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(Nero)

Como se não bastasse toda aquela entrada triunfal da mulher, ela ainda me olha mansa, como se desconhecesse toda a maldade que a paira.

Dou um tapa estalado em sua cara, deixando o contorno avermelhado na pele alva. Ela abre a sua boca e tenta me provocar mas  a puxo seu cabelo, a afastando, como uma cadela.

- Não, querida. - Sorrio descarado, divertindo-me com as tentativas da mulher de alcançar meu colo novamente..

Ela para e me encara os olhos, livrando-se de meus dedos e finalmente levantando-se.

- Onde você vai? - Pego minha cueca box preta e a visto. Arqueio a sobrancelha, tentando decifrar o pensamento feminino e caminhando manso em direção à mulher.

Ela não diz uma palavra, apenas encontra-se reflexiva, olhando para baixo.

- O que houve, hm? - Meu sussurro invade o ponto auditivo com a quentura. Ela ainda está imóvel. Enterro meus lábios pelos fios dourados e cheiro deliciosamente seu cangote, roçando o espetar do meu cavanhaque em seu ombro. - Fica comigo, vai.

O que está acontecendo? Ela não se move. Isso me deixa puto. Empurro o corpo para frente, afim de me livrar. - Não quero assim.

- Ótimo. - A mulher vira-se com uma sobrancelha levantada e caminha até a gaveta, onde retira de lá um chicote. - Deita ali agora.

- O que? - Rio, encarando a situação com negação. - Acha que eu vou te pagar para você me bater? Deita ali você.

- Tô pouco me fodendo para seu dinheiro. - Ela acaricia a sua mão com o chicote - Ainda fui boazinha de não pedir para ficar de quatro.

- Você não seria capaz. - Tento impor respeito, mas estou excitado o suficiente para fraquejar.

- Experimenta tentar. - A mulher arranca uma lasca de madeira do móvel ao chicoteá-lo.

O poder que ela exala exita-me de uma forma enlouquecedora, tento conter, mas meu instinto masculino é selvagem. Estou com raiva e uma explosão está vindo. Caminho bruto em direção à mulher, onde a puxo com vontade pelo cabelo, enterrando minha língua entre seus dentes. Nosso beijo no começo é metálico, mas logo torna-se gostoso quando tenho a língua chupada por completo. O pior de tudo é que ela beija bem. É intensa e completamente dominadora, logo pula em meu colo e laça suas pernas em minha cintura. O bote já está dado. Tentando soltar-me, empurro-a contra a parede, mas o impacto das costas feminina contra a superfície plana a arranca um gemido gostoso.

Que mulher maravilhosa, além de gostosa, tem atitude. Quando tenho o corpo um tanto afastado, sinto meu equilíbrio ceder, mas ela me agarra pelo pelo rosto, olhando-me como se fosse seu cachorrinho, após fazer uma terrível travessura. Já estou em meu ápice, quando ela me empurra na cama sentado, logo acomodando-se em meu colo.

O aroma feminino adentra meu oufalto, fazendo-me desejá-la como um animal. Invado o vestidinho vermelho com a destra, sentindo entre os meus dedos a pele alva e macia. - Você é linda...- Com a outra mão, a agarro o rosto.

Ela balbucia algumas palavras e me presenteia com um tapão na cara. Eu já deveria saber que meu controle não duraria muito tempo. A mulher derruba o restante do meu corpo na cama e monta em mim.

- Puta merda... - Sussurro levando meus dedos ao rosto, num ato de total desespero. - Você está me deixando louco.

Ela rebola no meu colo como uma profissional e no ápice de meu descontrole, arranco a mulher de cima de mim e puxo-lhe o cabelo para que o rosto guie-se em uma só direção, deixando o pescoço livre, onde eu deposito um forte chupão. A pele branca é manchada por um roxo intenso, fazendo-a virar os olhos. 


Seu sabor lembra-me a um morango fresco e suculento. Sua língua é tão gostosa que me faz não pensar em nada. Apenas eu e ela, na nossa conexão prefeita. Deixo-a deriva no beijo e sussurro em seu ouvido. - Cale a sua boquinha... - Já com o cabelo dourado agarrado em minha mão, a viro de costas para mim.


O tempo passou tão rápido, que pude senti-lo escapar entre meus dedos como areia... E quando dei-me conta, barulhos ao meu redor tornam-se ruídos quando finalmente sinto minhas pernas bambas o suficiente para entregar-me ao corpo abaixo. Encostamos nossas testas e juntos ofegamos.

- Você é ótima. - Caio com o corpo para o lado, fitando o teto, extremamente cansado.

Sem responder, ela levanta e anda em direção ao banheiro. Em poucos segundos posso escutar o barulho do chuveiro, a sigo. Quando chego, a fantasia está jogada no chão.

- Acho que já está na hora de tirar essa máscara. - Adentro o box junto a mulher, a agarrando pela cintura.

- Gosto do mistério que existe entre nós. - Ela abre um cativante sorriso, lindos dentes brancos, perfeitamente alinhados.

- Tudo bem. - Ainda encontro-me um tanto ofegante, assim como ela. Lavamos o que é necessário e logo sou abordado por uma espuma de sabão lançada pela mulher.

- Isso arde! - Desesperado, tento limpar o excesso de meu olho, mas logo me vingo, retribuindo do mesmo favor.

- Droga. - Ela ri, tacando-me ainda mais. - Você é muito teimoso.

- Não sou eu quem queria te bater com aquele chicote. - A agarro pela cintura com firmeza, afim de pará-la.

- Sim, você queria fazer algo pior. - A mulher comenta descontraída, enquanto observa-me os olhos, algo que eu considero extremamente íntimo.

- Quem sabe na próxima eu faça. - Retiro os fios teimosos do rosto feminino, sem quebrar em nenhum momento o contato visual.

Ela se mantém em silêncio, ainda fitando-me.

- Você está bem? - Pergunto, um tanto quanto desconfortável pela falta de resposta, talvez ela não tenha gostado quanto eu.

- Nada, só... - A mulher passa seus braços ao redor do meu pescoço, pendendo um pouco sua cabeça para o lado. A luminária do banheiro reflete exatamente na altura de seus olhos, fazendo-os ganhar vida com um brilho incomum. - Só me sinto bem como não me sentia à muito tempo.

Que porra eu estou fazendo? Não esqueça de suas regras. Seja forte quanto à isso.

- Devemos descansar um pouco. - Livro-me contra a minha vontade dos braços femininos e enrosco-me em uma toalha, caminhando em direção ao quarto novamente.

Visto uma nova cueca e uma bermuda cinza bastante confortável.

Ela demora um pouco lá dentro, aproveitando isso, troco o lençol de cama - agora de algodão.

Sei que é contra o meu código dormir com modelos descartáveis, mas ela foi tão bem, que isso passou despercebido.

Todo aquele arranhar da mulher, agora faz minha tatuagem das costas dolorir, mas ignoro.

Apago as luzes antes de sua chegada, não demorando muito para ela vim, onde adormecemos em poucos minutos.


Ego FlamejanteOnde histórias criam vida. Descubra agora