Vinte e seis.

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Tentei me concentrar na fatia de pizza a minha frente. A calabresa parecia estar muito suculenta, e o queijo ainda estava derretido. O cheiro era muito bom. Agarrei ela e me obriguei a dar uma mordida, em vez disse a soltei no prato de plástico e dei uma sugada no canudinho do meu refrigerante.

Mais difícil que me concentrar no meu pedaço de pizza, era me concentrar no falatório de Pilar ao meu lado. Ela falava algo sobre já estar na fase dois do seu namoro com Grover.

- Paige? - Ela disse estalando os dedos na frente dos meus olhos me tirando do meu transe.

- Estou ouvindo. - Menti.

- A é? É o que foi que eu disse?

- Humm, em como o sorriso do Grover é bonito?

- Nãao! Se bem que o sorriso dele é mesmo muito lindo, mas não era isso. Eu estava te falando sobre ele ter ido falar com os meus pais.

- Ah, é mesmo.

- O que houve com você? Está distraída ultimamente.

- Nada de mais. São coisas do boxe. - Menti de novo. Minha consciência já estava pesando por estar mentindo pra minha amiga.

- Você precisa se distrair um pouco. Eu e Grover vamos sair hoje, quer ir com a gente?

- A claro... Segurar vela é mesmo o meu hobby.

- Ah, deixa de ser chata, vai ser legal.

- Não obrigada. - Sorri. - Eu sei que quer me ajudar mas não quero atrapalhar sua saída com seu namorado.

- Tá bom. Mas se você mudar de ideia...

Afirmei com a cabeça e de novo parei de prestar atenção nela. Estávamos no refeitório da escola, e Carlos acabara de entrar com uma menina morena segurando sua mão e a sua garrafa de água que ele não largava. Os pelos da minha nuca se arrepiaram. Já estava virando costume, toda vez que via Carlos.

Haviam se passado três dias depois da noite da luta. Não tivemos treino em nenhum deles. Artur me ligou algumas vezes durante esses dias e foi me ver uma vez. Ele disse que os meninos estavam resolvendo algumas coisas.

Depois que ele foi me ver. Tivemos uma discussão. Na verdade, eu discuti com ele.

- Oi... - Ele disse quando eu atendi a sua ligação. - Tenho uma coisa pra você, se importaria se eu fosse até a sua casa?

- Oi. Uma coisa pra mim? - Sorri um pouco. - Pode vir.

- Então abre a porta.

- Tá bem.

- Tipo, agora.

- Você já está aqui?

- O flash me trouxe enquanto o professor Xavier lia a sua mente.

Desci as escadas e abri a porta e lá estava ele na soleira da minha porta de calça jeans, uma camiseta pólo azul e um tênis social. Segurando seu livro de capa preta.

- Acho que você deveria parar de assistir desenho animado. - Disse e o abracei.

Ele riu e respondeu.

- Assisto pela minha irmã.

Puxei ele pela mão e sentei em um banco que havia no hall.

- Você fala tanto da sua irmã, como ela é?

- Ela é... Incrível. - Ele disse com um sorriso bobo. - Ela tem 14 anos, é uma menina adorável. Ela é bem fã dessas coisas de ficção, por isso sei um pouco, gosto de levar ela ao cinema pra assistir a esses filmes mentirosos. Ela é muito inteligente, quer ir pra Yale cursar engenharia eletrônica. Ela diz que quer mudar o mundo, e eu acredito que um dia mude. Por isso quero ser alguém conhecido um dia, um lutador com muito dinheiro, quero dar a ela tudo o que ela quiser. - Ele disse com um olhar distante, pensando na irmã eu acho. Ele realmente a amava.

Lutando pelo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora