Vinte e nove.

444 24 6
                                    

Os meninos continuavam a me olhar com cara de quem não entendeu sem dizer nada.

- Como assim? Pegar e prender? - mestre Oliver quebrou o silêncio.

- Vamos incrimina-lo. Recolher provas contra ele, que mostre que ele e o pai dele são assassinos.

- E como você propõe isso? - Freddy perguntou.

- O plano nós vamos fazer juntos, se duas cabeças pensam melhor do que uma imagina sete - respondi.

- Você diz como se fosse simples. - Thommy falou.

- Não é simples e eu tenho consciência disso. Mas não é pra ser, se nós fazermos apenas o que está ao nosso alcance nunca vamos fazer o que realmente importa.

A garçonete chegou pra recolher nossos pedidos.

- Hamburger com fritas e uma Pepsi - pedi.

O resto da turma pediu e ela saiu.

- Vocês vão me ajudar? - perguntei.

- Não é uma questão de ajudar Paige, o que você quer fazer é extremamente arriscado, estamos lidando com assassinos, e somos apenas lutadores, não temos nem armas, como você acha que vamos pega-los? É impossível. - Tobias disse.

- Não é não. - Freddy disse.

- Lá vem você Freddy. - Artur falou.

- O que é que eu estou fazendo?

- Você tem essa mania de querer dar esperança aonde não tem, de dar uma solução pra tudo e achar que pra tudo tem uma possibilidade - Artur falou.

- Vocês é que são pessimistas. Não existe nada impossível e de todos nós você é o que sabe melhor disso Artur. Que eu me lembre, foi você que me disse que a esperança é a última que morre, e é você que vive pregando pra mim sobre um Deus que faz coisas que nos parecem ser impossíveis.

- Mas quem faz o impossível não somos nós, e sim Deus. Nós fazemos o possível.

- E é isso que eu quero fazer Artur. - Eu disse - Eu quero fazer o possível pra prender Carlos e a turminha miserável dele.

Eu estava tremendo de puro ódio.

- Fala sério Paige, você está tentando envolver Deus em uma coisa que não tem nada a ver. Você diz que odeia Deus e agora quer me fragilizar com o nome dele? - Nunca pensei que ouviria Artur falando daquele jeito e com aquele tom comigo. Meus ombros caíram, mas minha raiva por Carlos apenas crescia.

- Eu vou atrás de Carlos. Eu vou prende-lo com ou sem a ajuda de vocês ou de Deus - disse e acabei dando um soco na mesa.

- Paige, eu tenho amor à vida. E tem coisas que eu amo muito que eu não posso só decidir ir atrás de um assassino que pode me matar da pior forma possível sem antes olhar pra essas coisas. - foi Thommy quem disse.

- Eu não estou obrigando vocês a me ajudarem. Eu estou pedindo, eu acredito que consigo incriminar ele, mas sozinha vai ser difícil de mais. Eu preciso de vocês. - eu estava desesperada.

A garçonete chegou com os pedidos e colocou todos sobre a mesa. Todos nós ficamos em silencio enquanto ela fazia seu trabalho.

Quando enfim ela saiu, olhei pro rosto de todos os meus companheiros. Esperando alguma resposta da parte deles. Mas ninguém falou nada.

Peguei uma das batatas e passei no molho. Levei a boca e mastiguei. Só então percebi que estava morrendo de fome.

- Paige, eu sei o que você esta fazendo, eu sei que não passa de querer se vingar e eu até entendo a sua sede de vingança. Mas você precisa entender, que quem faz vingança, não somos nós. - Artur disse.

Lutando pelo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora