Treze.

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- Paige acorde! - Tia Loren disse me sacudindo. - Vamos visitar sua vó se esqueceu?

Bastou isso para que eu despertasse.

- Quantas horas? - Perguntei com a voz embargada.

- Ainda está cedo, mas vá se arrumar, o sítio dos seus avós ficam bem longe daqui.

Cambaleei até o banheiro gemendo de dor, provavelmente por causa do meu primeiro treino. Tomei um banho rápido e fiz as higienes necessárias e fui pro quarto já mais disposta.

Procurei algo estilo caipira no closet, acabei vestindo uma calça confortável com uma camisa xadrez por cima de uma regata branca, calcei uma bota curta que havia comprado por impulso por que nunca usaria ela a não ser nesse caso, deixei meu cabelo solto mas coloquei uma liga no pulso caso precisasse prender o cabelo.

Desci as escadas pulando alguns degraus por causa da ansiedade, e me deparei com meus tios tomando café com roupas completamente contrárias pra quem iria pra um sitio.

Meu tio estava usando um paletó acompanhado com calças e sapatos sociais. Minha tia estava com um vestido azul bebê justo que ia até os joelhos, seus cabelos estavam presos de uma maneira fofa, de uma maneira pra que nenhuma mexa caísse em seu rosto.

Os dois me olharam e minha tia fez uma cara de culpa.

- Me desculpe Paige, eu me esqueci de avisar que vamos a igreja antes, e depois vamos para sua vó.

Fiz uma cara de fala-sério-tia e permaneci calada.

- Mas é bem rapidinho querida, só coloca um vestido daqueles fofos que você tem, e coloca essa roupa na mochila pra levar pra casa da vovó.

A essa altura do campeonato eu já estava com uma super carranca pendurada na cara, mas obedeci minha tia por que queria muito ver minha vó.

Vesti um vestido rodado branco com flores rosas estampadas, era muito delicado, porém era de alcinha, tá, nunca fui a pessoa mais fã de igreja mas também não queria desrespeitar, então coloquei um casaquinho fino por cima, calcei uma sapatilha dourada e fiz uma trança, só que meu cabelo super engraçado soltou alguns fios acima das orelhas, fazendo pequenos cachos finos, no fim acabou que ficou até bonitinho.

Desci as escadas com a mochila de roupas nas mãos, emburrada. Comi emburrada. E fui pro carro emburrada. Cheguei a igreja emburrada. E ali fiquei, emburrada.

O pastor, todo engomado, começou a falar, falar, falar, o coral cantou uns corinhos até bonitinhos, e de novo o pastou continuou falando, o que me chamou atenção foi quando ele leu um versículo da bíblia, que dizia assim:

" Entrem pela porta estreita porque a porta larga e o caminho fácil levam para o inferno, e há muitas pessoas que andam por esse caminho. A porta estreita e o caminho difícil levam para a vida, e poucas pessoas encontram esse caminho. Mateus 7.13 e 14 "

Eu fiquei por um bom tempo com essa leitura na cabeça, fiquei confusa e cheia de dúvidas na cabeça. Mamãe e papai sempre frequentavam a igreja, e sempre me levava junto, e por isso eu entendia algumas coisas, mas isso eu não conseguia compreender.

Que caminho são esses? E que portas são essas? Na hora imaginei uma porta grande (literalmente) feita de ouro, e lá dentro a destruição e a maldade, e outra porta pequena (literalmente) feita com uma madeira gasta, e lá no fundo um paraíso, cheio de anjinhos gorduchos e de cabelos encaracolados e loiros sobrevoando as nuvens. Nem preciso lembrar o quanto minha imaginação me levou longe nesse momento.

Mas ainda estava confusa, parecia que aquele versículo era um código, eu precisava descobrir o que significava. Em que porta será que meu pai passou? E minha mãe? Minha cabeça já estava doendo de tanto batucar que mal ouvi quando o pastor disse pra fazermos a última oração pra encerrar o culto.

