Dez.

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Depois que fui parar no hospital, tive alta e depois continuei com minha vida normalmente, só que de castigo.

Minha tia me leva e me busca todos os dias, e fico o resto do dia trancafiada dentro de casa esperando o outro dia vir pra eu fazer tudo de novo. Uma rotina agoniante.

Já estava esperando na porta da escola a uns 20 minutos e nada da minha tia.

Avistei de longe a mulher ruiva que me atendeu no primeiro dia de aula se aproximando com um telefone na mão.

- Paige West? – Ela perguntou.

- Sim. – Respondi firme.

- Sua tia no telefone. – ela disse me entregando o telefone.

- Ahn, obrigada. – Agradeci pegando o telefone. - Tia?

- Paige, me desculpe não ter chegado ainda, o carro quebrou, estou empacada na rua esperando um guincho, acha que pode voltar andando? Seu tio já está fazendo o almoço.

- Posso sim tia. – Eu disse sorrindo, fazia tanto tempo que não praticava nenhum tipo de exercício que já estava ficando louca.

- Ok. Até mais querida. – Ela disse e desligou.

Entreguei o telefone a ruiva e agradeci:

- Muito obrigada moça.

- Sueli.

- Oi?

- Meu nome é Sueli.

- Ah sim. Muito obrigada Sueli. – Eu me corrigi.

Caminhei alguns metros para longe da escola, até que ouvi passos atrás de mim. Acelerei o passo. Até que senti mãos tampando meus olhos.

- Adiv... – Uma voz masculina começou mas eu interrompi.

- Nãao. Por favor me solte! Nãaao. – Eu já estava chorando e me debatendo, meu coração acelerado batendo cada vez mais forte, até que as mãos me soltaram e eu caí no chão chorando.

- Paige calma, sou só eu. – Falou Carlos se ajoelhando ao meu lado.

- Ah meu Deus Carlos. – Eu disse baixo com as mãos no peito tentando recuperar o ar. – Meus Deus. Não faça isso comigo Carlos, por favor. – Eu disse chorando.

- Me desculpe Paige. Eu não sabia que você ia reagir assim, queria só brincar com você.

- Tudo bem Carlos, é que, eu não reajo bem a sustos, me desculpe. – Eu disse e por fim olhei pro rosto dele. Estava lindo como sempre, o cabelo bagunçado, os olhos castanhos me olhando com preocupação. – Você estava me seguindo?

- Não sua boba, eu também estudo esqueceu? Vi você vindo sozinha e resolvi acompanhar, minha casa também fica nessa direção.

- Ah. Ok. – Falei embasbacada encarando a boca dele, o seu rosto não estava tão próximo ao meu mas pude sentir seu alito de menta.

- Você quer companhia ou vai ficar ai atolada no chão? – Ele me perguntou tirando-me do transe.

- Ah, eu tenho que ir pra casa. – Disse me pondo de pé.

- Eu te acompanho.

- Tudo bem.

Andamos uns minutos em silencio até que ele cortou.

- Paige West Campbell, a garota mistério.

- Do que você está falando?

- É isso o que você é. Um mistério. Briga como ninguém, dança a ponto de deixar alguém doido, e depois some. Eu venho te mandando mensagens desde a noite da festa, te procuro nos intervalos e não te encontro, e na saída, quando corro ao seu encontro você entra em um carro e some. O que aconteceu Paige?

Lutando pelo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora