Capítulo 58 - Adam retorna.

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18:45(noite) - Quarto 349.

O armário de injeções estava lotado. Fiquei confusa assim que abri ele. Qual era a injeção correta? Alice estava mal, eu precisava me apressar. Comecei a ler as instruções que vinham em uma folha branca.

Encontrei. Em poucos segundos depois da "leitura" eu havia encontrado a injeção correta para aplicar. A mesma tinha um líquido amarelado, e um mal cheiro um tanto insuportável.

----Você encontrou?----Alice perguntou de longe.

----Sim. Eu vou aplicar agora----me aproximei da Alice, mas sempre com luvas e máscara----retire a manga da camisa, vou injetar no seu braço.

----Ok.

----Como são as dores?----pergunto.

----Fortes.

----O líquido que vai receber te deixará melhor.

----Obrigada!

----Não me agradeça ainda.

----Temos que sair daqui.

Alguém bate na porta do quarto.

----Droga.

----Temos que encontrar as outras pessoas vivas----diz Alice.

A porta continua a bater. Mais forte. E mais e mais e mais e mais e mais e mais e...

----PARA!

Alice grita. A sua atitude me assusta.

----Alice, sou eu.

----Quem é?----pergunto.

----Sou eu, o Adam. O cara da recepção.

Tento lembrar dele, mas minha memória falha. O melhor a fazer seria abrir a porta para vê-lo. Quem sabe assim eu poderia reconhecê-lo. Seria mesmo? Mas quanto ao vírus? E as armadilhas que o Jeff Will poderia está armando?

----Ele pode está infectado----falo.

----Nós precisamos do Adam. Ele conhece tudo nesse lugar. Vai nos tirar daqui sem que sejamos pegos pelo Jeff----Alice se contrai.

----Alice. Não tem como não cruzar pelo menos umas vez o caminho do Jeff. Ele sabe onde estamos. O Adam não pode nos proteger dele. Eu posso. Conheço o Jeff muito bem. E fui a única a sobreviver depois de uma chacina que contou com mais de 36 pessoas brutalmente assassinadas.

----Nós não temos escolhas. Ele pode está correndo perigo.

----Precisa pensar mais.

----Sarah! Deixe logo ele entrar.

----Tá bom! Você é quem sabe. Não me responsabilizo pelos estragos que isso pode lhe custar----ironizo.

Puxo a porta com astutez e cautela. Reconheço aquele rosto do outro lado dela. O Adam ainda está intacto fisicamente. Seus olhos glaciais são complexos e cheios de brilho. Ele me encara. Mas não tem muito tempo para isso. Tudo se quebra quando a sua respiração se condensa, e logo após isso, é solta com grande força. Ele está fadigado. As mãos trêmulas demonstram muito sobre suas emoções.

Ponho minha cabeça para o lado de fora do quarto. O corredor vazio permanece depressivo e inabitável. As vísceras de alguns pacientes ainda estão frescas na cerâmica polida do vasto local cheio de corpos ensanguentados e estripados.

Quem teria feito aquilo? O vírus teria a capacidade de chegar a esse ponto quando se instalava nos corpos? Ou seria o Jeff?

Seja lá o que tenha sido, Jeff ainda pode está nesse hospital. E nós estamos vivos (ainda), e precisamos de água e comida. Sem isso, viraremos parte da grande massa de carne podre jogada nos corredores desse hospital.

Mas enquanto isso, tentarei falar com o Adam sobre o local. Precisamos bolar uma fuga que nos dê tempo para pensarmos sobre tudo. Sobre o que está acontecendo e como sairemos desse lugar intactos. Tanto do vírus como do Jeff.

Aliás... Cadê o Jeff?

----Sarah! Não fuja de mim----uma voz ecoa do lado de fora

Ele está aqui!

A Cabana do Bosque (Saga)Onde histórias criam vida. Descubra agora