----Você já conhecia ele? Isso tá ficando ainda mais interessante ----Adam continua a sussurrar.
----Sim, eu conhecia... ----Eu aperto com força as mãos. Estou com raiva. Ódio. Rancor. Melancolia. Estou sentindo agora todas as coisas negativas que existem nesse mundo.
----Mas eu esperava que você ficasse feliz. Esse cara te deu a vida ----Adam percebe o meu olhar. A minha reação ao ver Jeff.
----Sim, esse cara me deu a vida, mas esse cara que me deu uma nova chance para viver, foi o mesmo que tentou me matar mil vezes. Esse cara que me deu a vida, foi o mesmo que matou todos os meus amigos. Esse cara que me deu a vida, foi o mesmo que me perseguiu por anos e anos. Foi o mesmo que furou as minhas mãos com pregos. Foi o mesmo que matou minha família. Esse cara aqui na cama, é o mesmo que VAI MATAR A TODOS NESSE MALDITO HOSPITAL!!!! ----grito alto demais, até as paredes estremecem.
Não consigo guardar o que sinto. Minha raiva só se multiplica. Meu sangue parece ferver. Sem poder me controlar, eu avanço no Jeff. Dou tapas fortes em seu peitoral. Procuro uma tesoura ou algo cortante, mas não encontro nada. Me descontrolo, pareço louca, mas não sou.
Jeff não acorda, deve está desmaiado. Se não for isso, ele pode está fingindo dormir. Mas isso não importa. Dessa vez, vou até o aparelho de oxigênio. Desligo-o. Aos poucos os pulmões de Jeff vão procurando ar. Mas não encontram.
Adam avança. Me segura. Tapa minha boca para que gritos não saiam mais dela. Muitos enfermeiros entram no quarto. Alguns seguram os meus braços, minhas pernas, meu corpo inteiro. Alguém me aplica uma injeção. Não sei o que é. Talvez um tranquilizante. Mas em muito pouco tempo ela faz efeito. Ouço as últimas palavras dos enfermeiros:
----Ela está louca. A garota está louca.
----Não, eu não estou ----Essa é a minha última frase. Depois de um tempo, meus olhos fecham. Não consigo abrí-los. Apago em segundos.
Acordo.
Estou em um outro quarto. Esse é diferente. As minhas moletas estão próximas da cama. Meu rosto queima menos agora. As dores dão um alívio.
Já as queimaduras nem tanto assim.As paredes são brancas e bem conservadas. O clima do quarto me faz delirar. O ar é bem puro. A luz noturna bate na janela. O quarto está pouco iluminado.
Agora passo a focar na porta do quarto. É diferente. Parece de cobre. E está trancada. Já a janela do quarto é mais "aberta", tem um cadeado. Mas leva vantagem por conta de ser revestida por um vidro embaçado. Contudo, a altura é imensa. O meu quarto deve está no último andar do hospital.
Existe uma outra saída. Mas não é tão legal assim. A entrada de ar. Fica no teto. É de difícil acesso. Muito empoeirada. E com direito a aranhas e alguns outros insetos. Sem contar que para chegar lá em cima, seria necessário um "sacrifício".
Meu rosto arde.
As dores são conturbadoras. Minha pele está muito mais hidratada agora, mas não está curada por completo. Eu sinto que não. Permaneço deitada. Um travesseiro de algodão apara a minha cabeça. A cama é bem mais confortável que a do outro quarto. E os aparelhos hospitalares também.
Alguém chega do outro lado da porta.
Ouço um barulho que pode ser comparado a um chaveiro. E parece ter um número exagerado de chaves. Uma delas parece perfurar a fechadura nesse momento. Leva muito trabalho para abrir. A fechadura trava. Talves esteja um pouco enferrujada.
A pessoa força outra vez. E daí, prossegue. Roda a chave muitas vezes dentro da fechadura. Se esforça mais. O trinco é movido. E a porta abre.
Minhas mãos congelam ao ver o Ryan entrando. Ele me vê acordada. Vejo uma expressão de pânico em seu rosto. Parece atordoado. Assustado. Ele fecha a porta novamente. E esconde o chaveiro inteiro no bolso da sua calça.
Ryan se contorce perto de mim. Me vejo obrigada a ajudá-lo. O que está acontecendo???
----Sarah! ----Ryan está apavorado.
----O que está acontecendo aqui? ----me posiciono a sua frente.
Os meus ossos estão fortificados. Consigo me manter de pé sozinha.
----Sangue. Muito sangue lá fora!!!----ele tenta apontar.
----Ei ----acalmo-o ----Me conta com calma, tá bom?
Ryan compreende.
----Um homem surtou lá fora. Matou uma das nossas enfermeiras durante uma consulta ----ele entra em desespero.
----Droga!!! ----entendo muito bem o que ele quer me contar.
O que Ryan me falou foi só uma versão prolongada de uma frase que conheço muito bem. Que diz:
O JEFF VOLTOU!!!!
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A Cabana do Bosque (Saga)
HorrorPERIGO. MORTES. ESCOLHAS. [EM REVISÃO] Você é corajoso(a)? Então procure ser, porque a partir do momento que Jeff Will cria as regras, ninguém deixa de cumprir, e daí só resta uma tarefa, se não cumprir, você morre, e o jogo só piora. Você estará...