(Observador)
Após uma longa viagem sem trocar alguma palavra, o casal desfrutou de uma ducha silenciosa com mentes barulhentas - a casa de Eva parece deserta na presença dos dois.
Nero está à vontade com uma blusa cinza e uma bermuda esportiva. E Eva não muito diferente com um blusão vinho e um shortinho preto.
— Você foi corajosa hoje. — Nero quebra o silêncio, olhando-a com o semblante arrependido. Tão fragilizado como ela.
— Por que não me sinto assim? — Indaga Eva, sentindo-se fraca por novamente ter lágrimas presentes no rosto.
— Eu... — Nero tenta dizer algo, mas é interrompido pelo suspiro emocionado. — Não sei o que dizer para fazê-la sentir-se melhor.
— Diga que meu pai está realmente morto, pois eu não vou conseguir viver mais um dia com essa dúvida...
— Ele está morto, Eva. — Nero aproxima-se, mas contém-se. — Apenas confie em mim. Disse aquilo naquele dia sobre o seu pai estar vivo, pois não pensei em algo melhor para convencê-la de que não havia sido eu quem fez aquela maldade com você.
— Estou enlouquecendo, Nero. Estou tomando remédios, tenho ataques de pânico e ansiedade... Eu... — Eva levanta suas mãos, mostrando-as tremer. — Simplesmente não consigo dormir à noite... Eu só consigo pensar em... — Ela se interrompe, pois cai no choro.
— Eva... — O homem se aproxima, passando o olhar por cada detalhe que não havia notado antes. — Você não me disse nada... Eu... Eu pensei que você estava bem.
— Não quis incomodá-lo. — Ela soluça. — Você é sempre tão ocupado, sempre chega tão tarde.
— Eu preciso me agarrar à alguma coisa para não deixar de acreditar em nós, pois eu juro, estou quase fraquejando. Olha o que eu fiz com você. — Nero a toma os pulsos, tentando conter o tremer. — Eu não queria que visse o que aconteceu hoje, mas quando senti aquele cara nos observando, só consegui pensar em tirá-la dali e levá-la comigo, pois nunca me perdoaria se algo acontecesse com você.
Eva permanece calada, tentando amenizar a expressão de choro em seu rosto e mesmo com os olhos transbordando, ainda fita os do homem.
— Eu me sinto muito ocupado por não ter percebido que aquela revelação poderia ter sido demais para você. — Admite Nero. — Muitas coisas aconteceram nesse curto período de tempo. Muitas mudanças para você, para sua irmã, sua amiga... E eu acabei um pouco distante demais. Mas esse sou eu, Eva. Estou longe de ser uma pessoa legal e principalmente ideal para você. E sei que merece uma coisa bem melhor do que eu.
Ele respira fundo e cessa o apertar dos pulsos dela, com o olhar como quem diz "Eu sou culpado, mas não me odeie por isso"
— Não vai dizer nada? — Nero vai soltando as mãos femininas até a altura dos dedos, mas Eva permanece calada.
Ele fecha os olhos e suspira, dando as costas e seguindo o seu caminho para fora da casa.
Quando cruza a porta e a metade do quintal, tem as esperanças reacendidas quando ouve seu nome ser pronunciado da boca de Eva.
— Nero. — Quando ele vira, depara-se com a mulher esperando-o de braços abertos.
O homem caminha com vontade em direção à sua amada e a agarra num abraço apertado, levantando-a até a pontinha de seus pés.
Eva sente seu cheiro inconfundível no pescoço de Nero, deleitando-se. Esquiva seu rosto um tanto para trás, encontrando a orbe verde do russo.
— Você e eu é possível. — Sussurra ao encostar as testas e deslizar a ponta dos dedos na barba cerrada.
— Eu só quero estar com você. Apenas você. — Murmura Nero, que mergulha seus lábios nos dela, arrepiando o corpo feminino.
Finalmente fazendo-a sentir-se verdadeiramente amada.
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Ego Flamejante
RomansaQuando uma jovem de dezessete anos entra no mundo da moda e descobre os segredos de um famoso empresário, suas vidas mudam para sempre. Nesse romance quente e repleto de intrigas o último desafio é descobrir: Até que ponto você iria para esconder o...