Capítulo 11 - A penúltima etapa do medo.

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07:35(manhã) - Na lancha.

No dia seguinte.

Eu poderia ver as piranhas saltarem de dentro para fora da água, e eu continuava sem ideias. Nada vinha na minha cabeça por mais que eu me esforçasse para pensar.

De repente ouço uma voz vindo de longe. É feminina e muito gasguita. Tento seguir o chamado, mas não vejo quem nos chama.

----Oi, precisam de ajuda?

Olhei para todos os cantos, mas não conseguia ver ninguém. A voz depois se duplicou, agora era um homem e uma mulher que nos chamavam. Quase quebrei o meu pescoço de tanto gira-lo para tentar encontrar a origem daquela voz.

----Aqui, eeeeei!----continuaram chamando.

Olhei para a outra margem de longe, em cima dela, pude ver duas pessoas, as mesmas pareciam ter a mesma idade que a minha.

----Querem ajuda?----eles gritaram inocentemente sem saber sobre as piranhas.

----Por favor!----Fred gritou da lancha.

----Vou mandar uma corda, que vai ficar amarrada aqui numa árvore. Vocês tem que amarrá-la em algum lugar do barco, agora vocês irão ter que vir pendurados, segurando com as mãos e as pernas----o homem falou enquanto amarra a corda em uma árvore qualquer.----Vamos jogar.

----Tá bom!Podem mandar!----eu grito em seguida.

Eles logo se abaixam e jogam uma corda que parecia bem longa, vi o Fred aparar a mesma nas mãos e logo   amarrá-la no ferro da lancha.

----Está seguro aí?----a jovem pergunta do outro lado.

----Está, e aí?----Fred confere e responde.

----O melhor possível----o jovem grita do lado oposto.

----Eu vou primeiro----me agarrou na corda e tento não olhar para o Rio infestado de piranhas.

Me segurava na corda com a ajuda do Fred, coloquei primeiro as mãos, em seguida os meus pés e fui me afastando bem devagar. Não evitei, olhei para as piranhas e as vi pularem e se aproximarem de mim. Fico mais tensa.

Continuo bem devagar, primeiro uma mão, depois a outra.

Em seguida o Fred veio. Jessie veio logo atrás dele. Oservei uma das pontas do cabo e eu vi ela se despedaçar aos poucos. A corda não parecia aguentar e, por isso, se rasgava devagar. Eu me apressei, com muito medo de cair na água e ser comida pelas piranhas.

----Venham mais rápido!----grito.

Consigo chegar do outro lado, ainda vi o Fred e a Jessie no meio do caminho, sem nada que eu pudesse fazer, o nó frágil da corda soltou da árvore, mas os músculos de escoteiro do cara que estava comigo seguraram, e eu entrei em desespero.

O Fred se segurou e ficou na corda, mas a Jessie caiu na água.

----Socorro!----Jessie grita.

----Jessie, não!----grito chorando e já pensando em nadar até lá e buscar ela.

Eu vi ela ser comida pelas piranhas, enquanto o sangue passou a fazer parte da água do rio, e o seu corpo afundava devagar. Logo o Fred conseguiu sair da corda e chegar até mim.

Jessie gritou até a última dentada dada na carne que cobria seu corpo. Eu me desesperei e gritei ao máximo que puder de ódio, pena, saudade e com sede de vingança.

JESSIE ELIMINADA.

Eu ainda vi o Fred perguntar aos outros dois que estavam calados perto de nós:

----Qual o nome de vocês?

----Mariah----a jovem nos responde.

----Artur----o garoto nos cumprimenta.

----Sabem nos dizer por onde saímos desse jogo?----Fred simpatiza com os dois.

----Sim! Nós temos que andar muito por a coluna, até acharmos um portão  que anunciará: "Você foi o(a) sobrevivente, agora está libertado(a).----Mary responde.

----Simples assim?----Fred volta a interrogá-los.

----Não, pois só um de nós atravessará o portão da salvação----o cara se sente  desconfortável quando fala daquilo.

----Mas só poderá ter um sobrevivente?

----Sim----respondem.

Eu me pus de pé e ainda chorando fui abraçar o Fred.

----Não acredito que a Jessie morreu----abraço-o.

----Olha, temos que continuar, ela está torcendo por nós----Fred limpa minhas lágrimas.----Agora vamos.

Seguimos na longa caminhada.

Em seguida nós seguimos pela montanha. Fred não se mostra exausto enquanto anda abraçado comigo.

----O que vocês são?---- Pergunta Fred.

----Irmãos----o jovem responde.

Ambos os irmãos não falam mais nada pelo caminho. Depois passamos a andar mais rápido, e foi só logo depois de andarmos por algum tempo que avistamos na nossa frente uma casa.

----Vamos entrar?!----diz Artur.

----Não é nada boa entrar na casa de estranhos----eu aviso.

----Nós estamos com fome e sede. Precisamos entrar----Mariah coça o nariz.

Em seguida entramos sem saber o que havia lá. A madeira parecia velha e após entrarmos a porta fecha sozinha, vou até a mesma e faço esforço para abrir.

Mas não consigo, está trancada. Impossível de abrir. Alguém tinha fechado ela por fora, e agora estávamos presos alí dentro. Sozinhos e sem proteção alguma.

Logo após isso as janelas também se fecham, deixando a casa completamente escura. Eu, o Fred, Mariah e Artur ouvimos apenas um som sair de uma caixa de som que está no teto:

----Restam quatro pessoas no jogo, e só haverá um sobrevivente, mas agora irão ter que passar por uma das provas mais difíceis: "A prova da casa sem saída". Uma sirene toca.

Depois uma luz no meio da sala acende, e através dela surge o Jeff Will, que olha para nós e espreme as mãos de raiva.

E agora nós já sabíamos que só haviam quatro pessoas no jogo. Depois da inesperada morte da Jessie, a minha melhor amiga, se tornaria ainda mais difícil de resistir a última prova.

Tínhamos que correr e lutar contra a morte.

"SUA SOBREVIVÊNCIA É O SEU PRÊMIO".
        Guilherme Mendes.


A Cabana do Bosque (Saga)Onde histórias criam vida. Descubra agora