Depois de finalmente acabar o culto, fomos para casa da vovó.

No caminho Tia Loren me perguntou o que eu tinha achado, respondi um legal seco, ainda estava emburrada com o fato de não ter sido avisada sobre ir à igreja.

Fiquei pensando também no sonho que tive com minha mãe, em que ela dizia que eu tinha que adorar a Deus. Mesmo com o pouco conhecimento que tinha sobre igreja e Deus, eu sabia que Deus era grandioso, poderoso e invencível, e que ele nos ama incondicionalmente (Palavras de mamãe quando eu tinha uns quatro anos). Se ele nos ama assim por que fez tudo o que fez com nossa família?

Ele tirou meu pai, e com isso tirou o filho da tia Loren, logo depois minha mãe se foi, meus pais eram pessoas tão boas, ajudavam a todos, e iam sempre a igreja, adoravam a Deus, da mesma forma que mamãe me ensinou a adorar, e ele simplesmente tirou eles de mim, da minha tia, da minha vó... Isso tudo sem contar em como minha mãe sofreu com o câncer, como Deus podia ser tão cruel com ela? E mesmo assim ela não parava de adorar a ele. Lembro até hoje, quando minha mãe desobedeceu minhas ordens, junto com tia Loren, vovó e o médico, só pra poder ir à igreja, cheia de dor, e sem cabelo algum, fraca, ela quis ir assim mesmo, e quando ela foi se ajoelhar pra fazer uma oração, o osso do seu joelho, fraco de mais por causa do maldito câncer, se partiu, mamãe estava tão fraca que não consegui chorar, ela simplesmente desmaiou.

Como ela conseguia? Ele era tão mal com ela, e ela não deixou de seguir ele, era impossível que eu adorasse ele sabendo do tamanho do sofrimento que ele causou a mim e a minha família.

Eu nunca iria adorá-lo.

Amoras e amores, PLEASE, me perdoem pela demora de postar, eu juro que tem explicação, me desculpem de verdade, eu também sou leitora e sei como é chato esse negócio de esperar um capitulo novo.

É que aconteceu alguns imprevistos, primeiro aconteceu umas paradas pessoais que me deixaram impossibilitada de fazer qualquer outra coisa, depois eu mudei de escola, por que a minha antiga não saia (ainda não saiu) da greve, então eu mudei de escola por que provavelmente iria perder o ano na antiga, então imaginem só a correria em busca de nota e de amigos novos, e de novo a rotina de estudos.

Quando eu estava meio que naquelas férias improvisadas, eu tinha tempo de sobra, agora não tenho mais tanto tempo assim. E depois de toda essa ladainha, eu meio que fiquei sem nenhuma grama de criatividade, pegava o PC e na hora de digitar alguma coisa não me vinha nada a cabeça, eu até cheguei a escrever algumas coisinhas mas estava tudo horrível, então resolvi me dar um tempinho, e depois de longos e horrorosos dias sem nenhuma ideia para o livro eis que surge na minha cabeça o início de um capitulo, mas infelizmente, só o início, deixei esse início largado por mais um tempinho enquanto pensava no resto, e depois de mais algumas semanas eu finalmente terminei um capitulo, e depois desse ficou fácil escrever o próximo.

A história da Paige já está toda montada na minha cabeça, porém é necessário acontecimentos para que o livro fique bom né? Pois é, são exatamente os ditos cujos que não me vem à cabeça.

MAAAAAAAAS, agora eu estou bem melhor de tudo o que aconteceu, e lógico, estou com vários outros capítulos prontos, na minha cabeça hahahahaha. Sorry.

Eu devia postar uns cinco capítulos para compensar o tempão que fiquei sem postar, mas esses dois foram os únicos que passei pro PC, tentarei escrever em breve, e vou conseguir por que vou organizar meus horários e vai dar tudo certo.

E de novo, me perdoem! Obrigada por tudo meus cajuzinhos, e que Deus abençoe vocês, até a próxima, amo vocês. <3

Obs.


Lutando pelo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora