A Cabana do Bosque (Saga)

Capítulo 10 - A ajuda.

16:30 (noite).

Meu coração estava prestes a sair voando pela minha boca. Eu enfraquessia, pois não aguentava ficar agarrada por muito tempo no teto. Quando eu desisti de continuar tentando e resolvi largar os meus braços do teto e cair, uma voz ecoou no horizonte.

----Por favor, deixem-os em paz----aquele vozeirão me parecia familiar.

Era o tio James.

Depois que ouviram atentamente o mandato de James, Jeff e a irmã que foi chamada de Paloma pelo meu tio se retiraram do local onde antes estavam, obedecendo as ordens.

Essa era a minha única a e exclusiva duvida do momento: por que eles obedeceram as ordens do meu tio? E por que o meu tio estava falando com o homem que matou 3 pessoas?

----Desçam!----James fala.

Sinto medo.

Nós obedecemos a sua ordem e descemos calados. Acompanhamos James, eu não tinha coragem de sair dali correndo. Ele estava calado até então, mas depois que andamos por segundos meu tio, até então James não havia falado conosco, mas depois de segundos de uma breve caminhada ele ficou estranho e do nada me agarrou pelos cabelos. James me fez como refém para que Fred e Jessie não se aproximassem e me pôs de joelhos enquanto me apontou uma arma.

----Sabem quem eu sou?

----Vá se ferrar!----falo.

Ele me dá um soco na boca.

----Não fale besteira sua vadia----ele continua a apontar a arma para mim.

Eu gritava de dor por conta dos puxões no meu cabelo. Antes que ele pudesse atirar em mim, eu cuspi no chão o sangue da minha boca cortada pelo soco. Minha saliva cai em cima de uma pedra. Sim, uma pedra grande o suficiente para achatar a cabeça daquele imbecil.

----Eu sou irmão do Jeff. Não tentem se aproximar de mim, pois não quero machucar vocês. Prefiro deixar esse trabalho para o Jeff Will.

----Seu idiota!----Fred grita.

----Sarah, acho que já deve saber o que vai acontecer contigo----ele engatilha a arma.

Agarro na pedra e a retiro do chão.

----Não. Eu sei o vai acontecer com você----jogo a pedra contra a cabeça dele.

James cai no chão com um corte na testa. Ele desmaia.

Continuamos correndo pelo bosque enquato James sangra. Entramos por um caminho de terra e seguimos por lá até chegarmos em um caminho subterrâneo, era como uma mina, só que que sem diamantes ou ouro. Entramos.

Nós três continuamos a andar pelo local úmido e escuro, mesmo sabendo que só havia um jeito de sair dali, que era pelas estradas. Mas nós poderíamos achar pessoas por ali, pois era um jogo, e poderiam existir mais sobreviventes no bosque.

Era meio escuro por dentro e o calor era de dar agonia, além de grande era cheio de rochas, e de morcegos. Tive impressão de ser vigiada, e não só pelas câmeras que nos cercavam, e sim por alguém, ou até algo.

----Estou com calor----Jessie fala e abana o corpo com a própria camisa.

----Eu também, mas esse lugar pode ser a nossa saída----respondo ativa.

Vejo água. Corremos.

Vi alho brilhar no subterrâneo, era a água cristalina de um rio que fazia reflexo nos arredores da grande rocha. Depois de andarmos um pouco mais chegamos na margem. Até a água dele era quente, mas tínhamos que prosseguir.

Entramos em uma lancha. Haviam muitas delas.

Acelerei para sair o mais rápido dali.  O motor da lancha parece travar quando paramos nas profundezas. Não fazia idéia do que pudesse haver de errado. Fred foi checar o motor, mas não ficou submerso para fazer isso. Vejo-o retirar algo de lá e fazer cara feia.

----Acho que temos companhia na água----Fred segura algo com a ponta dos dedos.

----É uma piranha?----pergunto.

----É sim----Jessie se aproxima do animal morto.

O barco continuou boiando no meu do lago que era imenso. Algo estava com problema no motor, eu me afastei da água ainda mais aterrorizada.

----Ai meu deus, são piranhas----grito.

As mesmas passam a agitar a água ao nosso redor.

----Meu Deus----Jessie passa mal e vomita na água.

----Sim, estamos presos aqui e não temos outra forma de fugir. A lancha é bem pesada para remar com ela até a superfície.

As piranhas continuam, e parecem  estar mais bravas em cada momento que se passa. Acelero para tentar tirar o barco a força de perto delas, mas não tenho sucesso.

Eu estava perdida, sem acreditar no que estava acontecendo. Já podia notar que a Jessie estava ficando louca, o jogo estava embaralhando a mente dela. E a minha também...

Mas o jogo poderia deixar qualquer um louco e fazer qualquer pessoa se suicidar. Mesmo aquelas que mais resistem, como nós três.

A morte era o lema desse jogo, e a sobrevivência era apenas uma vitória.

"O SER HUMANO É FRÁGIL QUANDO TEM DE ENFRENTAR O SEU MAIOR MEDO"
                     Guilherme Mendes