Proporções corporais perfeitas e um lindo rosto angelical, mas que parece esconder uma alma elétrica. Forte, independente e principalmente verdadeira, é isso que me vêm à cabeça quando vejo tal figura feminina desfilar na altura de meus olhos.
Minha excitação é incontrolável quando a imagino me chicoteando e domando-me. Quero devorá-la, fazê-la rastejar por mim, a quero. Desejo-a por completo, cada pedacinho, cada fio de cabelo dourado, cada centímetro de seus lábios avermelhados.
Sua imagem divina é diabólica, responsável pelos meus pensamentos imundos nas diversas vezes em que me peguei sozinho o suficiente para lembrá-la.
Quando desenhei essa peça de trapo, não imaginei o quão bonita ela poderia ficar em alguém. Geralmente é assim, nunca conseguimos imaginar ao certo quando uma tela em branco pode se transformar nessa chuva de emoções. Quando a vejo, mesmo mascarada, posso sentir um peso de uma vida e uma maturidade arrecada muito cedo. Isso a diferencia de todas, sua intensidade, que me rebaixa, que me faz anseiar por algo tão novo e nada convencional.
Nesse momento ela está perfeita. Desfila com naturalidade e me faz lembrar um dia ensolarado com sua juventude e carisma. Não só eu, mas todos estão vidrados na beleza enigmática, tanto mistério revira-me na cadeira, me falta fôlego, mas sobra-me palpitações.
- O que está achando dela? - Indaga Mona, corajosa o suficiente para voltar sua atenção para mim. Ela deveria preocupar-se com seu até então diamante bruto.
- Bom... - Tento agir com naturalidade, manter-me quieto. - Ela é ótima. - Reviro-me novamente, desta vez, acariciando meu cavanhaque, afim de me acalmar.
- Parece nervoso. - Ela ri, tornando sua atenção exclusiva para a modelo novamente.
Estou em um espetáculo? Os olhos feminos carregam um fragilizar alarmante, como se estivesse quase a chorar. Emocionada? Talvez, mas consigo ver sua sensibilidade o quanto está gostando de fazer o que faz.
Mas que merda eu estou fazendo? Estou esquecendo quem eu sou, isso sim. Jamais rebaixar-se à qualquer coisa, regra número um. Ajeito a gravata e tomo a postura novamente, desta vez com um olhar mais critíco e frio.
Mona franze o cenho ao perceber minha expressão desorientada, mal consigo decidir como me sinto. Como estou agora? Surpreso ou calculista? Pagando um mico total seria a melhor alternativa.
- Tem certeza que você está bem? - Ela insiste em perguntar, já que repara meu atordoamento. Sim, pareço um adolescente idiota.
Impossível não pegar-se maravilhado ao observar-la abrir as "asas", revelando sua bunda coberta pelo pedaço de renda branca. Vislumbro pensamentos sujos aleatórios, mas sempre acompanhados pelo som que eu acredito ser de seu gemido, chama pelo meu nome. Pendo minha cabeça para trás, ignorando o desfile à partir do momento que não a vejo.
Um pouco mais calmo, absorvo as informações com mais atenção e finalmente percebo que se trata da mesma mulher da boate que dançava. Bastante coencidência, não gosto. Será algum tipo de armação para mim? Observo Mona com desconfiança, mas ela parece muito calma, se estivesse tentando me enganar carregaria algum tipo de tensão, mas está serena e sem exageros com sua felicidade, algo não artificial.
Vejo Logan passar pelo outro lado da passarela, segurando a mão de uma espécie de puta gótica, não preciso questionar isso, bem do feito dele. Nunca vi moleque para gostar tanto de mulheres estranhas.
O desfile torna-se tão monótono. Batidas frenéticas novamente e a passagem das modelos rápidas demais, nada com emoção, sempre tão duro e frio, como máquinas.
Ajeito o terno e espero o tempo passar, fingindo estar prestando toda a atenção no mundo em cada uma, mas na verdade estou com o pensamento nas nuvens.
É chato pra porra ficar ansioso para alguma coisa, pois o momento que está vivendo parece que nunca vai acabar. Por fora, calmissímo e centrado no trabalho. Por dentro, excitado para caralho e nervoso em demonstrar qualquer coisa que queime minha imagem. Controle total no Nerão, antes que ele pule para fora.
O desfile acaba, mas espero algumas pessoas se levantarem. Não quero parecer desesperado. Mona assente com a cabeça e vai embora com um de seus garotões. Logan de fato desapareceu, pouco sabia que ele estaria lá, mas levanto-me, fingindo preocupação com meu filho para alguns repórters.
Algus minutos de papo furado, fujo dos olofotes e corro para a porta dos fundos, afim de livrar-me de algumas fãs histéricas que encontro pelo caminho.
- Tudo bem, senhor? - Indaga Dom ao ver-me entrar no carro apressado.
- Tudo sim, Dom. Leve-me ao hotel Reedus. - Bufo ao ajeitar minha barba. O motorista parece achar graça, mas logo dá partida no carro.
- Parece nervoso. - O homem parece dividir atenção entre minha expressão confusa e o caminho à frente.
- Por que todo mundo está me dizendo isso hoje? - Olho para os lados, indagando de uma forma completamente desesperada.
- Calma, só foi uma pergunta. - Dom ri entre os ditos, balançando a cabeça negativamente.
- Do que tanto ri? - Abro a janela, afim de tomar um ar. Pensamentos à mil fazem-me arrancar o óculos escuro.
- Faz tempo que não o vejo tão feliz. - Ele comenta como se não quisesse nada e ainda completa. - Isso é ótimo, senhor.
Estou deixando isso muito na cara? Não estou feliz e sim puto. Odeio me sentir aflito como um menino de 16 anos ao perder a virgindade. É torturante, principalmente para um cara como eu, que tenta transparecer 24 horas ser um homem forte e responsável. Que ponto eu cheguei? Converso com meu único amigo, de pau duro, pensando em uma garota no qual já vi duas vezes e mesmo assim desconheço sua cara por sempre estar mascarada.
- Senhor? - Dom indaga ao notar meu silêncio repentino.
- Oi. - Desperto de meu outro transe, tentando controlar essa sensação maluca que me toma. - Obrigado por se importar, meu amigo.
Ele assente com a cabeça e para o veículo. Observo o hotel e respiro fundo, finalmente saindo do carro.
- Tchau, senhor. - O homem vai embora, deixando-me desamparado. Quando pego-me só, finalmente me recomponho, tornando-me o homem que sou sempre.
Entro, retirando um punhado de meu cabelo que passa a me incomodar. - Reservei um quarto.
- Nome, por favor. - Quando a mulher finalmente me olha, desespera-se. - Claro, Senhor Lee. - Ela me entrega as chaves e me observa de cima à baixo, deseja-me.
A agradeço com um sorriso e vou-me, subindo os lances de escadas, afim de aquecer-me.
Abro a enorme porte escura e deparo-me com a decoração moderna do quarto, mas o que tanto me agrada é a imensa janela de vidro, que proporciona uma magnífica vista dos prédios da cidade de Nova York.
Champanhe, morangos e inúmeras velas aguardam a bela garota.
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Ego Flamejante
RomanceQuando uma jovem de dezessete anos entra no mundo da moda e descobre os segredos de um famoso empresário, suas vidas mudam para sempre. Nesse romance quente e repleto de intrigas o último desafio é descobrir: Até que ponto você iria para esconder o...