tivemos um pequeno plano que poderia funcionar, ou melhor, que deveria, pois era a nossa única chance naquele momento. Combinamos que Jessie e Mike fossem investigar o que havia no porão, enquanto Fred e eu ficávamos investigando a estranha mulher. Enquanto Jessie e Mike desciam até o porão, nós nos escondemos atrás de uma das paredes que estava próxima ao local nos qual a garota estava. Em poucos segundos o telefone toca. Ouvimos a mulher atender.

----Sim! Eles estão aqui. Pode vir, vou guarda-los para você----ela fala com alguém que não é identificado.

Ela desliga e continua assistindo a TV como se nada tivesse acontecido.

  Eu entrei em choque e saí com o Fred de fininho. Fui correndo desesperada pelo corredor até o porão para avisar a Jessie. Às escadas de madeira estavam velhas e eu devia andar com cautela para que não fizesse barulho.

   Abri a porta do porão, e junto com o Fred entrei. Estava escuro lá dentro, mas nós dois encontramos a Jessie e o Mike, que já vinham correndo desesperados e foram aparados pelos nossos braços.

----Vamos saí daqui agora!----eu disse domada pelo desespero.

----O que vocês acharam?----Mike perguntou.

----Ele está vindo e vai nos matar----eu continuei falando e me tremendo de medo.

----Vimos a mulher falar com alguém no telefone. Ela disse que vai nos guardar aqui----Fred explicou.

   Sem que a conversa acabasse as luzes foram apagando aleatoriamente, e ouvimos pegadas se aproximando de nós. O medo foi imenso, e eu estava coberta por ele. Eu estava tão desesperada que fiquei paralisada. Impedida de correr ou até mesmo me mover.

E a partir daquele momento o pesadelo estava entre nós novamente.

   Estava muito escuro, mesmo assim agarrei o braço do Fred, que susurrava em meu ouvido.

----Vai ficar tudo bem. Ainda está com o canivete?

----Sim----respondi baixinho no ouvido dele.

----Me dê ele, no três nós vamos nos abaixar e nos esconder por trás de alguma coisa.

----Uhum!----confirmei.

   Estava preparada, mas não sabia se isso iria dá certo, eu me perguntava: "será que vou morrer agora?" E o Fred? E a Jessie? Quem está aqui conosco?

   Enfim, a minha cabeça se enchia de perguntas e eu estava com muito medo. Nunca havia passado por tamanho desespero na minha vida. Parecia que a morte estava se aproximando de alguém ou de mim. Fechei os olhos e só obedeci ao Fred.

Os passos naquele lugar escuro estavam mais fortes e mais próximos. E mais próximos. E mais. E mais...

 "NO ESCURO DA SUA MENTE AINDA HÁ UMA ESPERANÇA"
                             Guilherme Mendes.

  

  

A Cabana do Bosque (Saga)Onde histórias criam vida. Descubra agora