As luzes já estavam apagadas, meus tios dormiam.
Era minha deixa.
"Estou pronta." Mandei pro Carlos.
Sorrateiramente desci até a cozinha e peguei a chave da garagem. Quando voltei até o quarto, tranquei a porta e a coloquei junto com a chave da minha varanda, trancando-a também comigo do lado de fora. A varanda do quarto dos meus tios ficava do lado da minha, seria perigoso, quase desisti, mas não.
Quando avistei um carro solitário se aproximando, digitei com pressa para Carlos:
"Não podemos conversar aqui fora, meus tios podem acordar, estou na varanda se você ainda não viu, faça silencio absoluto! Vou jogar a chave da garagem aqui de cima e você pega a escada lá dentro com muito cuidado, tranque a garagem e vem me ajudar. SILENCIO! "
Carlos desceu do carro com o celular na mão. Olhou pra mim e mandou um joia com a mão direita.
Ele se aproximou devagar e se posicionou na minha frente lá de baixo. Joguei a chave e ele a agarrou.
Depois de alguns estantes, sem fazer nenhum barulho, ele voltou com a escada na mão. Encostou ela na varanda e ficou segurando ela lá de baixo.
Quando me posicionei para descer, notei o único detalhe que eu devia ter pensado. Carlos veria tudo por baixo da minha saia enquanto eu descesse, pensei em voltar até o quarto e vestir uma calça mas já era tarde.
- Boa noite linda. - Ele sussurrou no meu ouvido quando enfim alcancei o chão.
Sorri corada.
- Esconda a escada aqui em baixo. - Eu disse em um fio de voz apontando para baixo da minha varanda.
Obediente ele a colocou no devido lugar. Segurou minha mão e me levou até o carro. Com um gesto cavalheiro ele me levou até o banco do passageiro e falou no meu ouvido:
- Desengata o carro e o guie.
Obedeci sem entender. Só depois que senti o carro andando notei o que ele queria fazer. Lá atrás Carlos empurrava o carro. Quando ele viu que eu estava o encarando embasbacada, fez sinal com a mão para que eu virasse o carro para esquerda. E só depois de virar a esquina Carlos entrou no carro ligando-o.
- Bonita calcinha. - Ele disse com um sorriso malicioso nos lábios.
- Não me deixe ainda mais envergonhada Carlos!
Ele gargalhou.
- Pensei que você demoraria mais. - Eu disse mudando de assunto.
- A festa é aqui perto. - Ele respondeu focado na estrada.
Olhei no relógio do celular e marcavam 23:52. Não estava tão tarde.
- Você está linda. - Ele disse quebrando o silencio.
- Obrigada.
Entramos em uma rua com vários carros, entendi que a festa era lá quando ouvi o som muito alto vindo de uma casa bem grande.
Como na festa que Pilar havia me levado, tinha várias pessoas no jardim da frente. Algumas muito bêbadas, outras dançando, outras se pegando.
Quando chegamos perto da porta tampei a respiração, me preparando para o que viria.
Mas quando entramos a visão que tive era totalmente diferente da primeira. O hall de entrada não estava lotado de pessoas chapadas, e não fedia a vomito.
Assim como o jardim da frente, o hall de entrada tinha vários tipos de pessoas. Dançando, bebendo, se pegando.
- Mas onde estão todas aquelas pessoas bêbadas que ficam na entrada da festa? - Perguntei pra Carlos.
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Lutando pelo amor
SpiritualPaige West de 17 anos depois de perder os pais se muda para NYC para morar com os tios. Lá conhece a arte do boxe, e também a Cristo. Os dois tomam um grande espaço no coração de Paige. Mas ela ainda terá que encarar muitas coisas na descoberta dess...