Trinta e sete.

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ESTOU MUITO ZANGADA! Já escrevi esse capítulo DUAS vezes e toda vez que vou postar ele já sumiu. Simplesmente some cara. Que isso Wattpad??????

Abri os olhos derepente, mas ainda não via nada. Fechei os olhos e os abri de novo, não tinha diferença entre aberto e fechado. Não vi nem a ponta do nariz.

Me mexi e percebi que não estava amarrada, menos mal. Tentei me sentar mas uma dor aguda nas costelas não deixou. Minha cabeça estava sob algo duro e úmido. Meus cabelos estavam molhados, de suor talvez, mas o ambiente era frio.

O medo agora era outro. Eu estava cega? Estava sozinha? Estava morta e agora no inferno?

"No inferno talvez não já que lá deve ser quente" Um dos pensamentos absurdos da minha cabeça em momentos como esse.

- Artur? - chamei. Minha voz estava rouca e minha língua áspera.

- Tem alguém aqui? - chamei de novo.

Nenhuma resposta.

Por algum motivo o silêncio da escuridão me cortou ainda mais. E foi aí que eu rompi em lágrimas. Visto tudo o que eu já havia passado, chorar agora era sinal de ser forte. Era o que eu dizia a mim mesma: Eu sou forte. Mas na verdade eu era fraca.

Eu não chorava por causa da dor das costelas quebradas ou da incapacidade de ver, e sim por não poder fazer nada pra me salvar e salvar meus amigos, por não ter ninguém pra me dizer o que fazer, por fazer meus tios sofrerem por causa da minha morte, e por desapontar meus pais.

Estava chorando por causa de uma dor que parecia nunca sarar. Uma dor que vinha do mais profundo do meu coração e destruía todo o resto que ainda era bom em mim. Qualquer rastro de amor ou compaixão, não havia mais nada. A dor da solidão, do ódio e da perda tudo isso estava me transformando em alguém que eu não aprendi a ser. Eu chorava porque não sabia como parar. Como parar a dor avassaladora e me tornar a pessoa doce e calma que meus pais me ensinaram a ser.

E por isso eu era fraca. Por que em todo esse tempo eu me agarrei em motivos inexistentes pra poder dizer que estava bem. Me agarrei a situações que acreditava que iriam me ajudar, que iriam me curar quando na verdade apenas me machucavam mais. E minha fraqueza vinha do fato de eu perceber que tudo aquilo me faria mal mas ainda assim não admitir pra mim mesma. Não admitir que eu estava errada e que aquela não era a forma certa de sarar a dor.

Foi assim com meu namoro com Carlos, com as festas que eu ia e enchia a cara, com as brigas em que me meti, com o boxe e com a enrascada que eu estava agora.

Eu era fraca. E por isso eu chorava.

E como em resposta das minhas lágrimas, um gemido baixo, mas audível soou da escuridão.

Eu parei o choro e limpei o rosto. E como em um passe de mágica eu me lembrei do aparelho preso na parte de baixo do meu short.

Enfiei a mão dentro do short e o celular estava preso na alça da calcinha, como eu havia deixado. Peguei e apertei qualquer tecla. A tela do pequeno aparelho se acendeu queimando minhas vistas e eu dei graças por não estar cega.

O relógio marcava 04:48AM tentei ligar pra meu tio mas estava sem sinal. Usei a tela do celular pra iluminar o ambiente, a luz era fraca mas suficiente pra ver algumas silhuetas perto de mim.

Foi bastante ver isso pra ter força pra me sentar.

Joguei a luz do celular mais uma vez na minha frente e as silhuetas estavam imóveis, não soube distinguir quantas.

Rastejei gemendo de dor até a mais próxima. Quando cheguei perto a luz iluminou o rosto de mestre Oliver.

Ele estava meio sentado, encostado na parede e respirando em velocidade normal.

Lutando pelo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora